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Terminologia na Engenharia de Custos

Publicado em 30/12/2015

Resumo

A Engenharia de Custos dedica-se a estimar, controlar, avaliar e monitorar as atividades na gestão de projetos. A necessidade de conhecer os termos técnicos é essencial para evitar problemas de comunicação e consequentemente perda de rentabilidade em projetos contratados. Nesse artigo serão explicadas as principais terminologias desenvolvidas pela AACE e a importância da utilização desses termos na engenharia de custos.

A AACE, Associação para o Desenvolvimento da Engenharia de Custos, é a Instituição Internacional de maior representatividade junto à comunidade de gerenciamento de custos. A associação desenvolve terminologias técnicas para padronização dos conceitos na área de gerenciamento de custo e orçamento.

A publicação internacional de recomendações práticas de Terminologia na Engenharia de Custo 10S90, contém os termos técnicos desenvolvidos por comissões especializadas, grupos de interesses ou equipes de projetos e que devem ser amplamente conhecidos e utilizados pelos profissionais da área. Em 2014, a mesma passou por revisão e foram incorporados ao Instituto American National Standards (ANSI), que a padronizou como No. Z94.

A terminologia na engenharia de custos consiste em um estudo de termos técnicos que devem ser aplicados no planejamento, desenvolvimento, gestão e controle de empreendimentos ou projetos. Dessa forma, a terminologia na engenharia tem a finalidade de documentar, promover e uniformizar o uso correto destes termos.

 terminologia

Desenvolvimento

O objetivo da padronização da linguagem é facilitar a comunicação, otimizar a transmissão de conhecimentos e organizar de maneira prática a interpretação de informações. Assim, de uma maneira geral, a terminologia padroniza conceitos técnico-científicos de forma organizada, por meio de manuais e glossários.

Os estudiosos de qualquer área precisam da padronização de terminologias técnicas para alcançar, dentre vários outros fatores: a transmissão de conhecimentos e habilidades corretas, a criação e o estabelecimento de neologismos, normatizações básicas e uniformização de metodologia técnica.

Mais recentemente, o uso de terminologias unificadas na área de custos tornou-se mais importante frente à explosão de informações divulgadas, a diversidade de termos técnicos e científicos advindos de novos estudos, a necessidade de comunicação internacional mais eficiente e a crescente demanda por maior rapidez na difusão de informações.

Na engenharia é de extrema importância o desenvolvimento de sistemas avançados e efetivos de organização e gestão de informações. A elaboração de um glossário/dicionário de terminologias oferece aos profissionais conceitos e conhecimentos teórico-práticos que estão incorporados em um repertório linguístico. Com o intuito de uniformizar os termos técnicos perante os profissionais da engenharia de custos e orçamentos, A AACE desenvolveu e revisou as instruções técnicas através da publicação 10S-90.

Atualmente empresas de diversos ramos buscam a sobrevivência no mercado. A utilização da engenharia de custos para elas é de vital importância para a análise correta da viabilidade econômico-financeira de um empreendimento ou projeto. As organizações dependem de um gerenciamento de custo eficaz e eficiente, com domínio dos termos técnicos apresentados na terminologia da AACE.

A gestão de custos associada ao gerenciamento de contratos permite aos profissionais da área interpretar uma proposta de uma obra ou serviço de forma efetiva, do desenvolvimento até finalização do projeto, evitando estudos e dispêndios desnecessários. Suponhamos que o setor de orçamento não tenha previsto análise contratual de garantia relacionada à variações meteorológicas imprevistas, por falta de conhecimento da terminologia de condições climáticas/ato de Deus; tal situação, poderá gerar atrasos, despesas desnecessárias e até indisponibilidade de execução de determinado projeto.

Na engenharia, existem várias técnicas e ferramentas necessárias para um correto planejamento e controle de custos. A gestão de custos envolve atividades sistemáticas que exigem habilidades, conhecimentos e aplicação dos principais conceitos de custos e orçamentos. Estudar e aprofundar o conhecimento em obras de referência é importante para aplicar os conceitos na área técnica.

Estimar, controlar e provisionar os custos são umas das principais técnicas para obter o equilíbrio ideal entre custo, qualidade e tempo.

Conhecer, compreender e aplicar a terminologia na engenharia de custos é um diferencial para atingir os objetivos de orçamentos bem feitos, com recursos bem alocados.

Diante disso, destaca- se a importância da terminologia na engenharia de custos mesmo antes do início de um projeto ou empreendimento. Dentre elas, destacam-se:

