Avaliação de projetos sem tiro no escuro

Resumo: Por mais esdrúxula que pareça a situação, ainda há organizações que aprovam projetos utilizando o método “tiro no escuro”, ou seja, gastam munição sem saber onde ou em que estão atirando. Muitas vezes nem se dão conta quando eventualmente o alvo é alcançado.

No atual status da economia brasileira, onde as empresas se encontram com sérias restrições (ou total indisponibilidade) de recursos, a execução de um portfólio eficaz de iniciativas, dentre outras soluções, pode minimizar os efeitos negativos da crise e impulsionar as oportunidades do negócio. O ato de executar projetos sem uma noção prévia dos resultados a serem obtidos é um pecado capital e demonstra completa falta de compromisso com o orçamento corporativo. Então, como realizar a avaliação de um projeto tornando assertiva a decisão de investimento?

Antes de tentar responder a pergunta do parágrafo anterior, coloque-se na posição de um administrador na seguinte situação: a empresa em que atua passa por um momento crítico e é preciso agir rápido para que as coisas não se agravem ainda mais. O faturamento reduziu consideravelmente nos últimos três meses e as medidas de contenção de custos não surtiram o efeito esperado. No intuito de formular ações corretivas, você promove uma grande reunião com os principais gestores, dando oportunidade para que os mesmos exponham suas propostas. De forma muito positiva, a reunião se encerra com uma lista de projetos aparentemente potenciais, ainda que em fase de escopo preliminar. Você está satisfeito com as iniciativas apresentadas por sua equipe, mas sabe que os valores planejados estão acima do orçamento contingencial disponível. Que projetos serão priorizados? Quais apresentam maior atratividade financeira? Quantos darão retorno sobre o valor investido ainda neste ano? Voltamos então à pergunta do primeiro tópico deste texto.

Avaliação econômica

Para auxiliá-lo neste processo de decisão, é preciso traduzir as vantagens e desvantagens dos diferentes projetos numa linguagem única e objetiva, de modo a evidenciar as melhores opções. Neste caso, o mais indicado é traduzir as informações disponíveis de cada iniciativa planejada para o idioma preferido dos empresários, acionistas e investidores em geral: money!

Os indicadores monetários representam o principal mecanismo para avaliar projetos na perspectiva financeira. Quando falamos sobre Estudo de Viabilidade Econômica (EVE), os principais indicadores são: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Pay Back. Não entraremos neste momento em maiores detalhes sobre eles, mas é importante esclarecer que outros mecanismos devem ser utilizados para complementar os estudos dos projetos, como a análise de cenários, análise de sensibilidade, entre outros, compondo assim uma análise multicriterial.

O mais importante é saber que todo recurso investido deve proporcionar uma taxa de retorno economicamente viável que justifique sua alocação. O contrário disso, como já ouvi sabiamente dizer por aí, é como texto fora de contexto: um mero pretexto!

Referências:

Curso in company: Planejamento Orçamentário ministrado pelo economista e conselheiro do COFECON Marcelo Martinovich dos Santos.

Sobre o Colunista: 

Heitor Zamboni, Bacharel em Economia, MBA em Gerenciamento de Projetos e MBA em Logística Empresarial. Profissional executivo com sólida experiência nos processos de planejamento estratégico e gestão de projetos no mercado de saúde suplementar. Atuação como consultor empresarial e professor em cursos de pós-graduação. Associado ao Project Management Institute (PMI). E-mail para contato: heitor.zamboni@pmipe.org.br.

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