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Como funciona a mente dos vencedores

Publicado em 28/09/2016

Antes de qualquer coisa vou logo avisando; este não é um artigo com embasamento científico. Eu não sou psicólogo e não fiz pesquisa de campo com “trocentos” atletas vencedores. E por que estaria escrevendo sobre como funciona a mente dos vencedores se eu não me propus a estudar o caso metodicamente? Porque não precisa. Eu conheço uma série de vencedores, dezenas, centenas. Eu sou um vencedor e você também é. Quando éramos apenas espermatozoide vencemos uma verdadeira guerra para termos direito a encontrar e acessar o óvulo das nossas mães e ali nos desenvolvermos e nascermos. Uma espetacular vitória, não? E quando nos foi dada a luz? Pensando agora, olha que tremendo desafio sermos colocados num mundo criado para nos fazer sofrer e sermos obrigados a lutar por nossa sobrevivência. Uma verdadeira guerra vencida com ajuda dos nossos pais. Quer mais exemplos de vencedores? Há 8 anos atrás conheci um garoto que era filho de um catador de papel e batia de casa em casa pedindo o acesso ao nosso lixo, tudo o que considerávamos imprestável e sem valor. Enquanto o pai queria separar o que era lixo reciclável, o garoto me pedia um caderno usado com folhas em branco, um livro velho, um lápis. Qual não foi minha surpresa em ver esse garoto, 5 anos depois, em uma foto de jornal com a cabeça raspada e o titulo “Do lixo à matemática“. Pois é meu amigo, o garoto que pedia caderno e livro velho pra estudar, estava cursando matemática na Universidade Federal de Pernambuco.

mente dos vencedores

E o que a história de espermatozoides, atletas e catadores de lixo tem a ver com mentes vitoriosas? Tudo. Esses são exemplos vencedores e são os vencedores que fazem a diferença. Os loucos também fazem, mas isso é assunto para um próximo artigo. Nos 3 exemplos que citei, também há perdedores. Os espermatozoides que não alcançaram seu objetivo, os atletas que não chegaram ao pódio e os catadores de lixo que não conseguiram entrar para universidade. Assim também funciona na nossa vida profissional. Nós vivemos em uma eterna senoide onde há picos de sucesso e quedas arrebatadoras. Quem realmente quer vencer na vida deve ter a consciência de que as derrotas fazem parte da trilha do sucesso. Muitas vezes, no ambiente corporativo, vemos muitos profissionais tristes, insatisfeitos com o que estão fazendo, com vontade de matar o chefe e colocando defeito em tudo. Essa mente não é vencedora e nunca será, simplesmente porque a vitória tem um precedente importantíssimo chamado resiliência. A mente dos vencedores está alheia a pensamentos negativos, inveja e mesquinhez. Quem quer vencer impõe um objetivo a si próprio, elenca os passos para alcançá-lo e faz tudo o que for possível para segui-los.

Em um artigo publicado em Maio desse ano, onde apresentei um método desenvolvido por mim chamado MEsP (Mapa Estratégico Pessoal), propus que um objetivo fosse mentalizado e estipulado uma meta de 3 anos para alcança-lo. Algumas pessoas acharam que “3 anos era muito tempo e que a mundo dá voltas, já que o que se queira daqui há 3 anos pode sofrer alterações devido às mudanças de interesse e de prioridades nesse tempo”. Claro, há casos e há casos. Concordo que em 3 anos muita coisa pode acontecer que faça você repensar seus objetivos.

Mas deixa eu voltar para o caso dos atletas, aproveitando claramente a recente realização das Olimpíadas aqui no Brasil. Sabe o Michael Phelps, maior medalhista olímpico de todos os tempos? Das Olimpíadas de Londres 2012 pra cá se passaram 4 anos, não é mesmo? O Phelps traçou um objetivo em 2012 para ser alcançado em 2016. Nesse período de 4 anos, muita coisa aconteceu com ele. O Phelps entrou em depressão em 2013, pensando inclusive em suicídio. Em 2014 foi preso por dirigir em alta velocidade e embriagado. Consumiu drogas, estava praticamente perdido e cada vez mais longe do seu objetivo. Mas a mente do vencedor não abandona o que se busca, aconteça o que acontecer. E assim ele retomou sua vida de treinos fortes, de 6 a 9 horas por dia treinando incansavelmente, casou-se e teve um filho. Veio à Rio 2016 e conseguiu chegar onde nenhum outro chegou. Seu objetivo estava enfim cumprido.

