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Adivinhação ou dedução? Desvendando o amanhã

Publicado em 14/03/2017

Adivinhação ou dedução? O que os futurólogos fazem para enxergar antes de nós para onde vai o mundo? É o que o Prof. Lúcio Fonseca explica neste texto.

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“As pessoas vão sofrer cada vez mais com a incessante demanda por mudanças que caracteriza nosso tempo. Para elas, o futuro chegará cedo demais.”

(Alvin Toffler e Heidi Toffler – Futurólogos – in O Choque do Futuro – 1970)

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COMENTÁRIO
Dez anos antes de escrever o clássico “A Terceira Onda” (1980), que antecipava os impactos da Era da Informação, Alvin Toffler e sua mulher Heidi já anteviam o contínuo “tsunami transformacional” que tomaria conta do mundo, especialmente a partir dos anos 90. Como puderam fazer isto? Magia? Astrologia? “Chute”?

Nada disto. Em um artigo de Camila Hessel, publicado na revista Época Negócios de 2008, eles “entregam” os segredos de suas sempre tão acertadas previsões. Segredos que todo empreendedor/empresário/gestor pode aprender e que precisa aplicar, num mundo cada vez mais mutante em termos de sociedade, tecnologia e negócios. São eles:

  1. Ter um ouvinte atento, que pense diferente e com quem se possam travar conversas e discussões bem fundamentadas; acrescento: passar longe dos “yes men”;
  2. Estudar História; só ela permite desenvolver a capacidade de projetar os possíveis desdobramentos de um determinado fato e relacioná-los a outros eventos importantes; “Só a História nos permite identificar como as mudanças tecnológicas, econômicas, sociais e culturais estão entrelaçadas e se influenciam mutuamente”, é o que afirmam;
  3. Para antecipar demandas dos consumidores, conhecer tecnologias de vanguarda e novos fenômenos sociais, nada como “consultar” os amigos de seus filhos – e os irmãos e primos mais novos deles; segundo Toffler, muitos investidores de fundos de Private Equity nos EUA ouvem adolescentes e crianças na hora de avaliar projetos para possível financiamento; “Por serem mais abertos à novidade e menos céticos, os jovens têm pontos de vista muito ricos”, afirma;
  4. Observar e avaliar constantemente novos modos de vida: mudanças na estrutura familiar, evolução do número de casamentos e da “produção” de filhos, aumento ou diminuição da aceitação de novos arranjos familiares, etc.; ler revistas femininas, acessar sites voltados para o público gay e assistir a séries para adolescentes são maneiras de estar em contato e perceber a movimentação e tendências; fechar-se para elas é deixar de perceber sinais importantes;
  5. Viajar muito e transformar toda viagem – de negócios ou turismo – em oportunidade de pesquisa cultural e aprendizagem – o mercado X está ou não aquecido? O país Y é mais ou menos burocrático?;
  6. Ler o maior número possível de jornais e revistas, assistir à televisão, prestar atenção às mensagens publicitárias, que são um instrumento poderosíssimo para compreender o comportamento das pessoas;
  7. Ter amigos “fora do padrão”; quanto mais diversificado e inusitado for o rol de amigos, maior a possibilidade de ampliar a visão e de tomar contato com os mais diversos temas e pontos de vista; “Quanto mais diversificadas as conexões pessoais, maior o repertório e, consequentemente, a habilidade em captar movimentos de mudança relevante”, diz Heidi;
  8. Ser uma “máquina de leitura”, privilegiando a diversificação à quantidade; “É preciso evitar o isolamento intelectual. Os livros de ficção científica têm muito a ensinar àqueles que querem construir negócios visionários.” Acrescento um exemplo: publicada originalmente em 1950, por Isaac Asimov, a série “Eu, Robô” antecipa muito do que é hoje a Robótica, com um importante adendo: as três leis da Robótica, que, utilizando princípios puramente lógicos, protegeriam o ser humano e impediriam que os robôs se tornassem uma ameaça (o filme de mesmo nome, de 2004, é apenas uma releitura livre da obra de Asimov – como sempre é dito, o livro é (muito) melhor.

Se pudéssemos resumir em poucas palavras o segredo dos futurólogos, talvez coubessem bem estes preceitos: curiosidade inesgotável, humildade para ouvir, atenção a tudo, amigos e leitura diversificados, ampla cultura geral. Aí, prever o futuro fica… menos difícil.

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Sobre o Colunista:

Prof. Lúcio de Andrade Fonseca, Consultor Empresarial e Educacional e palestrante reconhecido no Brasil e no exterior. Foi Executivo Educacional do Grupo Kroton, por longos anos, exercendo as funções de Diretor de Unidades Escolares, no Brasil e no Iraque, e de CIO (Diretor de Tecnologia). É Consultor de Gestão Estratégica de entidades públicas, privadas e do terceiro setor, no Brasil e em Angola. Exerce também a função de Vice-Presidente de Assuntos Educacionais da SUCESU-MG. Através da empresa FF Digital Tecnologia, Treinamento e Desenvolvimento, da qual é fundador e Diretor Executivo, coordena programas de capacitação para executivos, que têm participação expressiva de gestores de empresas de mineração de Angola. E-mail de contato: lucio@luciofonseca.com.br  – site: http://ffdigital.com.br

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