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O que é projeto? E quais as definições de processo e produto no projeto?

Publicado em 01/12/2016

O texto de hoje trata de uma discussão que julgo muito importante para quem trabalha com projetos, sobretudo com projetos na área de engenharia. Por incrível que pareça, o conceito associado à palavra projeto é capaz de gerar confusão até mesmo entre os profissionais da área. E não é que alguém aqui ou ali esteja equivocado quanto ao conceito, mas é que a palavra é usada para conceitos diferentes. Vamos explorar esse tema…

Para a Gestão de Projetos, a definição do que vem a ser PROJETO é bastante clara e está expressa no PMBOK (publicação do PMI – Project Management Institute): “projeto é um esforço temporário empreendido para criar um resultado exclusivo”. Em Gerenciamento de Projetos, essa definição é a pedra fundamental para o desenvolvimento de conhecimentos.

Já entre os profissionais que lidam com Projetos de Engenharia (os Projetos AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção), é corriqueiro que a palavra projeto seja usada para designar o conjunto de documentos que caracterizam ou descrevem uma obra ou um empreendimento. Uma definição bem rigorosa, por exemplo, seria: “conjunto de documentos, gráficos e textuais, que buscam comunicar uma determinada proposta de solução para um problema específico, esclarecendo, de forma abrangente e profunda, o que deve ser feito para que a solução proposta seja implementada de acordo com as premissas e conceitos de operação considerados no seu desenvolvimento”.

Independente do rigor das definições, queremos destacar o fato que distingue essencialmente esses dois conceitos comumente associados à palavra projeto: um refere-se a um processo e o outro a um produto. Analisemos mais de perto…

definicoes-de-processo

Para a Gestão de Projetos, a definição é clara e já inicia com “esforço temporário empreendido…”, ou seja, está óbvio que se refere a um conjunto de ações (esforço) e, portanto, é dinâmico no tempo.

Já nos Projetos de Engenharia, trata-se de um “conjunto de documentos”. Há quem diga conjunto de informações, mas isso não muda a essência. Estamos aqui falando de um produto fisicamente palpável.

Gosto de citar para apoio a essa discussão alguns termos que nas traduções Inglês – Português e vice-versa podem induzir ao uso da palavra projeto.

O primeiro é bem óbvio, trata-se de PROJECT. Aqui não há dúvida e, quando traduzido para o português resulta em PROJETO, bem no sentido da Gestão de Projetos.

Quando falamos dos projetos de uma casa, entretanto, a tradução mais apropriada é PLAN. Neste caso projeto em português tem o sentido de plano e deve ser traduzido como tal.

Há o DRAWING que corresponde ao DESENHO. Mas é comum vermos expressões equivocada como “projeto da planta da casa”. Obviamente, busca-se nesta expressão referir-se ao desenho de uma projeção horizontal.

E há ainda o termo DESIGN que existe tanto em inglês quanto em português. Quando traduzido numa mão pode resulta em PROJETO, mas neste caso referindo-se não aos documentos, nem ao esforço, mas a um certo conteúdo artístico/conceitual associado. O termo design é mesmo complexo.

Essa sutil diferença é razão para uma série de confusões conceituais em que caem os desavisados tanto de um lado quanto de outro (Gestão de Projetos e Projetos de Engenharia). Embora haja sempre um processo para produzir um produto, é preciso distinguir quando o termo está se referindo a um ou outro. E é comum que essa distinção seja tênue em alguns contextos.

No estudo dos Projetos de Produto (típicos nas áreas de Desenho Industrial, Arquitetura e Engenharia) fala-se muito do Processo de Desenvolvimento do Projeto (já vi usar a expressão Processo de Projetação como sinônimo). Observe que este processo é um projeto no conceito da Gestão de Projetos (esforço temporário com resultado exclusivo). Mas a palavra projeto, nesta expressão, é usada tipicamente para designar o tal conjunto de documentos e, portanto, um produto.

Explorar essa questão rende bastante assunto, mas por ora considero que a distinção está clara ao leitor. As consequências dessa distinção em cada área de estudo precisam ser analisadas e desenvolvidas. Algumas questões podem ser elucidadas. Mas isso é assunto para outro texto.

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Sobre o Colunista: 

Renê Guimarães Ruggeri. Formado em Engenharia Civil, MBA em Gestão de Projetos, Especialista em Gestão de Empresas, 20 anos como Coordenador de Projetos AEC, autor dos livros “Redescobrindo o Processo do Projeto” (2015) e “Gerenciamento de Projetos no Terceiro Setor” (2011), Eng. Máster Coordenador de Projetos na Vale S/A (2011-2015), Professor da Academia Militar de MG no CFOBM (2003-2010), Diretor de Projetos da FEOP(2006-2008), participação em mais de 100 Projetos AEC de variados portes e tipologias (1995-2015), Instrutor, palestrante e escritor nas áreas de Engenharia de Projetos e Gestão de Projetos. Atualmente é Sócio-Proprietário da Renê Ruggeri Engenharia e Consultoria e atua com Gestão de Empreendimentos com foco em Gestão de Engenharia.

Email de contato: rgruggeri@gmail.com – Site: www.reneruggeri.com

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