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Falta de Fiscalização em Obras de Construção e Montagem

Publicado em 11/06/2014

Análise de falhas devido a problemas na Fiscalização em Obras de Construção e Montagem

Resumo: No âmbito da garantia de qualidade de empreendimentos em fase de execução, os procedimentos de conformidade revelem-se essenciais e incontornáveis ao longo das etapas do processo construtivo para o prosseguimento do objetivo de qualidade. A verificação da conformidade entre o projeto e a obra assume um papel preponderante nestes processos e sua realização está a cargo da fiscalização. Isto significa que os fiscais responsáveis pela fiscalização devem ter elevado grau de conhecimento técnico, leitura de projeto, interpretação das especificações e conhecimento das normas técnicas e procedimentos de execução recomendados.

Introdução

A fiscalização de obras é a atividade que deve ser executada sistematicamente e efetivamente de forma a garantir o cumprimento das leis vigentes e se a execução dos serviços está de acordo com o projeto e as normas vigentes.

Os profissionais que exercem a função de fiscal devem ser devidamente capacitados na sua área de atuação, tendo conhecimento das normas aplicáveis, da especificação dos serviços e dos projetos existentes. Seu principal objetivo é identificar os fatores que possam prejudicar a qualidade da obra e garantir que a mesma seja atingida até sua entrega.

O tempo de permanência do fiscal na obra, que pode ser integral ou espaçada, influencia diretamente na qualidade final, pois quanto menor o período de visitas mais periférica será sua atuação.

Mas o fiscalizador não deve exercer seu papel somente durante a execução deve atuar também na fase da estruturação do empreendimento e na entrega do mesmo. Durante o inicio do projeto participando da definição do escopo das atividades, na contratação de mão de obra e até do planejamento, entrelaçando o conhecimento da execução com a projeção.

Na entrega realizando pequenos acertos, elaborando as built e demais reclamações caso existir. Este procedimento ajuda a evitar conflitos e resulta num melhor aproveitamento das interações entre as diversas áreas e partes interessadas.

Assim sua atuação torna-se mais ampla e varia conforme o tipo de contratação. Podendo ser tanto global, no caso contratando vários serviços e acompanhando a execução do mesmo em nome do cliente, ou simplificado onde o fiscal atua somente verificando as medições e liberando os pagamentos.

Devido a amplitude de sua atuação muitas vezes a fiscalização é confundida com gerenciamento. Sendo que as duas vertentes tem atuações diferenciadas nas etapas de planejamento e acompanhamento.

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Figura 1 – Equipe de fiscalização em obra.
Fonte: crea-rs.org.br

Fiscalizar é diferente de gerencia

Muitas empresas associam a figura do fiscalizador a do antigo feitor. O cenário é mais preocupante ainda quando o contratante não compreende o que é fiscalização, confundindo-a com atividade de gerenciamento. Fiscalizar tem a ver com executar conforme a especificação, o projeto, a boa técnica, normas e procedimentos. Gerenciar tem a ver com custos e prazos, executar de forma mais econômica e que atenda as necessidades de planejamento do cliente.

Seja por equivoco do cliente ou pela necessidade de contratação de um serviço especifico de supervisão para complementar as atividades de uma empresa que já tenha uma estrutura gerencial montada, o fato é que muitas contratações se limitam a fiscalização. Somente obras industriais, de grandes dimensões, com cronogramas apertados, e que se preocupam em ter um contrato amplo e abrangente. Muitas vezes, em obras menores, o cliente acredita que será capaz de gerenciar sozinho uma obra de engenharia. Ele pensa que é só uma questão de custo e cronograma. É um pouco mais complexo que isto.

Mesmo este custo e cronograma têm aspectos técnicos, que somente um especialista pode decifrar, entender e gerenciar. Já o contrato de fiscalização, o cliente entende que não pode estar lá presente o tempo todo para controlar, sendo assim, ele procura alguém para ficar de olho para ele. Ainda assim, não busca o melhor profissional, em geral, ele busca alguém bom, por um custo razoável. Isto é desmotivador para a engenharia e seus profissionais.

Com certeza, a contratação de bons profissionais tem um custo. Mas se analisarmos, o prejuízo gerado por não contar com estes profissionais pode ser ainda maior.

Os problemas encontrados pelos responsáveis de fiscalização são vários e de todos os ângulos. Fornecedores que não observam normas de qualidade, clientes que não se importam com qualidade, e sim com prazo e custo, empreiteiros que não se preocupam em executar corretamente, estando mais focados com a economia e redução de custos, e por fim fiscais que desconhecem suas atribuições, normas e procedimentos técnicos.

Construção e montagem
Figura 2 – Exemplos de problemas nas obras.

Em função da periodicidade e diversidade de tarefas que esse trabalho pode ser feito, é importante definir em contrato o escopo, com obrigações e direitos do agente fiscalizador. Este tipo de procedimento ajuda a evitar conflitos entre cliente e empreiteira, muitas vezes resulta num melhor aproveitamento do potencial do fiscalizador, que pode se tornar um elemento mais ativo na obra.

Conclusão

A falta ou adiamento de decisões principalmente na fase inicial do empreendimento da construção civil, ligados tanto aos aspectos de caracterização do mesmo quanto as definições do sistema de produção, potencializa uma grande quantidade de erros e de retrabalho para todos os envolvidos, constituindo assim uma grande fonte de desperdício podendo gerar reflexos negativos na qualidade do produto final entregue.

Para que seja possível obter o resultado adequado é de fundamental importância conhecer as necessidades do cliente para que seja possível identificar a demanda a ser atendida e estabelecer as soluções adequadas no caso das não conformidades que ocorrem durante a execução sempre focando na qualidade do empreendimento.

Referências

Artigos_pmkb

Sobre os Autores:

Autora:  Bilga Pawilowski Dias; Engenheira Civil graduado pela Universidade Federal de Minas Gerias – UFMG. Cursando Pós-graduação em Gestão de Projetos em Construção e Montagem pelo IETEC. Atuação nas áreas de planejamento e acompanhamento de obras de manutenção ferroviária pela FCA. Atualmente Engenheira Civil responsável das obras de construção de galpão pela empresa Damini Engenharia Geoespacial. E-mail de contato: bilgapaw@yahoo.com.br.

Autor: Edésio Edmur Duarte Louzada Jr.; Engenheiro Mecânico graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Puc-Minas. Técnico em Mecânica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG. Cursando Pós-graduação em Gestão de Projetos em Construção e Montagem pelo IETEC. Com 15 anos de experiência em projeto conceitual, projeto básico, projeto detalhado, plano diretor, projetos em 3D, análise de interface e interferência, verificação de desenhos, elaboração de documentos, levantamentos de campo, apoio a obras locado no “site”, comentários em desenhos de equipamentos, estudos de viabilidade, plano de rigging e supervisão. E-mail de contato: duarte2112@yahoo.com.br.

Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 4a Turma de Gestão de Projetos em Construção e Montagem do IETEC.

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