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Estimativas de custos, riscos e índices de um projeto de Engenharia

Publicado em 24/12/2015

Resumo

A adoção do gerenciamento de riscos de um projeto torna-se se uma ferramenta estratégica para a tomada de decisão da contrata e contratante na fase de estimativa de custo, preços e prazos de um projeto. No intuito de subsidiar as empresas na elaboração do orçamento de um projeto, o estudo irá descrever sobre estimativa riscos do projeto e a fase inicial de estimativas de custo.

projetos

Introdução

A “recommended practice” (RP) 58R-10 Escalation Estimating Principles and Methods Using Indices, trata dos princípios e metodologias que a AACE definiu como “escalation“, ela pretende subsidiar a escolha e desenvolvimento de métodos, não apresenta métodos já definidos de estimativa. A definição de “escalation” é dada pela RP 10S-90, de maneira resumida é a previsão de custos ou preços pautados por fatores externos ao projeto como, flutuações cambiais, mudança no cenário político e de mercado.

Em tempos de estabilidade o índice “escalation” pouco influi no orçamento, mas quando se tem uma vasta gama de incertezas, como em um pais em desenvolvimento, tal qual o Brasil. A adoção de métodos confiáveis para estimar este índice se torna vital, erros nesta fase do orçamento usualmente se convertem em disputas entre contratado e contratante, segundo a AACE.

Desenvolvimento

A estimativa de custo do projeto para finalização da proposta de trabalho, deve levar em consideração todas as variáveis necessárias para realização de um trabalho pautado em qualidade e eficiência, visando sempre redução de custos, preços competitivos e riscos inerentes ao projeto.

A composição dos custos é imprescindível para previsão do que será gasto durante a execução de um projeto. A formação do custo é composta basicamente por:

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Figura 1 –  Formação do custo do projeto

Toda essa fase faz parte do plano de gerenciamento do custo do projeto, que define o formato e estabelece as atividades e os critérios de planejamento, estruturação e controle dos custos do projeto.

O princípio básico para mitigar o risco de estimativa de custo, é a utilização de técnicas e ferramentas adequadas. Um exemplo seria envolver na reunião de planejamento, os fornecedores, líderes por cada fase do projeto, onde possuem experiência e podem contribuir de alguma forma. A realização de pesquisas prévias e consulta a especialistas também ajudam na diminuição de erros na estimativa dos custos dos projetos.

Após a realização do planejamento do gerenciamento dos custos é necessário realizar o mapeamento dos riscos.

O processo de mapeamento dos riscos envolve a identificação de quais riscos podem afetar o projeto e documentá-los, realizando a revisão de projetos anteriores, ou seja, utilizando uma base de dados histórica que possa servir de ferramenta para sustentar a analise atual, realizar um brainstorning, checklist e índices como suporte.

Os riscos se dividem em 03 categorias:

  • Riscos de Projeto: são riscos ligados diretamente ao projeto. Se os riscos de projeto se tornarem reais, o custo e o tempo de projeto podem aumentar drasticamente. Os fatores que estão intimamente ligados a estes riscos são: requisitos, pessoal, recursos, cliente, orçamento e cronograma. Eles podem ameaçar o plano do projeto, atrasar o cronograma e aumentar os custos.
  • Riscos Técnicos: são riscos relacionados à qualidade do produto a ser desenvolvido. Se os riscos técnicos se tornarem reais, a implementação do projeto pode se tornar difícil ou impossível. Riscos técnicos envolvem problemas de design, implementação, interface, verificações e manutenção. Eles ameaçam a qualidade e a pontualidade do projeto.
  • Riscos de Negócios: são riscos relacionados à viabilidade do projeto. Se os riscos de negócios se tornarem reais, o projeto pode ser até cancelado. Entre os riscos de negócios estão: a) produção de um produto excelente, mas que não tem demanda; b) troca do gerente do projeto; c) produção de um produto que não se encaixa no mercado.

O escopo do mapeamento dos riscos, deve seguir a estrutura da figura abaixo:

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Figura 2: Mapa de gerenciamento de riscos

O gerenciamento de riscos tem o objetivo de tentar identificar todos os riscos possíveis, maximizar os resultados dos eventos positivos, minimizar seus impactos e consequências, gerenciar as responsabilidades de materialização dos eventos, e prover planos contingenciais para suprir os riscos que eventualmente se materializem.

Os riscos nem sempre são negativos. Existem os riscos positivos, que identificados e estudados estarão melhorando a qualidade do projeto, reduzindo os custos e eventualmente reduzindo os prazos.

Uma das mais importantes etapas do gerenciamento de risco, tal como em outro trabalho qualquer, é a avaliação do mesmo. Ele deve ser constantemente avaliado, para que qualquer alteração seja feita a tempo e possamos obter sucesso no projeto.

