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A Análise SWOT no Gerenciamento de Riscos

Publicado em 21/12/2015

É muito comum se falar de análise SWOT quando falamos da criação de um plano estratégico. Mas quando se trata do gerenciamento de riscos, poderíamos utilizar esta técnica????

Antes de mais nada, vemos na definição que “O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrónimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).” (Wikipedia).  Ou seja, trata-se da análise de Forças, Fraquezas, Ameaças e Oportunidades. Assim, é feito uma análise interna (forças e fraquezas) e uma análise externa (oportunidades e ameças).

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A verdade é que se colocarmos esta técnica no conceito de riscos de projetos, ela se encaixa muito bem como uma técnica de identificação de riscos. Por quê? Na visão moderna de riscos, eles podem ser positivos (forças, oportunidades) ou negativos (fraquezas, ameaças) e podem ser internos (forças e fraquezas) e externos (oportunidades e ameças).

Ok… mas se eu já tenho várias outras técnicas de identificação de riscos, por que utilizar mais esta?

1 – Por que ela permite você olhar por outro ponto de vista. Assim, você acaba encontrando riscos não identificados por outras técnicas.

2 – Está alinhado a visão moderna da gestão de riscos de não encontrar só potenciais problemas mas também oportunidades.

3 – Permite visualizar se há forças internas suficientes para lidar com as ameças (riscos negativos) ou para aproveitar as oportunidades (riscos positivos). E ainda, se as fraquezas são tais que possam inviabilizar o projeto.

Assim, de certa forma, ao identificar os riscos a análise SWOT já permite também realizar uma pré-analise dos mesmos.

Vou apresentar um exemplo do uso da técnica para este fim para ajudar a visualizar melhor isto. Veja a imagem abaixo:

Matriz SWOT - Exemplo

Neste exemplo, imaginamos que em uma empresa de tecnologia (software, por exemplo) se queira utilizar uma nova tecnologia por ela ter um grande diferencial (Google Glasses, IOT, etc). Fazendo a análise SWOT deste projeto, vemos uma fraqueza que a empresa não tem uma equipe habilitada a trabalhar com esta nova tecnologia. Como ameaça, identificamos o pouco benchmarking de projetos utilizando esta tecnologia, de forma que temos pouco material, cases para se identificar os riscos relacionados (ser tecnicamente inviável, por exemplo), além de não encontrar profissionais no mercado com esta expertise. Porém, há forças e oportunidade identificadas que contrabalanceia. A capacidade de investimento na capacitação da equipe mitiga a fraqueza da equipe desconhecer a tecnologia e não ter profissionais disponíveis no mercado. Há uma oportunidade também de contar com apoio de outras empresas que estão tentando utilizar a mesma tecnologia mas com objetivos diferentes. É interesse de ambas as empresas compartilhar conhecimento para encurtar os resultados das mesmas. Assim, isto também atenua a falta de conhecimento e de benchmarking. Ainda assim, vemos que há muito risco pela falta de visão dos possíveis problemas que podem ocorrer por não ter outros cases já finalizados para analisar. Como a empresa tem uma orientação para inovação (uma força neste contexto) indica um apetite maior para riscos.

Aprofundando a análise, podemos dimensionar até quanto a empresa está disposta a se arriscar em prol dos resultados. O apetite a riscos neste caso pode traduzir em até quanto dinheiro a empresa está disposta a investir e quanto prazo pode aguardar e o índice de falha considerado aceitável. Isto deve ser aprofundado utilizando-se técnicas de análise quantitativa de riscos como o valor monetário esperado ou análise de Monte Carlo.

Mas para efeito de identificação de riscos, tudo que colocamos como ameaças e oportunidades são riscos (negativos e positivos). A fraqueza pode entrar como risco ou como um agravante para a ameaça e as forças mitigam as fraquezas e blidam até certo ponto as ameaças, e podem gerar oportunidades. As forças e fraquezas também entram como elementos que vão apoiar na análise do risco e nas respostas a estes riscos. A fraqueza deve, por exemplo, aumentar a probabilidade de uma ameaça ou aumentar o impacto da mesma. A força terá um efeito contrário. No nosso exemplo, falamos que uma força seria a capacidade para investir na capacitação, mas claro, a capacitação em si seria a resposta ao risco que já veio como um força para contrabalancear uma fraqueza e ameaça.

Desta forma, acredito que a análise SWOT é um método totalmente válido como um método adicional na identificação de riscos (não recomendo como única técnica de identificação) e que permite bons insights, como no exemplo acima.

E então? Conseguiram visualizar aplicando em seus projetos? Dúvidas? Coloque suas questões que será um prazer debater.

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Sobre o Colunista: Thomaz Ottoni é um profissional de TI com mais de 20 anos de experiência na área de desenvolvimento de sistemas, sendo que há 18 anos gerenciando projetos e portfólios, com experiência na implantação e gestão de PMO e na instrução em gerenciamento de projetos. Formado em Ciência da Computação na UFES e MBA em Gestão Empresarial pela FGV, obteve sua certificação em gerenciamento de projetos PMP em 2008. Foi palestrante no Congresso de Gerenciamento de Projetos do PMI-ES, “Gerenciando um Portfólio de Projetos em empresas públicas” e instrutor de treinamento preparatório para certificação PMP. Sócio-fundador da Mogai, atuou como diretor e gestor da mesma por cerca de 10 anos. Na Nipsa há mais de 3 anos, tem gerenciado grandes projetos como o Gis Corporativo na CESAN, projeto premiado pela ESRI nos Estados Unidos. É autor do blog http://excelenciaemprojetos.com. Atualmente atua além da gestão de projetos, como consultor e instrutor de temas relacionados ao gerenciamento de projetos.

E-mail de contato: thomaz.ottoni@gmail.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. Lucimeire Santos Damiano disse:

    Gostei da análise, mas é preciso muito cuidado e disciplina para riscos

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