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A importância da gestão de riscos para o projeto

Publicado em 04/11/2013

Um risco, do ponto de vista do Gerenciamento de Projetos, pode ser encarado como a possibilidade do descumprimento de algum dos requisitos ou restrições iniciais. Ou seja, ele é uma condição futura que, caso ocorra, terá certo efeito em algum dos objetivos.

O fato de ele poder ou não se concretizar o torna uma incerteza e seus impactos, em boa parte das vezes, são negativos. Com base nisso, é de extrema importância que todos os riscos sejam considerados ao longo de todo o ciclo de vida do projeto, para que sejam mitigados. Isso envolve três etapas básicas, discriminadas a seguir:

Identificação: Trata-se de definir certa ocorrência como um risco e associá-la a uma determinada atitude ou escolha dentro do contexto do projeto. Sendo assim, sempre é importante a realização de um estudo de causa e efeito. Em seguida, deve-se determinar em quais requisitos, restrições e características os impactos se darão.

Mensuração: Após identificar os riscos envolvidos na realização do projeto e os aspectos influenciados, é chegada a hora de quantificar os efeitos provocados. Esse ponto é essencial pelo fato de fornecer uma perspectiva das possíveis perdas incorridas quando se decidir adotar um certo meio para alcançar determinado fim.

Mitigação: Essa é a etapa mais importante da gestão de riscos. Nela serão definidos os caminhos utilizados para extinguir ou reduzir determinado impacto. Isso quer dizer que cada caso exigirá uma análise das possibilidades, visto que existem vários tipos de efeitos e é impossível dar o mesmo tratamento a todos.

Sendo assim, deve ser verificado se existe algum meio técnico ou gerencial que confira maior segurança futura ao projeto em relação a um determinado impacto. Caso isso não seja suficiente, deve-se, de acordo com a disposição a correr riscos da equipe de gerenciamento, do cliente ou da organização patrocinadora, formular um plano de contingência que minimize a influência.

Note que isso envolve uma definição formal do nível de risco a ser adotado como adequado para cada projeto, o que não é uma atividade subjetiva, mas um processo de análise que faz a utilização de ferramentas probabilísticas e percentuais para classificar a intensidade de certo efeito. O bom senso, as questões culturais e os regionalismos não devem, contudo, ser descartados de forma alguma. Eles precisam auxiliar na tomada de decisão, visto que lidam com o lado emocional e com o senso comum para cada questão.

Exemplos práticos da gestão de riscos

Os riscos, na maior parte dos casos, advém de demandas que surgem ao longo do desenvolvimento das atividades. Podem possuir níveis de complexidade distintos e exigem análise caso a caso. Os mais comuns dizem respeito à administração mudanças na estrutura do projeto.

Para exemplificar, imagine que na construção de uma fábrica, devido a uma solicitação do cliente, se tornasse necessária a modificação do sistema de combate a incêndio para um com maior capacidade que aquele definido em orçamento. Isso representaria uma modificação de escopo e possivelmente provocaria alterações quanto ao tempo de execução e ao custo do empreendimento. Além disso, caso fossem fornecedores diferentes e já estivesse firmado um acordo com o primeiro deles, a alteração poderia provocar seu descontentamento, podendo levar a dificuldades em negociações futuras.

Sendo assim, três riscos foram identificados: Aumento de custo, exceder o prazo inicial e decréscimo da qualidade de relacionamento com uma das partes interessadas. Com essas questões identificadas com antecedência é possível procurar formas de gerenciá-las. Os possíveis aumentos deveriam ser calculados para que o cliente os assumisse formalmente e concordasse com as alterações. Já com o fornecedor o ideal seria possuir algo a oferecer em contra partida. Isso poderia envolver a contratação para outros projetos executados simultaneamente, por exemplo.

A dificuldade de identificação de alguns riscos

Todos os aspectos discutidos até o momento dizem respeito aos riscos que podem ser identificados, porém, alguns deles ocorrem em um momento tão avançado do projeto ou em uma velocidade tão elevada que o Gerente fica impossibilitado de atuar de forma efetiva. Com base nisso certas precauções devem ser adotadas ainda na etapa de planejamento das atividades.

Elas podem ser definidas como fatores de segurança do Projeto. Em termos de prazo, por exemplo, poderiam ser estabelecidos períodos de folga no cronograma. Na elaboração do orçamento, um determinado percentual sobre o valor total, baseado em ocorrências passadas, poderia ser acrescido. Já quanto à qualidade das entregas, poderia ser considerado internamente um padrão de exigência superior ao do cliente.

É importante que esses fatores de segurança sejam cuidadosamente estabelecidos e repassados ao cliente, evitando indisposições futuras e possibilitando transparência nas negociações. Eles devem ser norteados pelo bom senso e pelas lições aprendidas para que jamais sejam exagerados ou fora da realidade do projeto.

Por que correr riscos?

risco

Gráfico: Risco x Oportunidade 

Caro leitor, talvez você já tenha se feito essa pergunta. A resposta para ela é que um risco sempre está associado a uma oportunidade. No exemplo citado, da construção da fábrica, apesar dos três impactos negativos em que incorreria, a alteração do sistema de combate a incêndio provocaria maior segurança no interior da edificação, o que representa a oportunidade ou ganho associado a correr os riscos citados.

Sendo assim, uma decisão que pode levar a qualquer tipo de influência negativa, torna-se uma opção devido aos benefícios que pode trazer em contra partida. Correr riscos é então necessário pela possibilidade de incremento qualitativo e/ou quantitativo dos objetivos do projeto. Geri-los, nada mais é do que buscar um equilíbrio entre os limites de segurança assumidos e a possibilidade de resultados superiores aos esperados.

Referências:

PMI – A Guide to the project management body of knowledge (PMBOK© Guide) – Fifth edition, 2012.

Sobre o Colunista:

Bruno Augusto, estudante do Curso de Engenharia de Produção Civil no CEFET MG. Trabalha há 3 anos como Assistente de Engenharia em Planejamento e Controle de obras de galpões industriais, na empresa SGO construções. Na área de construção, também já atuou com controle tecnológico de concreto e execução de obras prediais. Técnico em Química formado pelo CEFET MG, trabalhou por 1 ano e meio como Inspetor de qualidade em uma indústria da Coca Cola Company. Criador e idealizador do blog A Engenharia em Foco:  http://aengenhariaemfoco.blogspot.com.br.

E-mail de contato: brunosilva.civil@gmail.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. isabellabamberg disse:

    Gerenciar riscos é um processo muito importante no gerenciamento de um projeto e deve ser feito na etapa de planejamento e atualizado constantemente durante o desenvolvimento do mesmo, para que para os riscos sejam mitigados e/ou eliminados.
    Hoje sabemos que atrás de todo risco existem ameaças e oportunidades que também devem ser estudadas para que se consiga atingir o sucesso de um projeto.

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