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4 F’s de uma tentativa de entendimento integral

Publicado em 02/05/2014

4 F’s de uma tentativa de entendimento integral da Performance

A todos que acreditam em uma vida melhor e querem mais performance. Há um tempo me interessei pelo assunto performance, senão desde sempre sem saber, e tenho tentado entender ela em todos os seus âmbitos e por isso da palavra integral. Em uma palestra que estruturei sobre Performance uso uma estratégia simples de abordar, primeiramente, o trivial com foco na performance corporativa para “agarrar o público” e depois ir ao ponto que interessa, as pessoas, nós no nosso processo de vida de autoconhecimento, de tristeza e alegrias, de frustrações e conquistas de uma performance pífia ou fantástica e o principal de como estou me sentindo. Como minha formação é Engenharia faz parte da minha história o processo de grafitar, formatar esquemas e pelo processo de consultoria a brincadeira com as palavras.

Quem já leu um post anterior viu os 7C’s da mudança fora muitos outros C’s possíveis. Neste aspecto, cabe um desvio aqui de muito valor, o melhor destes C’s possíveis que me foi apresentado e não está nos meus é o “Coração”, temos que fazer as coisas com e de coração e me arrisco aí a dizer que pode estar a essência da verdadeira Performance.

Claro no meu processo de entendimento e estudo da performance por motivos profissionais comecei na corporativa, mas vi que esta por si só não basta e não é completa e então migrei para performance pessoal, me envolvi com o esporte de onde vieram paralelos fantásticos, exemplo, se não treinar não tem resultado, mas algo faltava. Hoje de manhã, caminhando na beira de praia aqui em Garopaba, no contexto de viagem de carro de Botucatu – SP a Porto Alegre – RS (sim mais de 1200km conhecendo aspectos naturais fantásticos do nosso Brasil e descaso político, mas isto pode ser outro post!) contemplando a natureza, respirando o ar salgado e inebriante da beira do mar fechei a minha figura da performance em um ponto que faltava, ou seja, algo que entendi há muito tempo no processo da Performance é que temos que abrir espaços e este foi meu espaço. Agora e por isso datado este post, escrevo uma avalanche de pensamentos e constatações práticas.

Vou tratar o assunto na seguinte ordem:

  • Processo de graficação de uma restrição tripla;
  • Performance integral;
  • Espaços;
  • O essencial já nos foi dado!

Processo de graficação de uma restrição tripla

Esta figura é bem conhecida no mundo da Gestão de Projetos e está inclusive com sua tradução em números. Sempre brinco que o simples fato de conhecer estes três grandes números do Projeto já implica em uma qualidade intrínseca do mesmo.

Neste processo da graficação, partindo-se da ideia de restrições triplas, figura de um triângulo com 3 aspectos em seus lados que concorrem entre si, temos uma clássica que é a restrição tripla de projetos, onde temos as forças de escopo, prazo e custo concorrendo entre si e quando temos o conhecimento pleno destes aspectos e seu equilíbrio temos o que está no centro da figura que é a qualidade, ou seja, o projeto tem uma característica de uma qualidade intrínseca pelo simples domínio destes aspectos. Em um treinamento um aluno pessoal me apresentou outra que chamo de restrição tripla pessoal que é nos lados o Trabalho, a Família e o Lazer e no centro a Felicidade.

Quando falamos em pessoal temos divisões:

  • Família;
  • Eu, indivíduo frente a sociedade;
  • Eu, indivíduo no processo do meu autoconhecimento;

Hoje muito se fala na de teorização das relações, o casamento como instituição falida e por aí vai. Muito disso se deve ao fato de nós não cuidarmos da nossa individualidade, e não digo isto de uma maneira egoica, mas também não descarto esta, e esta falta de cuidado com a individualidade (que mostra sua força) em um relacionamento é o grande crime. Aquela pessoa que, primeiramente, não se valoriza não é valorizada, isto é fato. Também um aprendizado que veio com o tempo que no intento de resolver algo se foca naquilo tanto e de forma desesperada, mesmo sem perceber, que o efeito é o contrário, é a performance pífia é o afastamento. Você vive elaborando formas de pedir aumento e seu colega que não faz uma força perceptível (mas a força do colega está na sua qualidade de entregas e comprometimento verdadeiro) ganha. Tem algo errado aí. Neste ponto encaixo a performance pessoal versus performance das organizações (empresas, sociais, família). Não vou conseguir performance nas organizações se eu como individuo não estou bem, forte e presente! Vale aí a história da máscara de ar do avião, como vou ajudar o outro se eu não me ajudar. Aí vale a pergunta, qual é o seu oxigênio? Pergunta essencial em seleção para mim hoje é entender o indivíduo, seus hobbys seus anseios sua história.

