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Contribuição do BIM em Projetos Multidisciplinares da Construção Civil

Publicado em 02/02/2019

Resumo

Este artigo analisa as contribuições do Building Information Modeling nos projetos multidisciplinares da construção civil. O grande volume de projetos com informações precisas é a nova realidade nos empreendimentos. A utilização do BIM (Building Information Modeling), juntamente com os diferentes projetos, arquitetura, instalações elétricas e hidráulica, estrutura, etc., torna-se indispensável. As informações deste artigo buscou-se pesquisar através de informações e recursos de sites e revistas. No modelo de projetação usual, as dificuldades de integração entre as necessidades de informações para o projeto arquitetônico podem ser extremamente complicadas e dispendiosas. Ocorre que com o uso da tecnologia BIM (Building Information Modeling) passarão a contribuir com agilidade do processo, principalmente pela integração e automação de atividades. Este artigo apresenta um breve estudo da tecnologia BIM (Building Information Modeling) e suas contribuições.

Palavras-chave: projetos, Building Information Modeling, contribuição, projetos multidisciplinares.

Abstract

 The article aims to analyze the contributions of Building Information Modeling in multidisciplinary civil construction projects. The great volume of projects with accurate information is the new reality in the projects. The use of BIM (Building Information Modeling), together with the different designs, architecture, electrical and hydraulic installations, structure, etc., becomes indispensable. The information in this article was searched through information and resources of websites and magazines. In the usual design model, the difficulties of integration between information needs for architectural design can be extremely complicated and costly. It happens that with the use of BIM technology (Building Information Modeling) will contribute to agility of the process, mainly by the integration and automation of activities. This paper presents a brief study of BIM (Building Information Modeling) technology and its contributions.

Keywords: projects, Building Information Modeling, contribution, multidisciplinary projects.

  1. INTRODUÇÃO

 No decorrer dos anos, o Brasil vem passando por inovações no ramo da construção civil. O setor da construção civil investe pouco nas implantações de tecnologias, onde o BIM (Building Information Modeling) foi aceita há pouco tempo em construtoras, sendo utilizado mais por arquitetos.

É necessário construir e projetar com maior qualidade, reduzindo desperdícios e cumprindo os prazos estabelecidos, o planejamento aliado a uma tecnologia que permite verificar as interferências entre os projetos diferentes compatibilizados, traz melhorias e bons resultados para um empreendimento.

É de extrema importância buscar maneiras para conduzir o processo de forma integrada para se alcançar a plena utilização da tecnologia a favor da melhoria, uma vez garantido um ambiente ideal para essa nova forma de projetar, muitos benefícios podem ser adquiridos.

O artigo contribui para se compreender como a metodologia BIM (Building Information Modeling) pode contribuir para a organização dos projetos arquitetônicos e complementares das edificações, estudando quais condições poderão ser facilitadas pelo uso deste tipo de ferramenta inovadora em obras de construção civil.

  1. BIMBUILDING INFORMATION MODELING

2.1. Conceito de BIM

Para Eastman et al.. (2013:13) o BIM é “uma tecnologia de modelagem e um conjunto associado de processos para produzir, comunicar e analisar modelos de construção”.

Em uma melhor definição Campbell (2006) apud Eastman et al.. (2013:13) fala que sua companhia pensa no BIM como uma simulação inteligente de arquitetura e que para que seja implantada de forma integrada, exibindo as suas principais características:

  • digital;
  • tridimensional;
  • quantificável, dimensionável e consultável;
  • abrangente;
  • acessível
  • durável

Figura 01 – Ciclo de vida do BIM

Fonte: https://www.gmarquiteturaengenharia.com/single-post/2018/03/10/BIM-E-AS-POLITICAS-P%C3%9ABLICAS-DO-BRASIL

O BIM é um processo que se baseia em modelos integrados, compartilhados, digitais e interoperáveis intitulados Building Information Models, sendo assim, o Building Information Modeling pode ser visto como um modelo que permite gerir a informação, ao passo que Building Information Model é composto de modelos tridimensionais, digitais, compartilhados e semanticamente ricos, que constituem o escopo do projeto. (Manzione, 2011).

2.2. Colaboração

Melhado (1994) apud Manzione (2013) explica sobre a crescente complexidade das edificações exige cada vez mais um número maior de projetistas e consultores especializados, forçando o setor da construção a produzir novas conformações técnicas que possibilitem o trabalho colaborativo, pois as formas praticadas atualmente já não respondem às demandas do mercado.

Figura 02 – Interoperabilidade

Fonte: http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/208/bim-quem-e-quem-224333-1.aspx

A junção entre as disciplinas e profissionais é um dos principais pontos para alcançar o sucesso de um projeto que se baseia no modelo do BIM, deve-se englobar o modelo como um só e não apenas como desenhos isolados, as informações devem ser repassadas constantemente e envolver o cliente, caso isso não aconteça deve-se assumir o atual processo de contratações de projetos isoladamente e realizar as entregas individualmente e assim subutlizaando a tecnologia. Kalay (1998) apud Manzione (2013) conceitua-se a colaboração como um acordo entre os envolvidos para compartilhar suas habilidades em processos e atingindo os objetivos de todo o projeto.

