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Como estabelecer uma estratégia vencedora em projetos industriais?

Publicado em 08/05/2014

Resumo: Quase todas as decisões estratégicas envolvem algum tipo de investimento. Seja em ativos tangíveis ou em pessoas, os investimentos podem ser representados quantitativamente na forma de dados financeiros (WHITTINGTON, 2002). Por isso é importante pensarmos em como estabelecer uma estratégia vencedora. Este será o assunto do trabalho apresentado a seguir.

Introdução

O vocábulo teve sua origem na Grécia Antiga, significando, inicialmente, “a arte do geral”, adquirindo, posteriormente, uma conotação voltada para a guerra, denotando “general, arte e a ciência de conduzir um exército por um caminho” (MEIRELLES, 1995).

O estudo de estratégias empresariais está fundamentado historicamente nos conceitos militares sobre como vencer inimigos. Carl Von Clausewicz, pai da estratégia militar moderna, definia três alvos para vencer o inimigo. O primeiro relacionava-se à avaliação das forças do inimigo; o segundo, avaliar os recursos do inimigo; e o terceiro alvo dizia respeito à sua disposição para lutar. Assim Clausewicz enfatizava os fatores psicológicos da guerra, os fatores acidentais e, por fim, o caráter situacional das estratégias (FERNANDES e BERTON, 2004).

Sendo assim, estratégia significava inicialmente a ação de comandar ou de conduzir exércitos em tempo de guerra – um esforço de guerra, conforme GHEMAWAT (2000).

No âmbito organizacional igualmente nas estratégias de guerras é necessário o desenvolvimento de estratégias fundamentadas nos objetivos propostos pelas empresas, para se conseguir atingir as metas pré-estabelecidas. São necessários utilizar ou aprimorar as metodologias que melhor se adéquem ao cenário do mercado.

Representava, portanto, um meio de vencer o inimigo, um instrumento de vitória na guerra e mais tarde estendido a outros campos do relacionamento humano como o político e o econômico. E, no contexto empresarial, a estratégia mantém em todos os seus usos a raiz semântica, qual seja, a de estabelecer caminhos (GRAVE e MENDES, 2001).

Essas definições foram, após a Segunda Guerra, incorporados aos métodos de gestão, quando se tratava de estabelecer as estratégias para vencer na batalha por mercado. Entretanto, o conceito transposto à arena empresarial não se ocupa apenas de “competição” e “vencer inimigos”. Amplia-se no sentido de concretizar uma situação futura desejada, tendo em conta as oportunidades que o mercado oferece, por um lado, e os recursos de que a organização dispõe, por outro (FERNANDES e BERTON, 2004).

projetos industriais
Figura 1: Projeto industrial

Desenvolvimento

O que é estratégia?

Uma estratégia é um padrão de ações e de alocações de recursos destinados a atingir os objetivos da organização. A estratégia que uma organização implementa é uma tentativa de equilibrar habilidades e recursos da organização com as oportunidades encontradas no ambiente externo, isto é, cada organização tem certos pontos fortes e certos pontos fracos. As ações, ou estratégias, que a organização implementa devem ser direcionadas à construção de pontos fortes em áreas que satisfaçam às necessidades e aos desejos dos consumidores e a outros atores-chaves do ambiente externo. Além disso, certas organizações podem implementar estratégias que modifiquem ou influenciem o ambiente externo (BATEMAN e SNELL, 1998).

THOMPSON JR. e STRICKLAND III (2000) definem estratégia como sendo um conjunto de mudanças competitivas e abordagens comerciais que os gerentes executam para atingir o melhor desempenho da empresa. (…) é o planejamento do jogo de gerência para reforçar a posição da organização no mercado, promover a satisfação dos clientes e atingir os objetivos de desempenho.

Já para MINTZBERG e QUINN (1991), estratégia é um modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e as ações seqüenciais de uma organização, em um todo coeso.

