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Falta de Estudos Prévios dos Custos dos Insumos

Publicado em 30/07/2014

Falta de Estudos Prévios dos Custos dos Insumos na Região do Empreendimento

Resumo: O presente trabalho busca avaliar os impactos causados no orçamento de um empreendimento devido à falta de estudos prévios dos custos dos insumos na região onde o projeto será executado. Trata-se de um erro comum entre orçamentistas que muitas vezes trabalham com planilhas e estimativas genéricas e não focadas na realidade onde o empreendimento será iniciado.

Introdução:

Nos dias atuais, onde os empreendimentos cada vez apresentam patrocinadores mais seguros e em busca de negócios rentáveis e ao mesmo tempo com grau de risco baixo ou moderado, executar um orçamento de qualidade empregando metodologias consagradas podem ser a diferença para que um projeto saia do papel ou alcance os resultados esperados.

Quando falamos de estouro do orçamento, várias causas podem ser levantadas para justificá-las, tais como:

  1. Entendimento incorreto do escopo que pode levar a mudanças depois do início das atividades
  2. Projeto de engenharia com baixa qualidade de racionalização dos recursos ou que não seguiu uma metodologia executiva correta.
  3. Arbitrar valores ou quantitativos ao invés de estimar com índices confiáveis e compatibilizá-los com os quantitativos de projeto. Estimar é usar de ferramentas para se chegar a um número lógico a realidade aplicada.
  4. Custos levantados por apenas um profissional que acarreta em uma má conferência de todo o processo. É recomendado que uma equipe multidisciplinar avaliasse os dados e números da estimativa para que sejam passadas informações mais corretas e confiáveis.
  5. Utilização incorreta dos dados históricos: Os custos de projetos semelhantes são adotados na íntegra, sem que se resguardem as diferenças e particularidades e também sem que se aplique a correta atualização monetária e da data base dos valores.
  6. Não executar a análise de risco e conseqüentemente não carregar seu orçamento com a verba necessária.
  7. Não aplicar corretamente os impostos vigentes da região.

Nesse estudo vamos focar em uma causa que pode gerar surpresas desagradáveis aos executores de obras quando no orçamento ela não é levada em consideração: Estudo dos insumos regionais. É preciso estudar a região onde irá ser executado empreendimento e levar em consideração sua infraestrutura e disponibilidade de recursos para que nosso orçamento não estoure.

O que a falta de estudos prévios dos custos dos insumos na região do empreendimento afetam em seu resultado?

A previsão dos custos e preços dependerá muito do grau de conhecimento que o orçamentista tem do projeto, ficando o sucesso de um empreendimento, entre outros fatores, dependente do acerto entre o que foi previsto (orçado) e o que irá ocorrer na prática (custeio). O orçamento é um dos elementos para a tomada de decisões, junto com o cronograma físico-financeiro. O proprietário (cliente) deve saber a priori se terá condições de arcar com os custos ou, no caso de uma obra própria, a construtora precisa saber como será o desembolso ao longo da obra.

Deve-se conhecer a região onde será aplicado o empreendimento e se esta cidade oferece condições e infraestrutura para que o empreendimento seja executado, pois isto afetará diretamente na metodologia que a empresa empregará na região.

Um fato determinante para o sucesso de um empreendimento são os recursos disponíveis no local e a qualidade da mão de obra empregada nas atividades a serem desempenhadas. Atualmente a indústria da construção civil trabalha para atender as necessidades de infraestrutura e moradia da população. Contudo, as empresas têm aplicado produtos e sistemas construtivos novos para suprir esta necessidade de forma rápida e com bom desempenho construtivo.

Uma das conseqüências do aquecimento do mercado da construção tem sido a escassez de mão de obra capacitada para atender demanda do setor, e neste caso a oferta de cursos e treinamentos de capacitação torna-se peça-chave para que a indústria possa aplicar as novas técnicas e ferramentas. A mão de obra considerando leis sociais chega a representar 52% dos custos da edificação. Mas esse número pode tornar-se maior quando a mão de obra não possui qualificação.

