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Organização da manutenção industrial – Parte 1

Publicado em 28/08/2015

Resumo

Com o acumulo de horas de vida e uso dos componentes em geral nos equipamentos de alta frequência de utilização, como é o caso muito comum hoje em dia, isto inclui acionamentos, engrenagens, acoplamentos, rolamentos, mancais, eixos, comandos elétricos, a tendência é reduzir a resistência e aumentar as quebras, falhas e outras paradas não previstas.

Os estudos modernos de Manutenção, principalmente de manutenções preditivas, preventivas e RCM, tem por objetivo aumentar os tempos entre falhas-MTBF, analisar as árvores de falhas, FTA e obter o máximo de desempenho   dos equipamentos e instalações.

É importante, portanto ter um setor de manutenção perfeitamente estruturado e com todas as funções necessárias. Desde as fases de aquisição, planejamento, e montagem dos equipamentos. Bem como os procedimentos de inspeção, pré-montagem industrial. Comissionamento e assistência técnica.

A palavra chave hoje é produtividade e redução de custos, isto se consegue muito com ajuda de melhoria de eficiência dos ativos, com base na manutenção cientificamente exercida.

Este artigo irá dar uma síntese dos principais problemas ao se organizar a manutenção.

 Oil workers repairing pipeline

Parte 1

“Todo o processo industrial tem por objetivo empregar o capital mínimo em instalações, maquinaria e mão-de-obra para que, obtendo a qualidade e quantidade desejada, possam conseguir-se os maiores benefícios dentro de um aspecto social e normal não especulativo. Consegue-se a mais alta produtividade com o emprego mais racional, eficazes e econômicos da instalação industrial e do pessoal.

“Está claro, entre os fatores que intervêm na realização deste objetivo, o de manter a maquinaria e instalações em perfeitas condições de funcionamento”.

A administração eficiente da manutenção tornou-se um fator primordial para o êxito da operação da indústria moderna, onde é alto o investimento de capital e as instalações estão se tornando cada vez mais automatizadas.

Nas empresas de alto investimento de capital (siderúrgico-petroquímicas), o custo da manutenção pode chegar de 8 a 15% dos lucros das vendas. Verifica-se também que é gasto de 1,5 a 3 vezes do preço original de uma instalação na sua manutenção durante a sua vida útil.

Embora muitos considerem a manutenção como um mal necessário e inevitável, a experiência tem mostrado que, com organização adequada, planejamento e controle, é um custo que pode ser administrado eficientemente. A administração da manutenção deve ter como objetivo o equilíbrio ótimo entre os seguintes fatores:

  1. Continuidade das operações;
  2. Vida lucrativa da instalação;
  3. Baixos custos de manutenção.

Nossos estudos terão em mente estes objetivos.

As necessidades de manutenção variam grandemente entre as indústrias, entre localizações geográficas e entre situações econômicas. Certos princípios básicos devem ser estabelecidos. Os princípios devem primeiro abranger as responsabilidades atribuídas dos vários grupos de manutenção.

Os fatores tangíveis que precisam ser considerados no estabelecimento de um nível ou grau de manutenção são os seguintes:

  • O efeito de esperas de manutenção no atendimento ao Cliente e na qualidade.
  • Praticabilidade de tempo de paradas para instalações específicas, reconhecendo-se excessos de capacidade ou gargalos (estrangulamentos).
  • A vida desejada das instalações reconhecendo-se a obsolescência esperadas, vida do produto, valor de se repor o equipamento.
  • Disponibilidade de sobressalentes, materiais e serviços externos.
  • Segurança desejada e condições de trabalho.
  • Níveis atuais de experiências e treinamento do pessoal.
  • Custos relativos e disponibilidades de manutenção própria x externa.
  • Boa administração e seu efeito no moral do empregado e no conceito da empresa.

Organização e Administração da Manutenção

 Para que a manutenção cumpra sua verdadeira missão, a meta final não é a conservação em si mesma, mas sim o coincidir seus objetivos com as demais atividades da indústria na obtenção da mais alta produtividade.

