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“Penso, logo desisto!” – Quando a Cultura Organizacional sufoca suas Ideias

Publicado em 28/10/2015

Sabe quando você se depara com situações na sua empresa em que você tem certeza (por experiência própria) que, da forma que está sendo conduzida, há uma grande probabilidade de dar errado? Aí você faz uma busca na sua mente, em seu Pen Drive ou em seu HD Externo e encontra várias lições aprendidas a respeito dessa determinada situação e pensa: “poxa, vou falar com o chefe e mostrar uma ferramenta que utilizei há um tempo atrás para uma situação similar e deu certo“. Ou então quando você identifica alguns gargalos que estão explícitos nos processos, todos estão vendo e ninguém se mexe para “liberar o fluxo”. Você vai lá na reunião da diretoria ou do PMO, aponta uma solução e ninguém parece dar bola pra sua ideia. Essas são apenas algumas das situações que vários gestores vivem todos os dias. Aí você se pergunta: “será que a minha ideia é tão ruim que ninguém está disposto a conhecer melhor?”. Olha meu amigo, talvez você esteja lidando com uma das situações que mais sugam a motivação de um funcionário dentro da empresa. Mas calma, você não é o único. Eu tenho ouvido relatos, não só de gestores, mas de colaboradores de uma maneira geral, que sentem suas boas ideias sendo achatadas dentro de um funil de interesses. E quando falo “interesses”, falo dos mais variados possíveis.

Uma organização fortemente hierarquizada tende a apresentar o maior número de funcionários insatisfeitos. Conversando com algumas pessoas de RH (que aliás é uma área pelo qual me interesso muito) pude colher a seguinte informação: o que tem motivado mais os funcionários nos últimos tempos não é apenas o fator salarial e sim o quanto sua opinião e suas ideais são valorizadas dentro da organização. E quando eu falo valorizado, estou falando de “quanto ele é ouvido” ou “quanto sua opinião importa para seus superiores”. Talvez, as empresas que mais têm buscado ouvir o que seus colaboradores ou gestores tem a dizer são as empresas da área de TI.

Puxando um pouco a sardinha pro meu lado (de Gerenciamento de Projetos) isso pode ser uma faca de dois gumes. Pelo fato da Gestão de Projetos ser, de certa forma, uma “abordagem nova”, haverão gestores que vão querer muito te ouvir, todos os dias. Ao mesmo tempo, vai ter aquele gerente funcional (tipicamente Geração X) que está há 20 anos na empresa trabalhando de uma forma mecânica, sem cobranças, sem ser questionado, que quando o GP vier a cobrar algo que está impactando em seus projetos, vai imediatamente dizer: “quem esse cara pensa que é?“. Termina o projeto, você desmobiliza a equipe e envia para o gestor de um determinado recurso uma Avaliação do Desempenho do colaborador durante o projeto, e ao invés desse gestor agradecer o feedback, ele simplesmente apaga o e-mail o engaveta o documento.

Dentro das empresas há uma série de interesses envolvidos em cada ação que você toma. Em posts anteriores eu inclusive citei que o bom Gerente de Projetos precisa ser político, sem ser bajulador. Às vezes você tem uma ótima ideia para aplicar em um determinado departamento, tenta interagir com o respectivo responsável e o mesmo faz ouvido de mercador. Claro que, atuando como GP, processos mal desenhados e obsoletos em cada departamento poderão afetar seus projetos de várias formas. Mas uma boa ideia sua pode ser motivo de (detesto essa palavra) inveja e medo de que suas opiniões passem a ter mais relevância dentro da organização do que as dessas pessoas.

O meu conselho é: “não desista e pense todos os dias”. Negociar pontos de vista é algo que um gestor deve fazer sempre, principalmente na área de projetos. Para que sua voz seja enfim ouvida, só tem um jeito: mostre resultados! Esses são os seus melhores argumentos. Ninguém vai dar ouvidos a uma pessoa que não tem números para mostrar ou que não executa o que pensa. Você precisa ser coerente, conversar com as pessoas certas e, paulatinamente, apresentar suas ideias. Não é fácil, mas te garanto que bater de frente nunca é a melhor solução. E do mesmo jeito que você quer ser ouvido, ouça também. Você não vai mudar a cultura de uma empresa com suas ideias e sim com suas boas atitudes.

wagner_borba

Sobre o Colunista: Wagner Borba, Gerente de Projetos da Tecnoset IT Solutions. Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação pela FG/Laureate International Universities de Pernambuco e certificado Project Management Professional (PMP®) pelo PMI. Possui 10 anos de experiência em projetos nas áreas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação em empresas multinacionais como Alcatel-Lucent, Isolux Corsan e Huawei Technologies, atuando em projetos de grande porte para as maiores operadoras de telefonia do país. Também atuou como consultor em gerenciamento de projetos para empresas das áreas de TI, Saúde Ambiental, Construção Civil, Logística e Telecomunicações. Hoje atua com projetos de TI e Serviços voltados para o setor público é voluntário e facilitador no grupo de estudos preparatório para certificação PMP oferecido pelo PMI-PE.

Email de contato: wagner.borba@pmipe.org.br /wborbaconsultoria@gmail.com

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  1. Wagner disse:

    Obrigado Sandra! O segredo é realmente mostrar suas ideias na hora certa, para as pessoas certas. Porém, desistir jamais.

  2. sandra santos disse:

    Perfeito este artigo! não poderia retratar melhor o papel do GP, mas infelizmente Borba, para se manter no mercado é isso mesmo. Se vc expõe suas ideias corre um sério risco de ser “deixado de lado”. Mas, precisamos ser persistentes. Parabéns!

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