  • CALENDÁRIO DE ATIVIDADES – Na programação de computador, calendário que define os padrões de trabalho e não trabalho aplicável a uma atividade. O calendário de atividades é normalmente substituído pelo calendário do projeto;
  • PLANO DE AÇÃO – Um plano que descreve o que precisa ser feito e quando;
  • PROGRESSOS PROGRAMADOS E REALIZADOS – Uma comparação entre o trabalho feito observável em um determinado momento com o trabalho planejado até aquele momento;
  • PROVISÃO – Em gerenciamento de valor agregado, os custos reais que são registrados por bens e / ou material recebido ou serviços prestados antes do pagamento.
  • ATIVIDADE STATUS – Informação sobre o desempenho de uma atividade que é usada para atualizar o progresso do cronograma. Informações de status típico inclui reais de início e datas de término, percentagem concluída, e a duração restante. Isto é, informações utilizadas para atualizar os cálculos críticos;
  • SUBSÍDIOS – Para estimar, recursos incluídas nas estimativas para cobrir o custo dos requisitos conhecidos mas não definidos para um atividade individual, item de trabalho, conta ou sub-conta;
  • ANÁLISE (PROGRAMAÇÃO VARIANCE) – Comparação de desempenho real de custo / programação para o planejado. Esta comparação inclui a identificação de potenciais avisos “mudança” e sua causa. Deriva-se do monitoramento de as despesas do projeto, progresso e desempenho. Requer a aplicação da revisão independente e de pensamento criativo processos para chegar a uma compreensão abrangente de como, por que e em que contas de projetos são dirigidos.
  • A análise deve resultar em ações corretivas para compensar / minimizar eventuais superações potenciais e maximizar qualquer potencial sob é executado.
  • CRITÉRIO DE ACEITAÇÃO – especificações que garantam que o produto e/ou serviço contratados estejam dentro da proposta acordada. Há critérios que podem estar implícitos e caso não seja mensurado pode gerar desvios entre o requerido e o entrega, e ônus não provisionados no contrato e consequentemente gerando maior dispêndio financeiro.
  • ATIVIDADE DE CUSTO – determinação do modelo de custeio, que podem alocar custos diretos e/ou indiretos. Importante entender bem a atividade do projeto para alocar corretamente as despesas em centro de custos corretos e evitar desvios não programados.
  • VIOLAÇÃO ANTECIPATÓRIA – verificação da real capacidade do fornecedor em realizar o projeto contratado. Importante realizar análise de desempenho do mesmo para evitar onerações de tempo e dinheiro (possibilidade de inviabilizar um projeto importante). Do lado oposto é importante ao empreiteiro averiguar as condições e viabilidade do ACESSO AO EMPREGO, para não realizar acordos que limitem sua atuação no projeto.

Conclusão

A engenharia de custos representa o planejamento das obras, através de estimativas e orçamentos de qualidade, gerenciando o fim dos desperdícios nas construções, evitando obras ou projetos inviáveis financeira ou economicamente. Para tal, depende diretamente da aplicação da terminologia apropriada, para possibilitar o sucesso dos empreendimentos.

É papel do profissional da área de Engenharia de Custos o zelo pela terminologia técnica, através da qualificação permanente, uso e divulgação dos termos corretos. A padronização dos termos é fundamental para evitar vieses de interpretação, omissões ou definições imprecisas.

Dessa forma, o conhecimento e aplicação permanentes da terminologia na engenharia de custos é primordial para o sucesso da gestão do orçamento e dos custos realizados, da proposta até a finalização do projeto contratado. 

Referências

  • http://www.aacei.org/
  • SILVA, José Margarida; LUZ José Aurélio Medeiro. Enfatizando a importância do trabalho com terminologia
  • técnica nas escolas de engenharia. Disponível em: http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2004/artigos/07_283.pdf
  • AACE Brasil. Associação para o Desenvolvimento da Engenharia de Custos. Disponível em: http://www.brasil-aacei.org/
  • AACE International Recommended Practicehttps. Disponível em: //client.blueskybroadcast.com/aace/2015/preview/toc_10S-90.pdf
  • IBEC, Instituto Brasileiro  de engenharia de custos. Disponível em: http://www.ibec.org.br/publicacoes/
  • TAVES, Guilherme Gazzoni – Engenharia de custos aplicada à construção civil. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011477.pdf
  • SILVA,Hevânia Priscilla Ferraz; SANTOS,Jean Bruno Bispo; CRUZ, Cleide Lemes da Silva -Glossário de Termi nologias da Área da Construção Civil: Um Recorte. Disponível em : http://www.profiscientia.ifmt.edu.br/profiscientia/index.php/profiscientia/article/viewFile/41/42

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Sobre os Autores:

Jefferson J. Fernandes Contins; Engenheiro Civil com ênfase em meio ambiente graduado pela Funedi-UEMG Campos Divinópolis/MG. Cursando pós-graduação em engenharia de custos e orçamento pelo IETEC.. E-mail de contato: jeffersoncontins@gmail.com.

Gislaine Cristina Duarte; Administradora graduada pela UFMG. Pós Graduada em Controladoria e Finanças pelo IBMEC/MG; Cursando pós-graduação em engenharia de custos e orçamento pelo IETEC. E-mail de contato: gislaine_duarte@yahoo.com.br.

Guilherme Pereira Galvão; Engenheiro Civil graduado pela Universidade FUMEC. Cursando pós-graduação em engenharia de custos e orçamento pelo IETEC. E-mail de contato: guilegalvao@gmail.com

Contexto: Artigo apresentado da turma Pós em Engenharia de Custos e Orçamento – Turma 8 do IETEC ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho.

 Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. Davi Drummond Alves disse:

    Excelente artigo, retrato um cenário que deve ser seguido por todas as empresas. A falta de comunicação, assim como uma má orçamentação, pode ser responsável pelo fracasso do projeto. Para isto não ocorrer é de suma importância que todos falem a mesma “língua” e que utilizem as termologias corretamente, assim gerando orçamentos bem feitos, com recursos bem alocados.

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