Project Management Knowledge Base – Conhecimento e Experiência em Gerenciamento de Projetos

Clique Aqui para uma busca avançada.

Por que o seu comportamento influência o resultado do projeto

Publicado em 28/11/2013

Fazer a gestão das restrições do projeto, ou também chamadas metas do projeto, como escopo, prazo e custo é invariavelmente o centro das atenções dos gestores. Somado a rotina vivenciada, com reuniões, viagens, redigir e-mails, memorando, entre outras atividades,o gerente acaba, por muitas vezes, não perceber que seu comportamento diário é observado, e muitas vezes replicado. A forma que o seu comportamento é percebido pela equipe e cliente pode ser fator de relevante contribuição para o resultado do projeto.

Introdução

Considerando a boa gestão dos projetos, espera-se dedicação na fase de planejamento, pensando-se meticulosamente no presente o que o futuro nos espera. Pensamos em possibilidades e determinamos respostas, assim vamos desenhando o planejamento, criando métricas para o seu controle, e tendo como o foco as restrições e metas para alcançarmos o tão esperado sucesso do projeto.

Buscamos metodologias e ferramentas que sejam adequadas à realidade dos nossos projetos, mas muitas vezes esquecemos-nos de um fator muito importante em toda essa arquitetura para o sucesso: Nós.

Esse artigo tem como objetivo discorrer sobre a importância de observamos nossa postura, conduta, valores e como tudo isso de forma individual ou conjunta pode influenciar o resultado do projeto.

Usando meu comportamento a favor do sucesso do projeto

Podemos começar admitindo que seja praticamente irresistível deixarmos de comprar livros e revistas que abordam as novas tecnologias que permeiam o mundo da gestão de projetos. Discussões técnicas também alimentam nosso cérebro ávido por novas perspectivas e caminhos. Para muitos de nós é o bastante, afinal, precisamos atender escopo, prazo escopo e qualidade e nada melhor que ficar afiado nas tendências.

images

Porém são poucos gestores que estão ganhando cada vez mais espaço neste universo de projetos, e seus livros de cabeceira estão bem distante de temas sobre software ou uma melhor forma de emissão de relatório ou apresentações em reuniões. Na verdade, é crescente o número de pessoas que estão percebendo, o quanto o seu comportamento impacta o projeto, e então estão passando a ler, por exemplo, sobre Inteligência Emocional.

Depois de anos observando a mim mesma, cheguei à conclusão que nosso comportamento em relação a nossas equipes de trabalho é perfeitamente análogo à explicação dada pela Física sobre ondas – nosso comportamento é uma perturbação que se propaga em um meio. De uma maneira mais clara pode-se afirmar que este comportamento é como o efeito dominó, da forma que atinge uma pessoa, poderá atingir todas as demais.

O tom de voz (alto demais ou baixo demais), a forma como articulamos (tentando nos esconder ou sendo agressivos), a expressão facial (tristeza, alegria, ironia, etc.) são parte do nosso comportamento, que no dia-a-dia, pouco nos importamos. Muitas das vezes, nos ocupamos mais em tentar perceber se a gravata está combinando com a blusa, ou se o sapato está com salto adequado, do que sobre como estamos transmitindo diariamente com o nosso comportamento.

Antes de seguirmos em frente, responda a estas perguntas:

  1. Você olha no olho ou para o rosto da pessoa enquanto ela fala com você, ou você continua olhando para o monitor digitando ou escrevendo alguma anotação?
  2. Quando você precisa comunicar alguma atividade, ainda que em um ambiente de pressão, você é direto, porém educado/gentil, ou se faz valer da situação e acaba sendo grosseiro, afinal é assim mesmo em projetos?
  3. Você trata com diferença a sua equipe e o seu cliente externo e/ou superior? Sendo que trata melhor estes últimos?
  4. Você consegue perceber que quando esta feliz ou mal humorado as pessoas a sua volta reagem quase sempre da mesma maneira?
  5. Você consegue analisar e separar sua pessoalidade em relação a um determinando tema, antes de comunicá-lo a sua equipe?

Você realmente foi honesto com suas respostas? Comece a observar o quanto o seu comportamento afeta a sua equipe e o quanto você está sendo afetado pelo comportamento do seu superior, e assim gerando um perfeito efeito de onda no seu projeto!

Não olhar para a pessoa enquanto ela fala, é grosseiro, independentemente da sua raça, crença cor, e CARGO no projeto. Se a pessoa te procurou, faça o seu papel, e dê a atenção necessária. Caso não seja possível, explique e solicite um novo retorno. Se comprometa com este retorno e dê a atenção devida à pessoa. Quando não ouvimos as pessoas de maneira adequada, criamos uma distancia perigosa, que poderá ser fonte de conflitos e gerar baixa produtividade.