Já tinha formatado uma figura de performance pessoal para mim, que hoje, já entendo como sendo aplicável não só ao indivíduo mas as organizações. Mas faltava o aspecto central da minha restrição tripla que hoje me veio, ou seja, os 4F’s estão organizados em uma restrição tripla! Agora me sinto confortável em apresentar ela e estou pronto e forte para as discussões. Esta figura começou seu desenho no ano passado e nasceu do paralelo do esporte e meu objetivo de melhoria de resultados em competições e me sentir bem.

Na performance tenho uma regra clara: podemos aprender muito, mas cada macaco no seu galho! A figura acima por exemplo para ir para uma camiseta de forma estilizada feita então por um designer e não da forma tosca acima.

Performance Integral

A Performance Integral é justamente o olhar não só ao corporativo, substituo desde já esta palavra por organizações e estas em todas as suas representações como vimos, mas as pessoas na sua individualidade e cuidado com esta pois estas individualidades são responsáveis pelo resultado. Vamos entender cada aspecto da figura acima com o olhar integral.

Flexibilidade: se vejo isto, puramente, no esporte na representação física, até como foi no início da figura esta corresponde, a um aumento da flexibilidade dos músculos para prevenir lesões ou no meu caso não ser tão duro na água na natação. Hoje uma das minhas grandes atividades fora a empresa e a presença na família, é meus treinos para provas de Triathlon, onde conheci muita gente bacana e exemplos de superação. É um oxigênio para mente se envolver com novos públicos onde tua passas a não ser protagonista, mas um coadjuvante no processo de um novo aprendizado. Agora pense em organizações, a flexibilidade não é importante, também? A flexibilidade leva ao equilíbrio.

Foco: Bom para este assunto poderia escrever um monte, mas fica um tema de casa aqui, leiam o livro do “Foco” do Daniel Goleman o mesmo autor que a 18 anos atrás escreveu o livro “Inteligência Emocional”. Este livro retrata muito bem o que está acontecendo na nossa sociedade hoje com a dispersão das pessoa frente a uma enxurrada de informações. As pessoas não conseguem focar no seu trabalho e nem em si, verdadeiramente, foi criado um exército de distrações que leva a multitarefa sem terminalidade. Quando li o livro frente ao que já tinha colocado na minha palestra me assustei com a sintonia de assuntos. O foco começa na criança, na educação, na formação de um ser livre. Hoje estamos cada vez mais preso se não cuidarmos por um mercado de consumo desenfreado. No início meu foco vendo pelo esporte era a disciplina na planilha de treinos, na minha nutrição. Por exemplo, o foco na nutrição me levou a não apenas executar uma dieta, mas a ler e conversar muito sobre o assunto com especialistas e verificar experiências práticas a uma leitura muito interessante que retrata justamente a distorção que se criou nesta frente a nossa genética básica. O autor foi tão feliz e prático nas suas colocações que estou concluindo a leitura do segundo livro Primal Connections. Neste contexto de foco um outro aspecto importante é a presença, estar presente. No assunto presença temos um autor fantástico que é o Otto Scharmer que é o autor de um dos melhores livros sobre liderança que é a Teoria U. Para quem se interessar leia primeiro o Presença e depois o Teoria U.

Todos livros estão com link (afiliado ou não).


O Foco exige presença, extrema e aí tive a felicidade de neste final de semana conversar com uma pessoa que aplica na prática o apregoado nos livros do Otto Schammer que devem ser lido na sequência das capas apresentadas abaixo

Força: A Força quando compus a figura pensei em dois aspectos. A força física quando voltada para a flexibilidade e a força de vontade quando voltada para o foco, ou seja, a disciplina para conseguir sair de um estado de inércia e entrar em outro. Também é física esta última, sair do parado e entrar em movimento como a primeira também não é só física, mas o reflexo de um estado de presença necessário para ser flexível. Em organizações líderes são pessoas fortes que conseguem provocar uma mudança de estado e ter uma presença forte, focada e flexível.

Abaixo coloco uma imagem com uma frase do Ghandi que é muito verdadeira.

Fé (no centro): Esta foi a palavra que faltava. Fé está ligado como veremos não a delegar a uma entidade e que tudo dará certo, ou seja, não é uma fé cega. Esta palavra pode ser perigosa se encarada em um contexto religioso distorcido. Primeiro que a palavra religião vêm do latim da palavra “religare” que se refere a uma nova ligação entre o homem e Deus, ou seja, não tem relação com uma organização física ou com uma liderança. Vamos fazer um exercício de lógica que posso me complicar muito depois, mas assumo o risco já que se diz que religião e política não se discute (se queremos um futuro melhor temos que começar a discutir isto e ir as raízes filosóficas). Deus não nos fez sua imagem e semelhança, então Deus está dentro de nós, ok? Para quem não é ateu está ok sim. Se temos fé em Deus temos fé em nós, ou seja, acreditamos e confiamos, plenamente, nas nossas capacidades e poder de transformação. Para acessar ela devemos olhar para dentro de nós que é o exercício do autoconhecimento uma atividade constante na vida e desafiadora. O fato de acreditar no meu potencial, de confiar nas minhas ações vem do amago do meu ser uma fé intrínseca. Acreditar e confiar são representações de fé que vem do nosso conhecimento e é sustentado, verdadeiramente, pelo nosso autoconhecimento. Pois bem a fé faz parte de nós. A fé implica em Confiança que é um dos 7C’s da mudança. A confiança é um exercício diário que processamos sem perceber (o livro abaixo do Alexander Bos para quem se interessar por este assunto é fantástico e está atrelado a duas outras palavras essenciais no contexto do indivíduo ou das organizações).

