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Aspectos importantes da conjuntura e dos cenários – Parte 2

Publicado em 11/09/2015

Edição #36 de 2015

Alguns aspectos importantes da conjuntura e dos cenários que podem impactar direta ou indiretamente no seu negócio.

  1. Economia

    As vendas do setor de higiene e beleza tiveram alta nominal (sem descontar a inflação) de 7,5% no primeiro semestre deste ano, segundo dados de pesquisa da Nielsen.”Higiene e beleza já vem se destacando há alguns anos. Quando o consumidor opta por fazer cortes nos gastos, mantém os desse segmento, mesmo que seja com itens mais baratos”, explicou Bruna Fallani, da Nielsen.

    A alta foi 1,33 ponto percentual superior ao avanço dos preços no período (o IPCA ficou em 6,17%). O setor só perdeu para produtos de limpeza, perecíveis e bebidas alcoólicas, que registraram alta de 9,4%, 8,5% e 7,6%, respectivamente.

    Em 2014, os financiamentos de viagens para pessoas físicas cresceram 10,2% na Caixa Econômica Federal, chegando a R$ 270,3 milhões.

    Para o ministro do Turismo, Henrique Alves, o bom resultado se deve à Copa do Mundo. “A Olimpíada e o dólar elevado devem contribuir para alavancar o turismo nacional neste ano e no próximo”, explicou.

    O grupo mineiro Tauá irá investir cerca de R$ 60 milhões em dois novos hotéis e na ampliação de um resort já em operação. “Sentimos a crise, mas essa situação não vai durar para sempre. Estamos capitalizados e são investimentos para o longo prazo”, explicou a diretora Lizete Ribeiro, da família fundadora da rede.

    Dos três complexos que possui hoje, o grupo observou uma retração maior na unidade da região de Belo Horizonte, mais dependente do turismo de negócios.

    Os recursos sairão de caixa próprio do grupo, e parte será usada na expansão da unidade existente em Atibaia (SP). O número de apartamentos será elevado dos atuais 340 para 720, e serão criadas mais áreas de recreação e eventos.

    Dois outros hotéis  serão construídos. Um deles, também em Atibaia, com perfil econômico e voltado ao público corporativo. O segundo terá perfil de lazer, e ficará na região de Brasília.

  2.  Política/Economia

    O governo de Minas Gerais anunciou que não irá conceder mais reajustes, nomear concursados ou comissionados neste ano. O recado do secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, foi claro: o dinheiro acabou.Segundo o secretário, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê um limite prudencial de gastos com despesas de pessoal. O sinal de alerta é aceso ao bater os 46,55% da receita corrente líquida, e Minas atingiu 46,6%.

    “Como medida cautelar, não podemos nomear pessoas nem dar mais aumentos. Estão adiados concursos e nomeações. É importante que seja de conhecimento de todos os sindicatos a gravidade da situação do Orçamento”, disse Magalhães. Negociações com sindicatos serão mantidas, mas aumentos salariais para este ano não poderão acontecer.

    As contratações só serão autorizadas para repor servidores (exclusivamente da saúde, da educação e da segurança) em casos de aposentadoria ou morte. Aumentos, só nos casos de sentença judicial, determinação legal ou contratual.

    Magalhães explicou que o Estado deve fechar o ano com déficit de R$ 10 bilhões, contra a previsão inicial de R$ 7,2 bilhões. De acordo com o secretário, “o dinheiro não existia, e a situação piorou” porque as receitas teriam despencado: a arrecadação ficará R$ 2 bilhões abaixo do previsto este ano.

    O secretário também reclamou do governo anterior ao citar o aumento da dívida pública. “É bom deixar claro que tivemos, em relação a 2014, um acréscimo de R$ 500 milhões na dívida do Estado, que está dolarizada. O governo anterior não previu nenhum tipo de proteção a esses contratos. Esse aumento tem um peso enorme nas contas”, criticou.

    Com o anúncio, está suspensa a autorização para nomeação de 1.080 investigadores da Polícia Civil e de outros 180 profissionais. O impacto anual da chegada desses novos servidores seria de R$ 74,3 milhões, o maior entre todas as solicitações de pessoal ao governo.

    Na semana em que se discutiu a permanência do ministro da Fazenda no cargo, o ponto mais importante foi a reunião que ele teve com representantes do mercado.

    As informações dão conta que, na última quarta-feira, um grupo com 9 dos mais importantes empresários brasileiros recebeu Joaquim Levy para uma conversa. Nos bastidores, conta-se que ao menos 8 dos 10 maiores grupos empresariais do país estiveram presentes.

    No encontro quase secreto, foram apresentadas as condições dos empresários para manter o apoio ao governo, à gestão da economia e à própria permanência de Levy no cargo. Por isso, telefonaram para a presidente durante o encontro, que atendeu, e foi informada sobre os temas em discussão.

    As três condições que foram apresentadas: manter o grau de investimento do país; buscar a meta de 0,7% de superávit em 2016; cortar subsídios e programas do governo.

    Para os empresários, a perda do grau de investimento terá efeitos catastróficos para o país. Haverá aumento do custo para captar empréstimos, o que aprofundará a recessão e trará mais desemprego como consequência.

  3. Política/Falta de Economia

    Se a conta de luz aumentou para o cidadão, imagine para o governo, que paga as contas de todos os prédios do setor público que lhe cabe. Só na administração federal, o gasto com energia elétrica subiu 40% em relação a 2014 e chegou a R$ 1,3 bilhão até agosto deste ano.Com a popularidade em baixa, o governo federal já gastou este ano R$ 276,2 milhões com publicidade. Desde o ano passado que a Presidência assumiu o primeiro lugar da administração federal em gastos desta rubrica.

