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Princípios básicos de construção metodológicos para estimar custos

Publicado em 29/07/2016

RESUMO

A prática recomendada da AACE define princípios básicos de construção metodológicos para estimar custos escalonados através de índices de preços ou custos previstos. Esse método é um elemento utilizado tanto para a estimativa de custos quanto para gestão de risco do projeto.

O QUE É

Em suma, o método escalado definido pela AACE é uma disposição de custos para mudança nas condições técnicas, econômicas e de mercado ao longo do tempo. Isso é, com a incerteza da economia, tal escalonamento auxilia os tomadores de decisões e os estudiosos do custo do projeto a agirem de forma segura no fechamento de propostas.

Para alguns o termo Escalonamento é associado somente ao aumento do custo, no entanto esse termo deve ser associado ao impacto tanto negativo (ameaça) , quanto positivo (oportunidade). No escalonamento são excluídos as contingências e oscilações cambiais, mas a inflação de contabilizada.

COMO SE APLICA

Em empresas de construção civil ou empresas de ramo setorial bem definido,é preciso gerar e definir índices de produtividade a partir das suas experiências nos seus respectivos campos de atuação, de forma a conhecer melhor a relação entre o que foi definido no escopo, através do projeto e as quantidades de serviços que serão efetivamente realizadas. Além disso, objetiva dispor de um parâmetro que permita avaliar facilmente as funcionalidades de desempenho e proporcionar ao orçamentista um banco de dados com estimativas mais próximas da realidade.

Empresas com serviços rotineiros, tais como, construtoras de estradas, de edifícios de mesmo padrão, de redes de saneamento e linhas de transmissão de energia, têm maior grau de precisão dos índices de produtividade por se tratarem de serviços repetitivos. A criação e manutenção desses indicadores é uma aplicação da gestão do conhecimento que pode ser discutida e aprimorada no fim de cada serviço, criando assim um banco de dados com nível de acerto cada vez maior.

No caso das construtoras de edifícios, os indicadores servem para uma comparação quantitativa, ou seja, através de métrica, entre um projeto arquitetônico e outro. Como avaliar se a tipologia? Como avaliar se há funcionalidade no projeto? Como saber de modo expedito se um quantitativo levantado pelos orçamentistas está correto (ou pelo menos numa ordem de grandeza razoável)? Para todas estas perguntas, a solução é trabalhar com indicadores.

No caso da composição do preço unitário, o ramo da construção civil conta com vários bancos de dados com índices de produtividade da mão de obra e equipamentos e do gasto de insumos para a execução do serviço. Órgãos públicos têm seus bancos de dados próprios que devem ser seguidos pelo orçamentista para elaboração do orçamento, tais bancos facilitam os órgãos no momento da equalização dos preços entre os concorrentes daquela licitação.

EXEMPLO

A seguir encontram-se alguns indicadores relevantes para obras prediais. Não basta calcular o indicador para um único prédio, pois o dado trará pouca informação — o desafio é ter um banco de dados de outros projetos com o qual se possa comparar o indicador em análise. Há um inegável espírito estatístico permeando o estudo de indicadores.

Estes indicadores dão uma ideia da eficiência do projeto sob o ponto de vista geométrico. Envolvem áreas e perímetros.

Figura 01 – Mapa mental de estimativa de custos com base em projeto arquitetônico (Mindmap)

custos

Fonte: Manual Sistema de Indicadores, do NORIE

O índice de compacidade indica o quanto o projeto afasta-se da forma circular, que é a mais compacta. Quando menos compacta a planta do prédio, maior a relação entre as fachadas e a área construída. Sua fórmula é dada pela equação:

custos

custos

Fonte: A relação acima foi inspirada no manual Sistema de Indicadores, do NORIE.

DICA

Para melhorar a assertividade nas estimativas por índices, é válido fazer a setorização da edificação, conforme suas particularidades. Por exemplo, em um projeto estrutural, quando se trabalha com taxas de concreto (m3) por m2 de área de alvará, pode-se dividir por laje, de forma que, dependendo da espessura, a taxa seja diferente.

Outro exemplo é a estimativa de aço. A prática mais comum é estimar com base na quantidade de concreto. Como a base do prédio (embasamento), necessita geralmente de estruturação mais pesada, pode-se seccionar a estimativa em embasamento e torre, de forma que a incidência de aço da base seja mais pesada.

CONCLUSÃO

O uso de modelos paramétricos de custo para estimativas se mostra de grande interesse, substituindo em diversas atividades os métodos tradicionalmente utilizados. Acrescentando a uma facilidade de aplicação, com redução de prazos e recursos necessários para produção da estimativa, um menor erro esperado para seus resultados, a metodologia de parametrização de custos se mostra muito promissora.

Obviamente, com o avanço tecnológico, o nível de incertezas deve tornar-se menor, possibilitando que o orçamento detalhado tenha sua precisão otimizada. Entretanto, parece que o nível de uniformidade na produção ainda está longe de possibilitar isto. Por outro lado, o processamento da estimativa através das relações paramétricas se mostram tão funcionais quanto o estabelecido dentro do CUB.

REFERÊNCIAS

  • AACE® Internacional Prática Recomendada No. 58R-10 – EscalationEstimatingPrinciplesAndMethodsUsingIndices – Rev. May 25, 2011.
  • Tabela de Composições de Preços para Orçamentos – TCPO 13ª edição, Editora PINI.
  • MATOS, Aldo Dórea. Sistema de Indicadores das construções prediais http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/sistema-de-indicadores-de-construcoes-prediais-365749-1.aspx

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Sobre os Autores:

Vinícius Avelar Ribeiro Loura,Formado em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Newton Paiva, ano 2013, Pós-graduado em Gestão de Empreendimentos em Arquitetura e pela PUC-MG, ano 2015. Experiência em campo pela Construtora V2 e nos últimos 3 anos atuando no setor de orçamento da Construtora Caparaó. E-mail: vinicius_aribeiro_@hotmail.com

Carla Oliveira, Pós-Graduada em Gestão de Projetos pelo IETEC, Cursando MBA em Custos e Orçamentos no IETEC e Graduada Engenheira Civil na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Técnica em Edificações pelo CEFET MG. Experiência em Fiscalização, Planejamento,acompanhamento e controle de custos de obras de grande porte, obras manutenção civil na Área Industrial, Departamento de Compras, Manutenção e Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001 e PBQP-H) orçamentos órgãos públicos,obras bancárias e industriais. Conhecimento em Auto Cad.Domínio em Excel Avançado, MS Project, sistemas Master Maq, RM Sistemas, Compor 90 e SAP

Contexto: Artigo apresentado como trabalho na pós graduação Engenharia de custos e orçamentos em ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho da turma 9 do IETEC.

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