Este mesmo autor trata um outro assunto muito interessante que é a Pedagogia Social, mas também, fica para post futuro. Mais ainda, o indivíduo centrado e conectado consigo, confiante, é alguém orientado pela sua fé. Como o processo de autoconhecimento não é um processo da noite para o dia a fé uma construção em aspectos lógicos. Ter fé verdadeira implica em autoconhecimento, portanto, uma ligação nossa com nosso eu interior. Sem fé a restrição tripla desenhada se desequilibra. Estar presente só é possível com fé, autoconhecimento, estar ligado no sentido amplo da palavra. Viver de passado ou sonhando com o futuro não ajuda no presente que é onde construímos nosso futuro e deixamos nossa história, nosso legado.

Sonho não tem prazo, meta tem prazo!

Espaços

Nada evolui se não criamos espaços para pensar e refletir. Este post não teria sido escrito se não tivesse criado este meu espaço hoje pela manhã. Sempre antes de fazer algo crie espaço, neste caso, tempo para observar. As grandes economias nas empresas acontecem quando se para se observa, se entende os desperdícios e então melhora-se o processo. O espaço tem que ser livre. Sobre pressão não é espaço. Um outro ponto interessante são as decisões no ato. Se possível temos que ter o tempo para levar para o sono, pois mesmo dormindo nossa mente continua ou paradoxalmente desfocar, momentaneamente, pois em processos de fundo na nossa mente então cria-se espaço para resolução. Quando menos esperava fechei minha figura. Nos processos que desenvolvo junto a clientes, espaço, é uma palavra chave e sou partidário do Design Thinking. Não existe inovação sem espaços.

O essencial já nos foi dado!

A natureza é o essencial, na minha visão! Pense nos seus melhores momentos, não tinha natureza envolvida por acaso, em um momento individual como foi o meu ou junto a pessoas amadas? O meu momento de hoje apesar de ser um momento meu de reflexão, antes liguei para minha esposa para dar o meu track, com a pergunta, adivinha onde estou agora? Ela sabe que adoro caminhar na beira do mar. Algumas imagens abaixo para traduzir. Pegue no próximo sábado, desligue a tv, se desconte da internet do face, não vá ao shopping, pegue a bicicleta (de preferência), ou senão o carro com vidro aberto e vá curtir a natureza e as pessoas que lhe são caras. Não sou contra a tecnologia, mas temos que ter equilíbrio no seu uso, utilizá-la quando necessária e não nos tornarmos escravo dela. Na minha viajem passei por lugares e situações muito interessantes que estão guardadas na minha memória e não no facebook! Pense nisso.

Considerações finais

Estando em Garopaba, não posso deixar de recomendar para quem conhece a cidade um livro que li por indicação de uma amiga e tornou a visão da cidade muito mais interessante, lendas urbanas que não sabia.

Comece sempre com o porquê, temos que explorar a criança dentro de nós (porque do porquê do porquê… tchê, isto até é uma técnica enxuta usada nas empresas para chegar a causa raiz e validar objetivos, os 5 porquês aplicados em sequência), nossa essência que se foi deformada temos que consertar com muita força de vontade. Outra referência abaixo.

Acabe com as desculpas para não investir no seu autoconhecimento ou na performance das organizações que participa, leia mais, curta a natureza, faça as coisas por si e não esperando recompensas, não coloque a culpa nos outros, mas reflita em situações não boas o motivo disto estar acontecendo comigo e qual o aprendizado, crescimento que isto pode me trazer e não tenha medo, pois um dos C’s da mudança é a Coragem baseado em outro C que é a Consciência, aliada a Confiança em um modo de agir Coerente, centrado no seu individuo, ou seja, uma Fé verdadeira e embasada. Crie seus espaços.

Pergunta final, você tem outros F’s para sua performance?

alexandre_ely

Sobre o Autor: Alexandre Ely, Engenheiro Mecânico com experiência em Gestão de Projetos. Consultoria na área de GP para implantação de ferramentas que permitem a colaboração de equipes e que tornem a vida do projeto mais tranquila. Diretor da Ely Projetos. A Ely Projetos tem como mote “Nosso negócio é entregar Performance”.

E-mail de contato:   alexandre.ely@elyprojetos.com.br. Veja mais no site da empresa www.elyprojetos.com.br.

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