Publicado em 12/12/2014
Para tomar as decisões mais acertadas a respeito de seus projetos, há sempre a preocupação de estabelecer critérios matemáticos por parte das empresas, de forma a tornar o processo o mais claro e exato possível. No entanto, é inviável tratar a questão de uma forma estritamente objetiva: se considerarmos a tomada de decisão em sua totalidade, perceberemos que outros critérios também são envolvidos. A ação, assim, consiste na definição de um rumo a ser seguido (aquele que for mais adequado à situação), tendo como base fatores considerados de maneira arbitrária por quem faz a escolha.
Quando tratamos de gestão de projetos, a habilidade de escolher os melhores caminhos a serem seguidos, alinhada ainda ao planejamento estratégico da empresa, é um dos maiores desafios para companhias de todos os setores. Atualmente, dada à dinâmica de mudança constante das circunstâncias do ambiente, tomar as decisões certas, baseando-se em fatores devidamente alinhados e adequados às situações, tornou-se de fato um ingrediente definitivo para o sucesso empresarial e mesmo para a sobrevivência dos negócios. Neste quadro, a priorização e a seleção de projetos se encaixa como uma estratégia essencial para fazer as escolhas certas – assim, a Análise AHP (ou Analytic Hierarchy Process) vem se constituindo como um dos modelos mais importantes disponíveis no mercado para apoiar a teoria de decisão dos gerentes da área.
Quer saber mais sobre a Análise AHP e seu papel fundamental no processo de priorização e seleção de projetos em um portfólio? Acompanhe nosso post!
Processo de Priorização e Seleção de projetos: uma conceituação
Como vimos, a tomada de decisões adequadas baseada nos critérios certos é um desafio cada vez maior para os empreendedores devido à grande dinâmica de mudança verificada nos dias de hoje. Deste modo, a priorização dos projetos em um portfólio pode ser conceituada como uma ordenação por relevância dos projetos levando-se em conta os benefícios e os custos de cada um destes planos. Assim, os projetos de maior relevância serão aqueles em que os benefícios aumentam em relação aos custos. Vale ressaltar que a relação custo\benefício, neste caso, não diz respeito a indicadores restritamente financeiros, mas também abrange um contexto mais amplo dos ganhos e dos esforços demandados para a concretização de cada um dos planejamentos.
Se considerarmos a complexidade e a variabilidade do pano de fundo no qual as empresas estão inseridas para a tomada de decisões, o desafio para a priorização reside justamente em diferenciar aquilo que é custo e o que é benefício dentro das particularidades e possibilidades de cada companhia.
Usualmente, os critérios estabelecidos para o processo de priorização são agrupados nos quesitos financeiros, estratégicos, de riscos (ameaças), de urgência, de comprometimento das partes interessadas (grau de dedicação e envolvimento dos stakeholders no projeto) e ainda do conhecimento técnico referido para a realização do planejamento. Porém, é importante destacar que não existe um padrão para o estabelecimento dos critérios adequados para contemplar toda e qualquer empresa no processo de priorização e seleção de seus projetos. A definição destes fatores ficará a cargo dos valores e preferências do responsável pela tomada de decisão.
Analytic Hierarchy Process (AHP): no que se caracteriza o modelo e como funciona?
Desenvolvido na década de 70, o AHP é atualmente aplicado para tomar decisões coerentes e adequadas em cenários diversos e complexos. A técnica é empregada principalmente nas situações em que funcionários trabalham juntos na definição de rumos e onde as inúmeras percepções da equipe, assim como os julgamentos e as consequências das escolhas, trazem desdobramentos que irão impactar a longo prazo na empresa.
Como podemos intuir pela tradução da expressão inglesa, o AHP é uma ferramenta de hierarquização utilizada no gerenciamento de projetos. Neste sentido, o modelo se caracteriza por proporcionar uma programação multicritério para auxiliar no processo de tomada de decisões em contextos de alta complexidade e consideração de inúmeras variáveis para a priorização e seleção de projetos.
A técnica funciona do seguinte modo: primeiramente, o problema ou objetivo a ser alcançado é decomposto em uma hierarquia de critérios de mais fácil análise e que podem ser comparados individualmente. A partir deste ponto, os tomadores de decisão passam a avaliar as alternativas sistematizadas ao compará-las duas a duas, inseridas em cada um dos critérios. Para realizar esta análise comparativa, podem ser usados dados concretos acerca das opções ou mesmo a percepção humana como método de avaliação secundário.
Posteriormente, a técnica AHP transforma estas comparações em dados numéricos a ser processados e comparados: converter as informações empíricas em valores matemáticos, aliás, é o diferencial mais importante do AHP em relação às demais ferramentas comparativas. O peso de cada um dos itens faz com que os elementos possam ser analisados na hierarquia estabelecida. Depois que todas as comparações forem feitas e os pesos referentes aos critérios forem definidos, é então calculada a probabilidade numérica de cada uma das opções disponíveis. Esta probabilidade, por sua vez, determina as chances que cada opção possui para ir de encontro às metas a serem alcançadas. Quanto maior for a probabilidade numérica apresentada por uma alternativa, melhor ela contribuirá para o objetivo final do portfólio.
É importante lembrar que os cálculos requeridos pela Análise AHP podem se tornar complexos e exaustivos em determinadas situações, o que demanda a utilização de um sotfware especializado na área para facilitar a atuação dos gerentes de projeto.
O uso da Análise AHP habilita que os tomadores de decisão de uma empresa possam usufruir de uma ferramenta matemática e específica para otimizar o processo. Além de qualificar as escolhas dos gerentes de projetos, a técnica ainda permite a estes profissionais justificar suas decisões e simular resultados. E você, já aplica o método de priorização no seu negócio? Compartilhe sua experiência conosco!
Sobre o Colunista: Hayala Curto, CEO da Seed e idealizador do software NetProject. Principal acionista da empresa, Hayala é mestrando em Informática pela PUC Minas, graduado em Ciência da Computação e tem MBA em Gerência de Projetos e Gestão Empresarial pela FGV. Tem mais de 15 anos de experiência coordenando projetos de TI. Especialista em plataforma WEB e Business Inteligence. Participou da criação e do desenvolvimento de diversos DataWarehouses e aplicações WEB corporativas para clientes como a Telemig Celular, Vale, Prefeitura de Betim, CEMIG, entre outros. É membro do PMI, Project Management Institute, atuante no capítulo de Minas Gerais, desde 2004.
E-mail de contato: contato@seedintelligence.com / http://www.seedintelligence.com
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