Leicht (2009) apud Manzione (2013) descreve que há três elementos que definem colaboração:

  • Ser um processo;
  • Envolve a relação entre mais de duas pessoas,
  • Trabalho em conjunto para alcançar um objetivo comum.

2.3. Implantação

“A implantação do sistemaa BIM no meio da construção civil será feita de modo gradual e em um primeiro estágio atuará com os desenhos fornecidos por softwares CAD em modelos com duas e três dimensões” (BERNSTEIN, 2004 apud COELHO, 2009:3).

A mudança do CAD para o BIM terá um impacto menor pelo fato da informática já ser uma realidade em todos os escritórios e empresas, diferentemente de quando mudou do papel para o computador. Entretanto o BIM requer uma quebra de tabus, alterando a forma que se trabalha, onde as etapas iniciais necessitam um maior tempo para alimentar as informações desse modelo e um menor tempo para executar e detalhar o projeto. Contudo, o BIM não pode ser encarado apenas como um progresso do CAD, pois altera o processo projetual, os métodos e a metodologia de negócios das empresas. Nos escritórios e empresas que passaram a utilizar essa tecnologia existem equipes que desenvolvem os projetos em BIM e CAD, isso aumenta o prazo de aprendizado, já que a primeiro fato que acontece quando se adota uma tecnologia é uma pequena caída na produtividade. Há empresas que terceirizam esse processo, porém, é uma opção pontual já que não resolve todo o problema. Para que haja eficiência, a terceirização deve ser acompanhada, o que exige o domínio do processo demandado pelo BIM.

Com a inserção desse novo programa as empresas passarão a incorporar no seu dia a dia, além do avanço da tecnologia, nomes e procedimentos que não estão habituados. Como por exemplo: O IFC (Industry Foundation Class), que é um gênero de interoperabilidade entre programas e disciplinas opostas e o Master Format, que é uma metodologia de classificação americana para os fundamentos construtivos – não há iniciativa parecida no Brasil, será necessário um estimulo da indústria para compreender como é o funcionamento do BIM e de qual forma uma biblioteca com componentes definidos em um banco de dados agregado pode ajudar na correta especificação dos produtos.

Kymmel (2008) apud Dornelas (2012:4) cita que “a conformação do grupo influenciará justamente na obtenção dos resultados finais, estabelecendo-se um efetivo gerenciador de recursos humanos a fim de se alcançar um resultado que seja satisfatório com o uso de tal ferramenta”. Logo é necessário que tenha o gerenciamento de todo o processo; dos treinamentos e da medição dos resultados para assegurar uma precisa implantação do programa, vide Figura 05. É uma atividade que exige tempo e dedicação por conta da complexidade da construção civil.

Segundo Delatorre (2011), para implantar tal tecnologia deve conter:

  • Definição da estratégia de acordo com o perfil da empresa;
  • Apoio de toda a diretoria;
  • Analisar o BIM de forma que agregue valor na empresa;
  • Definir as metas de um jeito mais claro e objetivo;
  • Alinhamento com a visão institucional;
  • definição do projeto;
  • definir o programa de necessidades;
  • definir as equipes e os usuários principais;
  • programar treinamentos;
  • Avaliar constantemente as ferramentas e processos,
  • Planejar o projeto em etapas objetivas;

Quando se usa o Bim separadamente não se tem resultados satisfatório. O BIM é um conjunto de processos de trabalho que necessitam ser sustentados pela gerência, equipe de responsável pelos projetos, e empreendedores. São circunstancias consideráveis na implantação do BIM:

  • realizar um projeto inicial em um pequeno espaço de tempo, que a equipe esteja treinada e o objetivo definido;
  • realizar de exercícios simples na execução do projeto;
  • manter foco em negócios e objetivos específicos;
  • estabelecer de parâmetros de desempenho e acompanhar toda a sua evolução,
  • atuação do empreendedor.
  1. BUILDING INFORMATION MODELING E A GESTÃO DE PROJETOS

3.1. Gestão de Projetos

Gestão de projetos e a demonstração de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas durante a elaboração de um projeto para definir seus quesitos, exemplo:

  • Planejamento: E a contemplação de todas áreas do conhecimento e controle de tudo que acontece durante o projeto;
  • Iniciação: E o documento que libera o início do trabalho;
  • Execução: Garante que todo o trabalho siga exatamente as expectativas do contratante;
  • Monitoramento: Monitora todas atividades para identificar um possível problema, caso encontre consultar para entender a natureza e resolver;

 

3.2. Gestão da Integração e o BIM

A gestão de projetos e nada menos que a aplicação nas práticas atuais o planejamento e controle.Com o BIM pode utilizar o conceito similar de colaboração e trabalho compartilhado, o BIM possibilita mais eficiência por se tratar de um protótipo compartilhado, fruto de diversos profissionais de diferentes equipes. O Bulding Information Modeling para aprimorar os processos e otimizar a execução da obra, para definir o sucesso total de uma obra.

