Project Management Knowledge Base – Conhecimento e Experiência em Gerenciamento de Projetos

Clique Aqui para uma busca avançada.

Capitalize já: é uma tendência natural, não pode te prejudicar

Publicado em 16/11/2015

Bradley Jackson, um jovem roteirista, tinha várias ideias para desenvolver uma comédia esportiva fora dos clichés usuais do subgênero. “Intramural”, título em referência a ‘jogos internos’/ intramuros, logo tomou forma, virou uma produção independente e, no começo de 2014, foi selecionado para participar de festivais de cinema nos EUA. Num desses, chamou atenção de uma distribuidora e foi adquirido.

Cartaz do filme

Então, o filme teve seu título mudado. Pensando no crescente mercado de vídeo sob demanda, a distribuidora decidiu que a produção teria que ser intitulada com algo que começasse com ‘A’ ou ‘B’, para que o filme figurasse entre os primeiros nas listas de buscas, ordenadas alfabeticamente por padrão. Bradley chegou até sugerir uma ou duas opções, mas os executivos definiram “Balls Out” – um trocadilho entre o figurado para esforçar bastante, “dar o máximo de si”, com o literal… “bolas de fora”. Como material de divulgação, a equipe de marketing criou um cartaz um tanto apelativo que enquadrava as costas, nádegas e pernas de uma típica líder de torcida, trajando um short minúsculo, pois era o que atrairia a atenção do público masculino adolescente e jovem, “o mais comum para este tipo de filme”. Aquelas decisões chatearam Bradley, por destoarem da essência de sua obra.

Este caso, extremamente comum na indústria cinematográfica americana, pode parecer uma afronta à arte, mas é, de fato, uma demanda natural do capitalismo.

Se existem cineastas que estão com seus filmes em festivais por reconhecimento e prêmios, há outros, com visão de negócio, que buscam justamente um contrato com uma distribuidora. E se uns se chateiam com estratégias de marketing centradas apenas em decisões mercadológicas, outros comemoram vislumbrando a potencialização comercial do seu produto. Não se trata de um incentivo à propaganda enganosa, mas um chamado ao desapego. O orgulho e a vaidade podem cegar a racionalidade. Uma mudança de título não muda, de fato, o produto final e ainda pode gerar mais visibilidade. É certo: a arte precisa fazer dinheiro, para que mais arte possa ser feita.

A lição fica para qualquer ramo. Até nos pequenos detalhes como o nome, o logo, o slogan da empresa ou do produto, passando por campanhas de publicidade e propaganda, há que se desprender dos sentimentalismos e achismos e se tomar decisões estudadas e embasadas nos negócios e no mercado. De nada adianta um excelente produto se não há como ele chegar aos consumidores.

jose_roberto

Sobre o Colunista:  José Roberto Costa Ferreira, PMP, é Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações pela PUC-MG, pós-graduado em Redes de Telecomunicações pela UFMG e em Gerenciamento de Projetos pelo IETEC. Iniciou sua carreira profissional em 1995 no ramo de eletrônica, informática e telecomunicações e desde 2005 atua em áreas e negócios diversificados com Gestão de Produtos e Gerenciamento de Projetos. Atualmente integra a equipe de Gestão de Projetos da ThyssenKrupp Industrial Solutions, divisão de Tecnologia de Recursos/ Mineração. Nas horas vagas é um aficionado por cinema.

E-mail para contato: zrcosta@hotmail.com – Blog pessoal: http://padecin.blogspot.com.br

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

Imprimir

  1. Francielle Marques disse:

    Concordo com a necessidade de se focar no marketing,um negocio precisa obter lucros para se manter no mercado.Com o grande número de propaganda a sociedade se interessa nas mais atrativas.
    As estratégias utilizadas para chamar atenção dos clientes, é de grande importância para o sucesso de um projeto.É importante destacar que o produto tem que ser bem aceito pelo consumidor. A aprovação do produto pelos consumidores e seu sucesso se dão através de um bom produto e de uma boa propaganda.
    Este artigo de forma clara que o capitalismo age sobre a sociedade e o sistema utiliza da televisão como meio vias de promoção.

  2. Nathalia Santos disse:

    Concordo plenamente com o posicionamento do texto sobre a importância de abandonar sentimentalismos e se apoiar nos fatos e sugestões embasadas nos negócios. Também concordo com a necessidade de se focar no marketing e não só apenas com o produto pois mesmo que sem priorizar lucros, um negocio precisa lucrar para se manter.
    Hoje em dia somos rodeados de propagandas, vejo a influência delas na sociedade e reconheço a importância do marketing. Porém, nunca tinha refletido sobre as estratégias usadas para chamar atenção dos clientes, e com isso, a importância dos pequenos detalhes para o sucesso de um projeto.
    É importante ressaltar que não adianta ter um bom produto sem que ele chegue ao consumidor, não adianta que o produto chegue ao consumidor se ele não o agrada. A aceitação de produtos por parte dos consumidores e seu consequente sucesso se dão pela conexão entre boa propaganda e qualidade.

  3. GABRIELA CAROLINE PEIXOTO disse:

    Este artigo retrata claramente a forma que o capitalismo age sobre a sociedade. Há anos, este sistema utiliza da televisão como uma das principais vias de promoção.

    Não basta ter o produto, é preciso criar a necessidade de convencer o consumidor a adquirir o que é imposto pelo sistema, então para que o filme de Bradley fizesse sucesso, ele precisava mais que um bom roteiro. Foi necessário atuação do marketing para que seja despertado o interesse da sociedade para assistir ao filme.

    Para que os profissionais tenham suas obras reconhecidas, é preciso que se desprendam de sentimentalismo e tradicionalismo e se adéquam á esta forma de sistema. Para isso, o texto mostrou que é preciso chamar a atenção dos consumidores até mesmo nos simples detalhes, como no título, nas imagens, nas cores, nas pessoas utilizadas nas propagandas, viabilizando o público alvo.

  4. Juliano Chaves disse:

    O texto mostra ambos os lados do foco propriamente dito, de um lado o produtor e do outro lado a propaganda do negocio, já tive oportunidade de trabalhar em ambos os lados, nesse caso a propagando é um ponto forte sim para se colocar um produto no mercado e atingir muito das vezes o verdadeiro alvo, mas muito dessas vezes as propagandas ou campanhas são muito agressivas e apelativas, não concordo com essas ideologias, muito das vezes fugindo o verdadeiro conceito e atraindo um publico critico que não tenha conhecimento prévio do assunto, ficando muito subjetivo a frase “De nada adianta um excelente produto se não há como ele chegar aos consumidores”, acredito que tenha que estudar com muita cautela o foco para não perder a razão e essência do negocio.

  5. Raíssa Veloso disse:

    Concordo em partes com sua matéria, é uma tendencia mercadológica, mas muitas empresas perdem o foco do produto somente pensando em retorno financeiro. Muitas vezes ”compramos” a ideia da propaganda e nos frustamos com o produto, que a meu ver, é tão negativo quanto ter uma propaganda simples ou mais realista. Estamos numa fase de desconfiamento do que nos é mostrado, pelos exageros defendidos pelo capitalismo.

Deixe uma resposta

Li e concordo com a Política de Privacidade

Compartilhe:

Av. Prudente de Morais, 840 Conjunto 404

++55(31) 3267-0949

contato@pmkb.com.br

Seg á Sex de 09hrs á 18hrs

×