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Os desafios do Gerenciamento de Projetos na Engenharia

Publicado em 23/03/2015

O Gerenciamento de Projetos se popularizou. Anos de divulgação, acesso simplificado à internet e a vontade de melhorar as qualificações diante das exigências do mercado, são alguns dos fatores que levou um volume gigantesco de profissionais a adentrar por esse caminho. Os MBA’s da área nunca foram tão procurados e muitas das exigências organizacionais já são voltadas para essas qualificações.

Apesar disso, é difícil quantificar os efeitos do processo em termos de melhoria dos resultados e de rotular aqueles profissionais que estão de fato capacitados a lidar com projetos no dia a dia, não apenas no papel. Isso é especialmente verdade para a área de engenharia, na qual, aparentemente, muitos se esqueceram que existe todo um conteúdo técnico envolvido e que não basta saber administrar. Será que todos estão preparados para isso?

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Entendendo o GP no Contexto da Engenharia

O Gerenciamento de Projetos envolve 5 etapas: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle e Encerramento. Todas elas, de alguma forma, requerem certa carga de conhecimento técnico a respeito do empreendimento que será realizado, seja por vias acadêmicas ou através do know-how dos profissionais envolvidos.

O Gerente de Projetos é responsável pelos resultados entregues em cada momento do ciclo do projeto e deve preencher todas as lacunas, técnicas e gerenciais, seja pelo seu conhecimento da área ou pelo conhecimento de profissionais confiáveis próximos a ele.

Em muitas áreas, preencher as lacunas gerenciais do projeto é suficiente, visto que os trabalhos não são tão especializados. Basicamente, isso significa que a organização/documentação de informações representam, em linhas gerais, o trabalho que o gerente desempenha em conjunto com sua equipe. A Engenharia não é uma dessas áreas.

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O Declínio na Valorização das Capacidades Técnicas

Não pretendo entrar no mérito a respeito da importância de cada tipo de conhecimento. Essa discussão é antiga e não representa o foco do artigo. A questão é que a Engenharia sempre foi e sempre será um campo de conhecimento técnico. Vejamos sua definição segundo o dicionário Michaelis:

Arte de aplicar os conhecimentos científicos à invenção, aperfeiçoamento ou utilização da técnica industrial em todas as suas determinações.

Isso demonstra o caráter dos tipos de projetos, exigências e decisões que os profissionais de Engenharia têm de enfrentar. O problema é que o mercado começou a exigir mais desses indivíduos do que a mera capacidade de serem cientistas. Eles agora têm de ser gerentes ou estarem ligados a gerentes capazes de associar as demandas técnicas com conceitos de gestão moderna.

Nenhum problema até ai. A questão é que, muitos profissionais, passaram a acreditar que o domínio administrativo dos projetos de Engenharia é suficiente para cumprimento de todos os requisitos/exigências. No entanto, o Gerente de Projetos possui responsabilidade direta sobre os resultados alcançados. Mesmo que não seja ele o possuidor das habilidades técnicas requeridas, quando acontecer qualquer tipo de situação de descontrole, é dele que será cobrada a intervenção necessária.

Isso quer dizer que o indivíduo com as atribuições de engenheiro do projeto (que muitas vezes é o próprio gerente), independentemente da etapa da qual participe, precisa sim possuir conhecimentos técnicos capazes de lidar com os desafios aos objetivos que devem ser cumpridos. Isso apenas reforça a ideia de que, quando se é contratado para desempenho de atividades técnicas em um projeto, focar-se apenas em atividades de gestão é uma ilusão e a possível ruína de muitos empreendimentos.

Entendendo seu papel e prezando pela excelência

Mais importante do que escolher o curso certo no vestibular é entender com clareza as atribuições de uma função. Na Engenharia estuda-se anos a fio diversos campos do conhecimento, mas é óbvio que o maior peso é dado à área de exatas e às disciplinas técnicas. Isso sugere qual a função primordial de quem executa o papel de engenheiro.

Não se iluda caro leitor. Atuar em projetos de engenharia atrai responsabilidades que excedem os limites da gestão e exige do profissional todo o conhecimento adquirido ao longo de seus estudos. Quer atuar na área? Esteja preparado pra isso. Entenda que prédios não devem cair, motores não devem parar antes da hora, processos devem ser estruturados de maneira consistente e que, o Gerente de Projetos é o responsável direto e evidente por cada um dos resultados.

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Sobre o Colunista: Bruno Augusto de Matos e Silva, Profissional Graduado em Engenharia de Produção Civil pelo CEFET MG, com experiência em planejamento, execução, monitoramento e controle de obras civis (residenciais e industriais) e pesadas. Atualmente na área de gerenciamento de projetos técnicos e administrativos de melhoria em processos na Construtora Barbosa Mello. Já atuou também com controle de qualidade em indústrias de grande porte. Experiência na aplicação de ferramentas/metodologias de planejamento e controle, como Curva S e Análise de Valor Agregado, de ferramentas de gestão, como ciclo PDCA, Análise de Pareto e Diagrama de Ishikawa e com ferramentas de modelagem/otimização de processos, como BPM e BPMN.

E-mail de contato: brunosilva.civil@gmail.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. Marina Cunha disse:

    O artigo apresentado aborda um tema muito pertinente. Estando o Gerenciamento de Projetos em alta, muitos profissionais buscam a especialização a fim de aproveitar o bom momento do mercado, no entanto, como abordado no artigo, no ramo da engenharia, apenas conhecimentos de gerenciamento e administração não bastam para o sucesso do empreendimento.
    Os profissionais da área de gerenciamento de projetos de engenharia devem ter domínio técnico da área a ser gerenciada, assim, a gestão dos projetos poderá ser feita de forma mais segura, sendo possível analisar os riscos e prever soluções embasadas não somente pelo conhecimento de gestão mas também pelo conhecimento técnico, visando assim, o melhor desenvolvimento do empreendimento a ser gerenciado.

    Marina Cunha

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