Segundo CABRAL (1998), o conceito de estratégia apresenta um paradoxo, pois exige a integração de uma série de teorias e enfoques, o que impede o completo registro de seus conceitos e abordagens. Dependendo do contexto no qual é empregada, a estratégia pode ter o significado de políticas, objetivos, táticas, metas, programas, entre outros, numa tentativa de exprimir os conceitos necessários para defini-la (MINTZBERG e QUINN, 1991).

Dentre os muitos conceitos de estratégia, um dos mais utilizados é o de WRIGHT, KROLL e PARNELL (2000), que a definem como planos da alta administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização. Mas, qualquer que seja a definição para estratégia destaca-se algumas palavras-chave que sempre a permeiam o conceito de estratégia, tais como:

  • Mudanças;
  • Competitividade;
  • Desempenho;
  • Posicionamento;
  • Missão;
  • Objetivos;
  • Resultados;
  • Integração;
  • Adequação organizacional;

Como estabelecer uma estratégia vencedora?

path2Figura 2: Qual direção seguir?

A formação de uma estratégia vencedora em projetos industriais requer olhar para o passado e traçar novas direções para um futuro estágio. E como cada projeto industrial é único e possui pontos fortes e fracos não é possível criar um padrão, portanto é necessário estabelecer critérios e passos que deverão ser analisados para tornar a estratégia a ser definida mais vitoriosa.

  • É preciso conhecer o ambiente de atuação;
  • Focalizar a atenção em áreas definidas pela estratégia;
  • Excluir as possibilidades não identificadas que sejam incompatíveis com a estratégia;
  • Estabelecer a missão organizacional e os objetivos estratégicos;
  • A estratégia de cada projeto industrial deve estar alinhada com os objetivos gerais da empresa. Uma estratégia que é válida sob um conjunto de objetivos pode perder sua validade quando os objetivos da organização são alterados;
  • Compor a estratégia: estratégia competitiva de custo, estratégia competitiva de diferenciação e a estratégia competitiva de foco;
  • “Não há nenhum mistério em formular uma estratégia, o problema é fazê-la funcionar” (ANSOFF, 1990);
  • Pensar a estrutura, requer que se desenhe a forma de atribuição de responsabilidades que mais favoreça a estratégia;
  • Definir os pontos fracos e fortes da organização para cada projeto industrial;
  • Analisar oportunidades e ameaças ou limitações que existem no ambiente externo que tenha interferência no projeto industrial;
  • A estratégia a ser definida deve permitir à organização combinar os pontos fortes e fracos da organização com as oportunidades e ameaças do ambiente;
  • Definir quais são as necessidades essenciais dos clientes e se adequar no menor prazo para atendimento deste novo cenário;
  • Permanecer atento a concorrência, uma vez que uma boa estratégia é conhecer seus concorrentes;
  • Estar disposto a assumir riscos calculados, pois o risco é sempre grande devido a falta de domínio no ambiente externo;
  • O líder precisa garantir que a estratégia inspire a visão e motivação do grupo. Uma liderança que não desiste, mas que também saiba delegar, ouvir, desenvolver e envolver a equipe na formulação da estratégia;
  • Pensar nas pessoas, analisar o que as motiva, a cultura da empresa e os estilos de liderança;
  • Pensar nos processos industriais, este exige definição de como alocar melhor os recursos e como as estratégias serão comunicadas;
  • Finalmente, uma estratégia vencedora é impulsionada pela mera criatividade dos administradores, porque exploram novas maneiras de fazer as coisas.

Para FERNANDES e BERTON é importante estabelecer a estratégia, pois a partir dela é possível: assumir o controle sobre o destino; enxergar as oportunidades; transformar ameaças em oportunidades; definir novos rumos para a organização; introduzir a disciplina de pensar a longo prazo; desenvolver um processo educacional e incentivar a interação e a negociação; mobilizar recursos para objetivo comum; promover mudanças; e vender ideias.

