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Projetos de Engenharia “Para onde vamos”

Publicado em 03/09/2015

O setor “Projetos de Engenharia” cresceu exponencialmente nos últimos 20 anos, impulsionado por grandes investimentos no setor de Energia, fortemente concentrados em investimentos estatais, com destaque para a “Petrobras” e quando tudo indicava que o crescimento era sustentável, o mercado entrou em colapso expondo a fragilidade das projeções de comportamento de preços a longo prazo. “O petróleo do pré-sal, de esperança se transformou em pesadelo para aqueles que investiram no futuro de suas empresas e carreiras. Hoje o quadro é de perplexidade e desanimo. Milhares de profissionais qualificados desempregados, empresas de longa tradição fechando as portas e nenhuma esperança no futuro imediato.

O diagnóstico mais comum para o problema é uma mistura de “queda de preços do petróleo”, corrupção endêmica de nossos governantes, falência completa da representatividade político partidária, etc.

A percepção geral é que basta prender alguns gestores, trocar o governo, haver uma reação dos preços internacionais das commodities, implantar políticas de compliance e tudo voltará ao normal. Não há nenhuma discussão em andamento sobre o que vai acontecer no mercado de projetos quando as condições políticas e econômicas permitirem a retomada dos negócios. Até a presente data ninguém discute porquê somos tão dependentes de empresas estatais e de suas políticas de conteúdo local, por que com um portfólio de serviços tão variados executados e com tantos profissionais brasileiros trabalhando no mercado internacional com sucesso, temos custos de produção completamente incompatíveis com o mercado internacional?

É inadmissível que ainda não tenhamos revisado os processos de execução de projetos, os conceitos ainda são os mesmos de 60 anos atrás quando “Tecnologia de Informação” era coisa de livro de ficção, hoje em dia dispomos de modernos softwares de cálculo, desenho, gestão e integração e não conseguimos redução significativa de tempo gasto comparado com aquele período, o ciclo de execução de atividades as vezes até aumentou, a qualidade deixa muito a desejar gerando enorme perda de tempo e materiais, como regra quase geral, quando se contrata uma empresa de engenharia para execução de um projeto temos como única certeza que os prazos e custos irão estourar a meta.

O problema é muito complexo e exige uma revisão completa da forma que temos feito engenharia nas últimas décadas. Quando o mercado se normalizar, os preços relativos de contratação serão muito mais baixos e quem não conseguir compensar isso com aumento de produtividade e eficiência estará fora do mercado pois não é possível ajustar somente pela redução de salários.

Está na hora de parar de se iludir e discutir seriamente como iremos sobreviver em um ambiente econômico com preços baixos de commodities e forte redução de investimento do Estado. A retomada de um novo ciclo de crescimento possivelmente será comandada por investimentos privados que além de terem um melhor entendimento da relação custo benefício, tem tolerância zero com alterações contratuais de custo ou prazo, esta nova economia não irá nos remunerar por nossa ineficiência em nome de uma política de conteúdo local generosa.

Apesar de todos os percalços temos todas as condições de ajudar a transformar o Brasil num imenso canteiro de obras, há toda uma infraestrutura por construir utilizando recursos matérias e humanos disponíveis aqui mesmo. É inadmissível que um país com a carência de recursos especializados como o Brasil se dar ao luxo de ter engenheiros e técnicos desempregados, mas precisamos melhorar e muito a gestão de recursos.

Crises econômicas devem ser interpretadas também como oportunidades, mas precisamos nos conscientizar no mundo atual não há mais espaço para amadores. Tenho fé absoluta que novamente o Brasil irá superar este desafio e a Engenharia nacional será o protagonista principal neste processo.

franz_josef

Sobre o colunista: Franz Josef Kaltner, Gerente de estimativas e Subcontratação na Technip, Coordenou Projetos de Engenharia, Equipamentos Mecanicos (Rotativos e Estaticos) e Sistemas Industriais. Responsável técnico na implantação de empreendimentos industriais em 15 (quinze) Estados do Brasil, nas áreas de petróleo, energia, mineração, alimentos, fontes renováveis, etc. Especializações:Gerenciamento de equipes, Formação de novos profissionais, mentoring em programa trainee.

E-mail de contato: fjkaltner@uol.com.br

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