A mente do vencedor busca razões para que a vida seja vivida e nesse contexto pensamos em tantos profissionais que simplesmente trabalham para terem o seu salário no fim do mês. Não há ambição, não há objetivos maiores. São 8h por dia de um calvário onde é aceito o chicote em troca de um salário. Essas pessoas não chegarão onde as mentes vencedoras chegam. Os campeões são pessoas que se desafiam, que se colocam em frente a si próprio para serem superados. E eu insisto em perguntar as pessoas do meu convívio que estão dentro desses parâmetros: onde vocês querem estar daqui a 3 anos? Muitos simplesmente se calam e isso me entristece.

Há algo verdadeiramente interessante na mente do vencedor – ele se concentra no que ele realmente é bom. E isso é outra premissa importantíssima. Há profissionais que querem ser tudo e não conseguem ser nada. Já conheci gente que disse ser muito bom em logística me se colocar ele pra fazer qualquer coisa na área de departamento pessoal ele “desenrola”. Esse cara não vence. Esse tipo de mentalidade não se desafia a melhorar naquilo que já é. O desafio não é um operador de logística encarar um departamento pessoal, o desafio é o operador de logística buscar a gerência e posteriormente a diretoria de logística. Ora, por que não? O seu diretor de logística de hoje um dia traçou um objetivo e conseguiu alcança-lo. Por que você não pode alcança-lo também? Quando você pensa pequeno já entra no jogo perdendo por 3×0.

Toda vez que alguém vem conversar comigo, seja pessoalmente, pelo LinkedIn ou por e-mail, sempre tem gente que fala “poxa, eu tou começando a conhecer a área de Gerenciamento de Projetos, achando interessante, quero estudar, me certificar. O que você propõe para que eu consiga entrar nessa área?”. A primeira coisa que digo é – você precisa descobrir qual é a tua! Simples né? Não é não. Gerenciamento de projetos é uma área onde o profissional precisa ter habilidades humanas extremamente bem desenvolvidas. Tem um lado político que precisa estar muito aguçado, uma capacidade de interlocução com vários stakeholders extremamente exigentes, fins de semana perdidos, constante trabalho sob pressão. Não é qualquer um que aguenta isso. Por isso é importante você achar sua praia, porque quando você conhece onde a onda quebra, pra que lado o vento sopra e onde tem peixe, o resto é beira-mar.

Bem, para concluir o artigo, trago uma frase do Ralph Marston muito conhecida que diz o seguinte:

“O sucesso não é determinado pelas vezes em que você cai ou é derrubado, mas na rapidez com que você volta a se levantar.”

wagner_borba

Sobre o Colunista: Wagner Borba, Gerente de Projetos da Tecnoset IT Solutions. Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação pela FG/Laureate International Universities de Pernambuco e certificado Project Management Professional (PMP®) pelo PMI. Possui 10 anos de experiência em projetos nas áreas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação em empresas multinacionais como Alcatel-Lucent, Isolux Corsan e Huawei Technologies, atuando em projetos de grande porte para as maiores operadoras de telefonia do país. Também atuou como consultor em gerenciamento de projetos para empresas das áreas de TI, Saúde Ambiental, Construção Civil, Logística e Telecomunicações. Hoje atua com projetos de TI e Serviços voltados para o setor público é voluntário e facilitador no grupo de estudos preparatório para certificação PMP oferecido pelo PMI-PE.

Email de contato: wagner.borba@pmipe.org.br /wborbaconsultoria@gmail.com

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