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Uma viagem no tempo e os erros fatais dos novos GP

Publicado em 20/09/2013

Uma viagem no tempo e os erros fatais dos novos gerentes de projetos

Viagens no tempo são um tema popular da ficção científica desde que H.G. Wells escreveu A Máquina do Tempo, em 1895, desde então, o homem passou a sonhar com a construção de uma máquina capaz de transportá-lo para o passado e o futuro, e diga-se de passagem, em diversas situações muitos gerentes de projetos se tornam esta máquina.

O efeito JET LAG, conhecido como “dilatação do tempo”, ocorre sempre que dois observadores se movimentam um em relação ao outro. No dia-a-dia não se observam grandes variações, porque o efeito só é perceptível quando o movimento ocorre em velocidades próximas à da luz. Sim, falamos de física, mas as possíveis conseqüências dessas viagens no tempo levam alguns gerentes de projetos a rejeitar em princípio a sua própria ideia de seus deslocamentos, isso porque em situações de alta precisão de ação os efeitos de uma “viagem” para o passado ou para o futuro é mais lenta e bem menos eficaz, exigindo movimentos mais certeiros, não somente na presença de luz mas na maioria das vezes, no escuro.

Como vimos, é comum nos depararmos com situações em que novos gerentes de projetos, aqueles seres de inteligência absoluta, com grandes sonhos e ilusões, quase sempre irreais, com vontades inúteis para projetos que exigem cumprimento de tempo, dentro de escopo e com recursos disponíveis.

Essa alusão, a princípio, lembra que gerenciar pode ser uma tarefa difícil para aqueles que ainda não vestiram” a função, uma vez que cerca de 50% dos gerentes não recebem treinamento algum antes de serem lançados a esta responsabilidade.

Essa situação faz do novo gerente de projetos o ser mais passível a erros, não se falando unicamente de erros técnicos mas erros de conduta, erros na gestão da equipe, o que pode vir a significar que ele terá um período curto na função.

Entre os principais erros dos novos gerentes, que os fazem viajar no tempo, podemos citar os mais comuns:

  1. Considerar que ele, novo gerente, sabe tudo, tem o poder da palavra, da sabedoria, da criação – mesmo que isso seja verdade – até porque, não o é – este certamente não sabe tudo sobre a parte mais importante do seu trabalho: gerenciar pessoas. É preciso ouvir as pessoas ao seu redor. Perguntar a opinião delas quando apropriado. Manter a mente aberta. Ser paciente e saber ouvir, saber reconhecer as habilidades de sua equipe. Ser nomeado gerente não significa que os demais são leigos, apenas não foram vistos da mesma forma que ele foi.
  2. Exibir a todos e a toda hora “quem é o chefe” “quem manda” – quem dá show é a Xuxa, todos são inteligentes o suficientes pra saber que ele é o novo gerente. É preciso fazer a diferença com bons resultados e nunca esquecer que o problema pode não estar na equipe ou nas coisas, mas sim na gestão.
  3. Chegar mudando tudo, inventando “moda” – lembre-se: quem inventa moda é estilista, Channel, Christian Dior, gerente de projetos identifica os pontos que requerem melhorias, aloca o recurso na atividade adequada e conforme suas habilidades, tira proveito de tudo o que seu antecessor fez de bem feito, melhora processos e mostra melhores resultados.
  4. Ter medo de tudo – mostrar à sua equipe que tudo o apavora é um pulo ao passado. Alguém confiou em suas habilidades e alguém o espera para se inspirar. Não deixar a equipe decidir ou apresentar ideias por medo de que os diretores percebam as habilidades deles pode indicar que sua gestão é ultrapassada, onde a participação dos demais inexiste. Lembre-se: quando uma equipe cresce, cresce também o valor do gerente.
  5. Não se dedicar à sua equipe – sair com seu grupo, tomar um cafezinho com a equipe, conhecer seus problemas, tê-los no seu pé, e não à seus pés, ser fiel a eles assim como quer fideliza-los, pois é somente conhecendo a todos individualmente que será capaz de identificar o máximo que estes podem dar para o processo como um todo.
  6. Mudar o temperamento – não se permitir ser humano, não sorrir, “não se misturar” – esse é um dos maiores pecados do novo gerente, pois se afasta do grupo e se torna alvo das piadinhas, das várias identificações que o grupo cria para ele, e lembre-se quando o fogo inicia este se espalha rapidamente, é melhor ter todos a seu lado, fazer a equipe ver o que você tem de bom para oferecer e não perceber e ressaltar seus pontos fracos.
  7. Culpar o seu time por suas falhas de gestão – todo ser humano é passível a falhas, até mesmo os gerentes, inclusive os gerentes. Fuja da tradicional frase “Gerente nunca erra, gerente nunca se engana”, isso está a mil anos ultrapassado, dê um pulo no futuro e reconheça que também precisa melhorar.
  8. Fugir das responsabilidades do grupo – gerente que é gerente apoia o seu grupo, mesmo diante de catástrofes. Tudo tem explicação, se algo deu errado, reúna o grupo e identifique as causas, ajude-os a solucioná-los, isso não significa que você deve dobrar as suas horas e solucionar o problema, dê a equipe e aos responsáveis a chance de identificar e de resolver os problemas. Delegue responsabilidades.

Enfim, é preciso seguir em frente diante desse novo projeto de vida, sem deixar de ser humano. Não esquecer que a equipe precisa de um líder exemplar e por isso você foi eleito. Tenha tudo e todos a seu favor, aprimore-se. Se o seu trabalho inclui ações nas quais você não se destaca, dê duro para melhorar nelas. Conquiste um mentor, solicite tarefas que o desafiem, se atualize. Delegue atividades, não tenha todas as cartas somente na sua manga. Jogue a seu favor todos os seus pontos fortes, não deixe que seus pontos fracos brilhem mais. Lembre que sua equipe é seu par, são pessoas que podem fazer as coisas, nas quais você se destaca, brilharem ainda mais. Ser gerente de projetos é ter o dom de liderar equipes, pois somente com a equipe motivada é que os melhores resultados surgirão.

Sobre a Colunista: 

Sandra Santos é gestora de processos gerenciais pela universidade Metodista de São Paulo; MBA em gerenciamento de projetos pela AVM Cândido Mendes; MBA em petróleo e gás pela AVM Cândido Mendes; Especialista em docência para nível superior pela FGV; Mestranda em desenho, gestão e direção de projetos pela Universidade Miguel de Cervantes; Graduanda em administração de empresas pela universidade Estácio de Sá; Atuante na administração contratual de projetos de grande porte no setor de óleo e gás.  Co-autora dos Livros Ser Mais com Equipes de Alto Desempenho, Damas de Ouro, Editora Ser Mais.

E-mail de contato: ssantosdesouza@gmail.com

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