Conclusão

A essência de uma estratégia em projetos Industriais requer uma organização que mantém um equilíbrio no uso de recursos, realizando a sua missão, objetivos e suas metas organizacionais. O segredo desta estratégia nas Empresas é a eficiência de ter capacidade de avaliar as necessidades de serviços futuros e processos organizacionais para desenvolvê-los, tendo a competência de manter as melhores habilidades no uso de recursos operacionais, garantindo as necessidades presentes e futuras da organização e por fim utilizarmos recursos para proporcionar aos clientes produtos e serviços de alta qualidade, executando com rapidez e melhor preço.

Quando nos referimos à definição das estratégias organizacionais e quanto à eficácia desta, estamos nos referindo ao sucesso da organização. Sendo assim, a estratégia corporativa deve receber uma atenção maior da alta administração, uma vez que seu fracasso pode acarretar a falência da organização. A estratégia representa hoje um importante instrumento de adequação empresarial a um mercado competitivo.

A estratégia, apesar de ter sua elaboração concentrada na alta administração, deve ser conhecida por todos os funcionários da organização, os quais devem atuar de forma participativa na sua implantação.

Concluindo, a estratégia escolhida sendo ela para a empresa e/ou para os projetos industriais separadamente deve ser aplicada integralmente e aperfeiçoada de maneira contínua para surtir os efeitos desejados. Os resultados somente serão atingidos se houve uma integração entre a elaboração e implementação da estratégia escolhida.

Por fim, não existe um modelo padrão para a implementação da estratégia que possam ser utilizados por todas as empresas de qualquer porte. O que podemos estabelecer são princípios comuns que podem ser aplicados, conforme os mencionados no trabalho apresentado.

Mensagem Final

“Conheça seu inimigo, conheça a si mesmo, e você poderá lutar uma centena de batalhas sem o risco de ser derrotado. Quando você ignora o inimigo, mas conhece a si mesmo, suas chances de ganhar ou perder são iguais. Se porém, você não conhece seu inimigo ou a si mesmo, você está sujeito a perecer em todas as batalhas”.  SUN TZU, A ARTE DA GUERRA.

Referências

  •  ANSOFF, H. Igor. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990.
  •  BATEMAN, T.S.; SNELL, S.A. Administração: Construindo Vantagem Competitiva. São Paulo: Editora Atlas, 1998.
  •  CABRAL, A. C. A. A evolução da estratégia: em busca de um enfoque realista. In: XXII ENANPAD, 22º, Anais…, Foz do Iguaçu: ANPAD, set. 1998.
  •  FERNANDES, B. H. R.; BERTON, L. H. Administração estratégica: da competência empreendedora à avaliação de desempenho. Curitiba: PROSIGRAF, 2004.
  •  GHEMAWAT, P. A estratégia e o cenário dos negócios: texto e casos. Porto Alegre: Bookman, 2000.
  •  GRAVE, P. S.; MENDES, A. A. Pensamento Estratégico Contemporâneo: Possíveis fundamentos antigos da estratégia como uma medida administrativa atual ou em busca ao elo perdido? In: XXV ENANPAD, 25º, Anais… Campinas: ANPAD, set. 2001.
  • MINTZBERG, H.; QUINN, J. B. The Strategy Process: Concepts, Contexts and Cases. 2. ed. Englewood Cliffs: Prentice-Hall International, Inc., 1991.
  •  MEIRELLES, A. M. O planejamento estratégico no Banco Central do Brasil e a viabilidade estratégica em uma unidade descentralizada da autarquia: um estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Administração) – CEPEAD/FACE/UFMG, Belo Horizonte: UFMG, 1995.
  •  SUN TZU. A arte da guerra. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
  •  THOMPSON JR., A.; STRICKLAND III, A. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução. São Paulo: Pioneira, 2000.
  •  WHITTINGTON, R. O que é estratégia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
  •  WRIGHT, P.; KROLL, M.; PARNELL, L. Administração estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.

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Sobre os Autores:

Alice Maria, Carlos Anjos, Edivaldo Moreira, Helen Rose, Mateus Siqueira e Reinaldo Valentim

Contexto: O presente artigo foi escrito sob a coordenação do Professor Ítalo Coutinho, durante as aulas de Fundamentos de Gestão de Projetos Industriais, curso da UNILESTE, no ano de 2011.

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