    Os maiores desembolsos foram para campanhas. Destaque para os R$ 70,3 milhões destinados à publicidade institucional (informações sobre atos, obras e programas governamentais) e R$ 4,5 milhões de utilidade pública (informar e orientar a população sobre comportamentos que tragam benefícios reais na melhoria da qualidade de vida).

    O segundo item permite entender a pasta que até o ano passado liderava os gastos com publicidade: o Ministério da Saúde. É ele o responsável por campanhas que promovem informação sobre direitos de acesso a serviços de saúde.

    Aliás, num momento em que o país aperta o cinto para conseguir fechar as contas, faz sentido que os repasses para o Fundo Partidário cresçam 163% nos sete primeiros meses de 2015? Não, mas foi o que aconteceu.

    Entre janeiro e julho de 2014, os partidos receberam R$ 179,8 milhões. Em 2015, os valores para financiar as atividades das 32 siglas nacionais já chegaram a R$ 473,3 milhões. Ou seja, com os quase R$ 300 milhões a mais, os partidos receberam cerca de meio bilhão de reais este ano.

    Lideram a lista, previsivelmente, o PT (R$ 63,4 milhões em 2015, R$ 34 milhões a mais que 2014), PSDB (foram R$ 51,9 milhões até aqui, R$ 32 milhões a mais que ano passado) e o PMDB (R$ 50,6 milhões de janeiro a julho, R$ 29,6 milhões a mais que 2014), lembrando que o ano ainda não acabou.

    Se há algo que prejudica, e muito, a visão que a sociedade tem das instituições e de seus representantes políticos é o alheamento destes diante dos problemas nacionais. Dito de outra forma, a desconexão, e até indiferença, entre aquilo que o país precisa e os seus interesses particulares.

  4. Legal

    Na edição #30 de Conjuntura & Cenários citamos uma vitória conquistada na justiça por transparência com dinheiro público. O Ministério do Trabalho e Emprego e a Controladoria-Geral da União venceram longa batalha para ter acesso aos dados sobre a distribuição da contribuição sindical por entidade.Antes, essas informações eram protegidas pela Caixa sob o argumento de “sigilo bancário”, e só se conhecia o total do montante distribuído nacionalmente. Ou seja, saberíamos que neste ano R$ 3,1 bilhões já chegaram aos cofres de 10.123 sindicatos, confederações e federações.

    Pela primeira vez, há conhecimento público do quanto cada entidade recebeu das contribuições descontadas compulsória (caso dos não sindicalizados) e/ou voluntariamente dos trabalhadores do país.

    Lideram a lista a Central Única dos Trabalhadores (CUT), com R$ 55 milhões, seguida por Força Sindical (R$ 43,1 milhões) e União Geral do Trabalhadores (R$ 39,7 milhões).

    Sabe-se também que R$ 537,7 milhões foram destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). E um dado curioso: mais de 600 sindicatos não receberam qualquer centavo.

  5.  Social

    Mês passado, uma chacina deixou 19 mortos na Grande São Paulo. Desde o início, as suspeitas apontavam principalmente para o envolvimento de PMs com o crime.Espanta a frequência com que o Brasil parece ser um país cínico: a investigação da Polícia Militar paulista para apurar a chacina expôs os dados completos das testemunhas que depuseram contra os PMs suspeitos pelo crime.

    Pelo menos quatro pessoas ouvidas tiveram nome, filiação, endereços residencial e comercial, mais telefones divulgados no processo em trâmite, sem nenhum sigilo, na Justiça Militar. Uma das testemunhas contou ter recebido ameaças anônimas desde então, e que vai processar o Estado por danos morais e pela exposição indevida de sua vida.

    Os dados das outras testemunhas incluem dois sobreviventes dos fuzilamentos e uma jovem. Esta última, a testemunha que avistou o carro que efetuou os disparos sendo, mais tarde, escoltado por viaturas da PM.

    Dezoito policiais militares e um segurança particular estão sendo investigados. A principal hipótese é que o crime tenha sido uma vingança policial contra a morte de um cabo.

    Sem entrar profundamente no caso, é preciso observar ao menos duas questões. Em primeiro lugar, a democracia e a civilização não permitem a figura de justiceiros.

    A prerrogativa do julgamento legal existe para garantir que sejam transcorridas todas as etapas de investigação. O objetivo é obter certeza tanto sobre a culpa quanto sobre o tamanho da punição.

    A segunda questão é de ordem ainda mais prática que a anterior. O vazamento de informações sigilosas, mais que um erro, se parece terrivelmente com um indício de conivência da corporação com o crime cometido. Que confiança se pode ter em uma polícia que não segue as leis?

Direção: Luis Borges
Pesquisa e redação: Igor Costoli

Referências:

  • Contas Abertas
  • Folha de São Paulo
  • O Tempo
  • UOL

luis borges

Sobre o Colunista:  Luis Antônio Borges, é Engenheiro Mecânico formado pela UFMG e Mestre em Engenharia Sanitária e Ambiental. Atua como Diretor, Consultor e Instrutor, Especialista em Planejamento e Gestão Estratégica de Negócios, Governança Corporativa e Sucessão de Empresas Familiares, Gestão Operacional dos Processos, ISO 9000, ISO 14000, ONA, Certificações ANVISA na empresa Luis Borges Assessoria em Gestão.

E-mail de contato: luis-aborges@hotmail.com – Blog: http://observacaoeanalise.com.br

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