Quando falamos de orçamentos de empreendimentos muito grandes, como construção de uma hidroelétrica, um novo estaleiro ou até um novo projeto mineral ou siderúrgico muitas vezes está falando de empreendimentos com valor muito alto em obras civis e montagens eletromecânicas. Em muitas das vezes esses projetos são em regiões de difícil acesso ou longe de algum município com boa infraestrutura. A fase de orçamento desse novo empreendimento deve levar em consideração fatores relacionada aos insumos encontrados na região de execução das obras, caso contrário há um grande risco do estouro do orçamento. Não avaliar os recursos através de visitas de campo e pesquisas prévias levará a problemas futuros entre Orçado versos Realizado.

A seguir mapa mental básico do estudo prévio dos insumos para alimentação do orçamento:

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Figura 1 – Mapa mental relacionando insumos e orçamento

Como o universo de insumos é muito variado, normalmente não temos prazo para executar consultas a todos eles, em vista dessa realidade sugerimos a utilização da Análise de Paretto, comumente conhecida como Curva ABC. Através dessa rápida análise e dados históricos de projetos similares podemos definir os insumos mais relevantes e que deveremos fazer uma pesquisa mais refinada quanto aos seus custos na região do empreendimento.

A Curva ABC recebeu este nome em decorrência da metodologia utilizada, conforme a explicação detalhada abaixo:

Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a 20% do total;
Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a 30% do total;
Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total.

É importante ressaltar que os parâmetros descritos acima não podem ser encarados como uma regra matematicamente fixa e exata. Estes itens podem variar de organização para organização nos percentuais descritos. Por isso, é preciso muita atenção na hora de realizar a análise.

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Gráfico 1 – Curva ABC de insumos.

A planilha orçamentária é o documento onde são registradas todas as operações de cálculos e discriminados todos os serviços que serão executados da obra. As planilhas podem ser de vários modelos, dependendo do tipo de obra e/ou contrato firmado entre o construtor e o cliente. As planilhas registram as quantidades de cada serviço e seus custos/preços. Algumas planilhas, mais detalhadas podem separar os custos/preços da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos sendo que deverá ser aplicado um fator corretivo para emprego dos custos na região do empreendimento.

Conclusão: 

Este trabalho expôs a importância de se conhecer os insumos da região do empreendimento que afetam diretamente os custos empregados para execução do mesmo que tem impacto direto na produtividade e lucratividade da empresa.

Foi justificado às etapas para implantação correta do empreendimento a fim de se obter o devido resultado planejado.

Este estudo permitiu concluir que se for realmente implantado conforme descrevemos no trabalho abri-se um caminho para que outros municípios lance mão da iniciativa pioneira da cidade e a mesma se torne exemplo a ser seguido.

Como sugestão para trabalhos futuros que possam ser desenvolvidos na cidade, seria interessante focar no treinamento da mão de obra do município e na captação incessante de dados dos insumos praticados na região a fim de se determinar se é viável usá-los ou trazê-los de fora do local a ser empregado o empreendimento.

Referências:

Artigos_pmkb

Sobre os Autores:

Autor: Rodrigo Silveira Sartori; Profissional formado em Engenharia Elétrica pela PUC-Minas, atua há 03 anos como Engenheiro de Projetos com enfoque em Viabilidade e Capex, na empresa EPC Engenharia Projeto Consultoria. Principais projetos trabalhados são relacionados à Mineração e Siderurgia. Técnico em Eletromecânica formado pelo CEFET MG trabalhou por 06 anos como Projetista Elétrico na indústria Toshiba do Brasil. E-mail de contato: rodrigo.sartori@terra.com.br

Autor: Márcio Horta Melo; Engenheiro Civil graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG. Atua como fiscal de obras pesadas dentro de condomínios residenciais fechados de alto luxo. Sócio-diretor da Vecchi Cavalcanti Engenharia e Consultoria Ltda. e da Signorini e Mello Construtora. Principais projetos trabalhados são relacionados à construção de edificações em condomínios fechados. E-mail de contato: marcio@vecchicavalcanti.com.br.

Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 5ª turma de Pós em Engenharia de Custos e Orçamento do IETEC.

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