Para o Building and Construction Authority (2012) apud Manzione (2013), as principais responsabilidades do BIM Manager são:

– Acordar e estabelecer um plano de execução BIM, garantindo sua efetividade e melhoria contínua;

– Definir o ponto de partida do modelo, sistema de unidades de medidas;

– Facilitar a coordenação promovendo reuniões, e relatórios de compatibilização;

– Controlar a nomenclatura das versões de modelo;

– Agregar o controle dos direitos de acesso ao usuário;

– Garantir que não ocorram problemas de interoperabilidade;

– Estabelecer e manter a proteção de dados através de mecanismos de encriptação de dados.

O ideal seria a capacitação de todos os envolvidos: gestores, coordenadores, técnicos, etc., com o intuito de criação de núcleos de BIM dentro da empresa, afim de melhorar o modelo.

 

  1. CONCLUSÃO

A falta de planejamento leva as empresas a apenas utilizar a compatibilização de projetos e o levantamento de quantitativos. E de suma importância que seja aproveitado as funcionalidades da tecnologia tais como: modelo virtual do edifício, opções de design para um mesmo projeto, análise estrutural, análise de custo.

A curto prazo o uso do BIM será obrigatório nas empresas de projeto e construção, a redução de inconsistências e retrabalho reduzirão o tempo de projeto e de obra, gerando economia que será rapidamente percebida pelos investidores reduzindo despesas.

A utilização do BIM em trabalho junto ao gerenciamento e fundamental para a indústria AEC.O significado de trabalho colaborativo e um conjunto de boas práticas que certamente contribui constantemente para a engenharia.

  1. REFERÊNCIAS

 

EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: Um Guia de Modelagem da Informação da Construção para Arquitetos, Engenheiros, Gerentes, Construtores e Incorporadores. Bookman, 2013. 483p.

MANZIONE, Leonardo. Desafios do BIM. Revista Téchne – Edição 196 – Julho/2013. Disponível em http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/196/artigo294034-1.aspx. Acesso em 25 de fevereiro de 2018.

MANZIONE, Leonardo. Proposição de uma estrutura conceitual para a gestão do processo de projeto colaborativo com o uso do BIM. 2013. 353 p. Tese (Doutorado) -Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (USA). Um Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos: Guia PMBOK. 4 ed. Pennsylvania. 2008. 337p.

DORNELAS, Ramon Lima. A tecnologia BIM e o Gerenciamento da Integração: Uma Proposta Colaborativa. 2012. Artigo (Especialização em Gestão de Projetos de Engenharia) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Minas Gerais.

DELATORRE, Joyce. BIM na prática: Como Uma Empresa Construtora Pode Fazer Uso da Tecnologia BIM. In: Autodesk University. 2011. São Paulo.

COELHO, S. Novaes, C. Modelagem de Informações para Construção (BIM) e Ambientes Colaborativos Para Gestão de Projetos da Construção Civil. 2009. Artigo (Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil) – Universidade Federal de São Carlos. São Paulo.

GREENE, Jennifer and STELLMAN, Andrew. Use a Cabeça! PMP. Tradução da 2 ed. Alta Books. 2010. 794p.

 

Sobre os autores

curva "s"

Diego Caetano de Faria – diegocaetano91@hotmail.com

Fernando Ferreira Rocha Júnior –  fernando@soleconengenharia.com

Guilherme Koltunik França – guilhermekf@hotmail.com

Maycon Ferreira Castro – mayconferrengcivil@gmail.com

Pedro Henrique Rodrigues de Lima – peedrohl.engcivil@gmail.com

Ítalo Coutinho (Orientador) Engenheiro , PMP. Graduado em Engenharia Industrial Mecânica, Especialista em Gestão de Projetos e Mestre em Administração de Empresas. Atua como Gerente de Projetos e Engenharia da Saletto Engenharia. Pós-Graduado em Logística Empresarial. Coordenador e Professor de Cursos de Pós nas áreas de Engenharia de Planejamento, Gestão de Projetos de Construção e Montagem e Engenharia de Custos e Orçamentos. Autor de capítulos de livros, artigos e colunista sobre Gerenciamento de Projetos, com foco em Engenharia e Construção. Fundador do portal PMKB – Project Management Base of Knowledge. Afiliado a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME); PMI; AACE e IBAPE-MG. Revisor do  “PMBOK Construction Extension 2015” a convite do PMI Global.

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