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Conceitos fundamentais sobre informação e conhecimento

Publicado em 20/12/2013

Para se falar sobre Conhecimentos Sensíveis é necessário entender que eles são obtidos como o fim de um processo de produção único, o qual, embora tenha um responsável designado, é liderado pelo seu destinatário final, que é o Decisor.

Sendo um produto especialmente preparado para uma determinada pessoa, e atendendo a uma demanda específica, é fundamental para o seu sucesso que esse usuário determine, entre outros fatores, a sua necessidade, o prazo máximo no qual esse conhecimento deve estar disponível e o formato de sua apresentação, e que ele acompanhe e corrija continuamente esse processo, ajustando a sua demanda à medida em que for necessitando de um produto final diferente daquele que foi inicialmente solicitado. Na prática, é comum que ao final desse trabalho a primeira demanda esteja substancialmente modificada, em função das próprias informações que vão se juntando no decorrer do atendimento àquela necessidade inicial.

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Academicamente esse processo tem início com a conquista do menor fragmento disponível da realidade, que são os Dados, os quais não possuem qualquer significado próprio, se tomados isoladamente. Para que isso aconteça devemos juntá-los em um determinado contexto, de forma a que eles passem a representar a constatação de um fato presente ou passado, mas que só terá valor para a Organização se for conseguida de forma precisa, oportuna, completa e concisa.

A partir daí temos uma Informação, a qual, associada a outras Informações e Conhecimentos, constituirá um conjunto a ser processado por alguém e que passará a ter um significado único para aquela pessoa, atingindo o critério necessário para constituir um novo Conhecimento, assim entendido como um resultado obtido na forma de teorias, ideias, modelos, ferramentas ou técnicas, entre outras.

Em princípio a Gestão de Conhecimentos Sensíveis segue um processo parecido com o que se convencionou chamar de Gestão do Conhecimento, porém há duas grandes diferenças, que se completam: primeira, enquanto essa chamada Gestão do Conhecimento parte do princípio que terá disponíveis todas as informações que o gestor necessita, o mesmo não acontece com quem trabalha com Conhecimentos Sensíveis, os quais, por definição, estão protegidos por quem os detém, que não tem interesse em que eles sejam revelados e tomará medidas para que isso não aconteça; segunda, o padrão de comportamento dos que trabalham com a chamada Gestão do Conhecimento, de que as informações obtidas são sempre corretas e confiáveis, é totalmente incompatível com a negação dos Conhecimentos Sensíveis por parte de quem os controla. Isso incorpora à questão de como gerir esses sigilos uma figura absolutamente desconhecida para os demais tipos de gestão, que são os Informes.

Um Informe é a etapa intermediária na transformação de Dados em Informações, e representa a natural desconfiança de quem lida com Conhecimentos Sensíveis. Trata-se de situações, descrições, notícias ou observações que formam um relato ou a previsão de um fato, o qual deve ser verificado por meio de uma técnica especifica para avaliação de sua credibilidade, procedimento executado segundo uma tabela de confiabilidade cruzada entre a Fonte e o Conteúdo do Informe, e que permite estabelecer o nível de sua veracidade em uma escala que vai de indeterminada, em um extremo, a plena certeza, no outro.

Assim, faz-se necessário acrescentar à Organização esse tipo de serviço, na forma de uma pessoa, uma equipe ou uma área específica, visando reduzir o número e as consequências das desastrosas decisões que caracterizam as Organizações que não ultrapassaram o nível de assessoria decisória proporcionado pela mera Gestão do Conhecimento.

Esta inserção necessita de muitos cuidados, desde a correta explicação aos demais funcionários da Organização sobre a natureza do trabalho a ser desenvolvido, para que sejam desfeitos mitos e se permita a aceitação necessária à efetividade dessas Atividades, até a definição da melhor distância a ser mantida entre o Decisor e os responsáveis por gerir os Conhecimentos Sensíveis da Organização, de forma a evitar que esses profissionais fiquem afastados demais para entender claramente os objetivos das demandas, nem perto demais, para ter a sua assessoria contaminada pelos pontos de vista e pelos interesses políticos do Decisor, na prática das Atividades que estudaremos a partir de agora.

Sobre o Colunista: 

Cláudio Andrade Rêgo é Líder do Grupo de Pesquisas em Inteligência no CNPq pela Universidade de Cuiabá e Pesquisador do Núcleo de Estudos em Inteligência e Contra inteligência no CNPq pela Fundação Pedro Leopoldo, com mais de 15 anos de experiência como um dos poucos Peritos Judiciais em Informática reconhecidos pela Business Software Alliance (BSA) e especialista em Guerra Cibernética, é Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Capítulo Brasil da International Association for Intelligence Education (IAFIE BRASIL). Diretor do Centro de Instrução de Atividades Sigilosas (atual denominação da Escola Superior de Inteligência).

E-mail de contato: claudio.rego@antecipar.com.br.

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