Manter o ambiente de projeto de maneira produtiva vai muito além de boas cadeiras, computadores, softwares e iluminação. Não adianta horário flexível, quadra de futebol e sala de massagem, se você, a quem as pessoas precisam seguir, não sabe comunicar sem gerar pressão desnecessária, insegurança e ofensas. Preocupe-se em ter um bom ambiente para a sua equipe, mas você é o principal elemento para promover esse bom ambiente, sendo claro e gentil ao se comunicar com as pessoas.

Ele é o Cli-en-te, ou ele é o MEU CHEFE, então é claro que vou tratá-los muito bem. Não faça isso!Você deve tratar bem o seu chefe o seu cliente e sua equipe, sem distinção de comportamento, isto é, dar atenção e ser gentil com todos, ao invés de sorrir para os primeiros e tratar de qualquer maneira a sua equipe. A justificativa do cargo, de nada tem a ver com um papel de líder que um gestor precisa ter. Não há espaço para puxa-saquismo em um projeto com o mínimo de ética pessoal. O Chefe, Cliente e Equipe podem te exigir tempos diferentes de dedicação, mas todos, sem exceção merecem o comportamento esperado de um líder.

A forma como você cumprimenta (ou deixa de cumprimentar), a como fala (animado ou desanimado), sobre o andamento e possível resultado do projeto é percebida por todas as partes interessadas do projeto diretamente ligadas a você. Logo, se prepare para dar as notícias sobre o projeto, afinal uma palavra que sai pela boca, não volta mais!

Você não concorda com determinada mudança no projeto, porque te afetará de alguma maneira de forma negativa? A forma que você recebe e processa essa informação provocará um efeito dominó na sua equipe, quando você comunicar tal mudança. Novamente é muito importante que você separe seus interesses pessoais, daquilo que é importante para o projeto. Isso é ser líder!

Logo, a recomendação é que você comece a observar um pouco essas partes interessadas, especialmente a sua equipe, veja o que existe de você nessas pessoas. Não se surpreenda se você notar que existem pessoas se vestindo como você e usando a mesma entonação de voz.

Nessa altura do artigo, você pode estar incrédulo e pensando: Projeto com prazo e orçamento estourado pouco importa a forma como lido com minha equipe, pois não reverterá a situação. Será? Não cabe a mim fazer afirmações levianas aqui, especialmente sem conhecer as causas dos estouros, mas não reconhecer que uma equipe é mais produtiva e comprometida com o projeto, quando é bem tratada e respeitada, também seria um erro.

Se interesse verdadeiramente pelas pessoas que compõe a sua equipe, para que ela seja de tal forma envolvida e influenciada positivamente, que o seu comprometimento reflita na manutenção ou aumento da produtividade estimada para o projeto.

Conclusão

Com visto nesse breve artigo, precisamos de um olhar muito mais crítico sobre nossa gestão, e isso vai muito além de softwares, relatórios e reuniões.

Coloque um ponto final nos tapas na mesa durante as reuniões, nos gritos pelo corredor, na falta de bom dia, e no puxa-saquismo. Comprometa-se consigo mesmo a buscar o aprimoramento pessoal, com um horizonte mais amplo, isto é, buscando literaturas e técnicas que te ajudem a ser um profissional capacitado emocionalmente.

Nossa postura influencia as pessoas de maneira impactante, seja na forma como falamos e agimos, e tal postura pode afetar a produtividade destas pessoas. Logo, precisamos afetá-las da melhor maneira possível para atingirmos o resultado, o sucesso dos nossos projetos.

Referências

GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. 412 p. ISBN 8573022256

Sobre a Colunista:

Shirlei Querubina é formada em Administração de Empresas pela PUC-Minas e MBA em Gestão de Projetos pela FGV. Atua há 16 anos no mercado de geração e transmissão de energia pela empresa Sinergia Engenharia e Consultoria, sendo os últimos 08 como Gerente de Projetos. Professora no Ietec-MG  nos cursos de Gestão de Projetos em Construções e Montagem, Engenharia e Custos e Orçamentos e Engenharia de Planejamento.

E-mail de contato: squerubina@gmail.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

Imprimir

  1. Sandra Santos disse:

    Perfeito!! a referência não poderia ter sido melhor, tanto bibliográfica quanto a sí mesma. Parabéns.

  2. Fernanda disse:

    Muito bacana! Adorei! Realmente o comportamento faz toda diferença.

Deixe uma resposta

Li e concordo com a Política de Privacidade

Compartilhe:

Av. Prudente de Morais, 840 Conjunto 404

++55(31) 3267-0949

contato@pmkb.com.br

Seg á Sex de 09hrs á 18hrs

×