O conceito de risco, ou incerteza, é muito amplo e cada vertente que trás novas dimensões e fatores devem ser analisados separadamente como visto. A “RP 58R-10”, discorre a respeito das incertezas do mercado financeiro, novas regulamentações, novas tecnologias e o mercado em que a empresa está inserida na forma de concorrentes ou o mercado regional como um todo.

O índice tratado pelo artigo não lida com problemas no escopo do projeto, mudança de diretória ou incertezas como prazo de entrega de fornecedores. Apenas fatores externos. Segundo a AACE o índice que leva em consideração estes fatores é denominado de “Contigency“. Embora ambos os índices tenham ferramentas metodológicas e matemáticas similares para seu desenvolvimento, tratam de assuntos diferentes.

Não há uma só melhor prática para estimar o “Escalation“, são várias técnicas e cada uma tem fatores que depõem a favor e contra, cabe ao orçamentista identificar suas necessidades.

Os métodos identificados na RP 58R-10, necessitam de apropriações econômicas que usualmente tomam a forma de previsão de preços ou custos futuros, expressos por um índice relativo, converte o custo do ano base em um fator percentil. Uma formulação geral útil para entender o conceito é proposta pelo artigo e citada abaixo em tradução livre.

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Conclusão

A análise dos fatores que o índice citado no artigo se dispõe a quantificar, as incertezas que não podem ser influenciadas ou controladas pela empresa, são de vital importância em um pais que tem a conjuntura socioeconômica que o Brasil tem. Entretanto esta análise, quando feita, é feita de maneira amadora no mercado Brasileiro, por parte do poder público em licitações e também pela iniciativa privada. Esta é uma excelente oportunidade, uma lacuna, gerir bem riscos é um grande diferencial, promove vantagens comerciais.

Gerenciar riscos com eficiência constitui-se não apenas em um grande desafio na atualidade, mas é inclusive um fator crítico tanto para o sucesso do projeto, como também para a sobrevivência da empresa.

Os riscos são inerentes a todo projeto. O gerenciamento de riscos é importante exatamente para analisar os mesmos, e reduzir as incertezas, os custos e os atrasos. O gerenciamento induz ao gerente do projeto, um melhor entendimento das melhores saídas para os eventos negativos e o melhor aproveitamento dos eventos positivos. Atualmente se acredita que os riscos, por mais sérios que possam ser, e mais consequências negativas que possam ter, podem e devem ser tratados de forma a gerar uma consequência positiva, transformando o risco em vantagem competitiva para a empresa. Este é exatamente o papel do gerenciamento de risco.

Referências

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Sobre os Autores:

Marielly Lopes; Graduada em Ciências Contábeis pela PUC Minas. Pós-Graduada em Controladoria e Finanças pela UFMG. Experiência em Controladoria/Contábil e Custos. Atuação na área de análise de resultados, análise de custos fabril e serviços, elaboração de relatórios gerenciais, acompanhamento de indicadores financeiros e prazos, monitoramento de custos variáveis e fixos, acompanhamento e execução de orçamento, e realização de follow-up de projetos. Análise e elaboração de Balanço, DRE, DFC e relatórios gerenciais. E-mail de contato: marielly_lleles@yahoo.com.br.

Jeane Leão: Graduada em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia Kennedy em dez/2011. Experiência em leitura, interpretação e levantamentos de quantitativos de projetos; medições (de subempreiteiros e junto aos órgãos contratantes); elaboração de contratos de sub-empreitada; análise financeira e produtiva, elaboração de aditivos/ pleitos contratuais.E-mail: jeane_leao@hotmail.com

João Paulo Rigotto; Graduado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia Kennedy dez/2014, Experiência em projetos Hidrossanitários, suporte técnico e controle de custos a obras de Saneamento e Terraplenagem, confecção de carta proposta para licitações públicas, artigos científicos publicados na área de gestão de recursos hídricos. E-mail de contato: jp.rigotto@bol.com.br.

Contexto: Artigo apresentado da turma Pós em Engenharia de Custos e Orçamento – Turma 8 do IETEC ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho.

 Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. Fellipe Ribeiro Fernandes disse:

    O artigo nos mostra a importância do profissional fazer o uso de todas as ferramentas e técnicas disponíveis, principalmente o gerenciamento de riscos, para estimar de maneira correta o custo das possíveis ameaças ao projeto e assim realizar um trabalho completo, eficiente e com a qualidade desejada.

    Fellipe Ribeiro Fernandes

  2. Andre Araujo disse:

    Com base no artigo, vemos o quão importante é que uma pessoa voltada a custos, não possua apenas a visão de sua fatia. Um bom profissional de custos tem de possuir habilidades em diferentes processos. Principalmente no Brasil, onde se há muitas intemperes que influenciam no resultado final de uma estimativa. Logicamente que o risco, se reduz bastante com a participação de uma equipe qualificada e que venha a tornar os potenciais riscos em oportunidades de melhoria.

    Simão Araujo

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