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ENTREVISTA: a importância da Engenharia de Custos e Orçamento – Idílio Martins

Publicado em 11/01/2017

Nossa entrevista desta vez é com o Eng. José Idílio Martins, Engenheiro Eletricista da empresa NBI Engenharia e Serviços que fala sobre a importância da Engenharia de Custos e Orçamento.

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1- Apresentação

Fale um pouco sobre seu dia-a-dia, com que tipo de projeto trabalha, como a Engenharia de Custos e Orçamento faz parte, o que você tem visto de mais certo e pontos de melhoria.

Estou, há cerca de 25 anos, na direção da divisão de serviços de uma pequena empresa do ramo de manutenção elétrica.

As duas principais prerrogativas deste cargo são o gerenciamento da rotina e a prospecção de novos negócios, que são tratados como projetos.

Na rotina, o objetivo é literalmente “fazer a máquina andar”. Isto implica tratar os gastos com lupa – ou, com um olho no peixe e outro no gato: investimentos são tratados segundo demandas específicas de contratos, e/ou segundo a expectativa de consolidação de novos negócios.

Quanto aos novos negócios – os nossos projetos – a Engenharia de Custos e Orçamento é ferramenta fundamental para a tomada de decisão. Sua correta – e boa – utilização permite trabalhar dentro de uma faixa de segurança capaz de nos manter competitivos no mercado, sob o  mantra de “não ser tão conservador que possa levar à perda da concorrência, nem tão atirado que possa levar ao prejuízo”, e seus derivados – suspensão de contrato, renegociação, perda de foco em qualidade, alteração de escopo, mudança de prazos, entre outros.

Sobre as melhorias, acredito que todo profissional que trabalha com custos e com orçamentos (e quem não trabalha?) sonha com escopos bem consolidados (por parte de seus requisitantes) e com a possibilidade de se manter atualizado sobre as demandas de sua área – as ferramentas de TI, a estrutura tributária, a legislação, as ameaças e oportunidades, a movimentação em seu segmento de mercado e as perspectivas econômicas. Isto me leva crer que as Instituições de ensino que mantiverem comunicação permanente com este profissional estarão “azeitando” a citada melhoria.

2- Entrevista

2.1) Muito se fala em Orçar corretamente, às vezes é até feito, mas por que ainda perdemos dinheiro?

Acredito que perdemos dinheiro – ou mesmo deixamos de recebe-lo devidamente –  por alguns fatores, que podem ser tratados isoladamente ou em conjunto:

  1. Requisições com prazos muito curtos para devidos esclarecimentos, e com prazos muito curtos para resposta;
  2. Escopo e/ou especificações incorretos, incompletos e/ou dúbios;
  3. Desconhecimento sobre o BDI;
  4. Desconhecimento sobre estrutura tributária;
  5. Necessidade de “ganhar a qualquer custo”.
2.2) Quais são elementos chave para construir um orçamento realista para projetos de Engenharia e Construção?

Acredito que o primeiro passo seja o “autoconhecimento”. O profissional de Engenharia de Custos e Orçamento, antes de conhecer o “mundo exterior”, precisa dissecar a estrutura à qual pertence – sua estrutura organizacional, seus limites, seu apetite a riscos, seu plano de negócios.

O segundo passo é estudar – manter-se atualizado sobre o a área, estudar o seu próprio segmento de mercado, estudar o segmento de mercado ao qual pertence o Requisitante, estudar o Requisitante (conhecer a empresa) e buscar interferir preventivamente nas especificações (quer seja dando suporte às áreas comerciais da própria empresa, quer seja na fase de visitas técnicas e abertura de cadernos). Acredito que o custo de “ressalvar” continua sendo muito alto.

2.3) Como a Engenharia de Custos atua para garantir cumprimento de qualidade, segurança, custo, escopo e prazo?

O dono de uma Empresa atua com um olhar fixo sobre um tripé – suas vendas, suas compras e o feedback de seus Stakeholders (aqui incluídos todos os seus clientes, fornecedores, funcionários, colaboradores, etc.).

E não consigo conceber qualquer distância entre ele e sua equipe de Engenharia de Custos e Orçamento. Lá ele encontrará respostas para a margem de segurança a ser aplicada, para os limites de qualidade, para eventuais variações em torno do escopo, e para os riscos presentes no cronograma.

2.4) O que podemos prever de novidade para se orçar e controlar custos corretamente os projetos nos próximos anos?

A boa notícia é a busca crescente pela especialização. Profissionais das mais diversas formações vêm buscando se especializar na Engenharia de Custos e Orçamento. Isto vem nos trazendo para o “nivelamento por cima”.

Acredito que esta onda – que não é uma “marolinha” – está motivando a criatividade, que, no curto prazo, significa inovação. Devemos prever especificações mais claras, análises técnicas mais simples, e a utilização maciça dos canais de TI para atualização de bancos de dados. A Indústria 4.0 demandará profissionais capazes de aliar conhecimento técnico – multidisciplinar e/ou especializado – totalmente integrado a um compromisso com inteligência de custos. Isto significa saber se posicionar quanto aos caminhos a seguir – temos que nos preparar para respostas do tipo “ menos é mais”: menos burocracia é mais produtividade, por exemplo.

3- Mensagem final

Estamos nos preparando para sair de uma grande crise – daquilo que pode ser considerado quase uma depressão socioeconômica. A grande vitamina que estamos tomando é o conhecimento. As Instituições Acadêmicas – que não estão livres da crise – tentam se equilibrar entre a debandada de seus potenciais contratantes e a incessante busca dos profissionais pela atualização. E o que estamos vendo é um crescimento da oferta de cursos rápidos e uma reestruturação (racionalização) de grades curriculares. As salas de aula voltam a ser povoadas, e isto amplia o debate entre a escola, a sociedade e as empresas.

A mola impulsionadora é a fé na retomada do crescimento – que implica emprego, valorização profissional, saída do endividamento, retorno do lucro e giro da roda da economia. A sociedade agradece.

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Sobre o entrevistado: José Idílio Martins, Engenheiro Eletricista, pela PUC/MG; MBA em Gestão de Negócios. Especialista em Custos e Orçamento; Especialista em Engenharia de Manutenção. Associado à ABRAMAN e ao PMI. Desde 1990 trabalha na empresa NBI Engenharia e Serviços, como Diretor Técnico. Sócio-Diretor da TINO Consultoria. Professor de pós-graduação em disciplinas de cursos de Engenharia de Custos e Orçamento, Gerenciamento de Projetos, Engenharia de Manutenção, Gestão de Processos e de Finanças, Auditoria e Controladoria. E-mail de contato: idilio@nbirep.com.br

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