Os conceitos gerais que uma boa manutenção industrial deve observar são a seguir resumidos:

  1. A manutenção deve ser considerada como um fator econômico da empresa.
  2. A manutenção deve ser planificada eliminando a improvisação. Deve existir um exato programa de manutenção, estabelecido anualmente, baseado no “custo real” dos serviços e reparações.
  3. Deve existir uma equipe de manutenção especializada com funções claramente definidas dentro do próprio organograma de serviços (especializar em função das necessidades da empresa).
  4. A qualidade da “reparação” não deve estar sujeita a urgências, salvo decisão dos responsáveis e em casos excepcionais.
  5. Deve existir uma informação técnica completa relacionada com os trabalhos de manutenção de cada máquina ou equipamento instalado.
  6. As atividades e custos de manutenção devem traduzir-se em índices de referência e comparação, podendo, desta forma, seguir os passos da gerência ou administração dos serviços de manutenção.
  7. A manutenção na indústria deve basear-se por igual em:
  • Escolha e distribuição de pessoal especializado;
  • Criação e controle de oficinas próprias para atender às reparações;
  • Ordem e controle de existência de sobressalentes em estoques adequados e locais próprios;
  • Programação técnico-econômica, incluindo a coleta e arquivo de dados técnicos e estatísticos.

 

Fatores modernos de organização

Consideraremos os 5 princípios de planejamento organizacional.

  1. Estrutura funcional de Fayol;

2; Organização em equipes (novos);

3- Descentralização federal de Alfred P. Sloan

  1. Descentralização simulada (novos);
  2. “Estrutura de sistemas” (novos).

Especificações a Obedecer no Planejamento Organizacional

Nenhuma estrutura conseguirá equilibrar as exigências do trabalho sem utilizar uma combinação dos 5 princípios organizacionais e os 4 fatores de trabalho.

  1. O. nº 1 – A organização funcional tal como Fayol a idealizou funciona para empresas com características de um único produto, um único mercado e, em geral, empresas pequenas e médias. Não devem ser mantidas em empresas que crescem rapidamente.

Pontes Fortes – concentração na tarefa;/

–  especialização;

-clareza e estabilidade.

Pontos Fracos – falta de flexibilidade para crescer;

– falta de compreensão no futuro;

– falta de treinamento.

A melhor maneira de corrigir os pontos fracos é orientar a organização para os resultados.

  1. O. nº 2 – Equipes – Def. grupo de pessoas com habilidades e conhecimento diferentes, que trabalham juntas numa tarefa específica e definida (muito aplicável à manutenção). Exige muita clareza nos objetivos, disciplina geral e autodisciplina. Compreensão do trabalho e coordenação eficiente.

Pontos Fortes: – ideal para inovações;

                           – grande adaptabilidade;

                           – grande receptividade;

                           – melhores condições para treinamento.

P.O. nº 3 – Descentralização Federal – Cada unidade é responsável por seu próprio desempenho e são organizadas como empresas autônomas dentro da companhia.

Pontes Fortes: – é a que chega mais perto de satisfazer todas as especificações;

                           – tem grande clareza e economia considerável, tem alta estabilidade e é adaptável;

                           – muito satisfatória quanto a comunicações e decisões;

                           – seu ponto especialmente importante é quanto ao desenvolvimento de administradores pelo teste de desempenho;

                           – a descentralização foi idealizada como uma resposta ao problema de tamanho.

P.O. nº 4 – Descentralização Simulada – São empresas grandes, porém que não podem ser divididas em empresas genuínas. São então desenvolvidas em torno de atividades chave e como se fossem empresas próprias com autonomia e administração o mais independente possível. Ela se aplica principalmente quando a lógica do mercado é incompatível com a da tecnologia de produção.

Exemplos:

IBM – Atividades-chave:     – marketing e serviços;

                                                – desenvolvimento e fabricação.

P.O. nº 5 – Estrutura Sistêmica – É uma ampliação do princípio de planejamento e organização em equipes. A organização em sistemas forma a equipe a partir de uma grande variedade de organizações diferentes.

A estrutura sistêmica utiliza todos os outros 4 P.O.’s organizacionais.

O melhor exemplo é o da “NASA” e das organizações japonesas – Zaibatsu ou aglomerados.

O projeto da organização está ou deveria estar envolvido com as atividades básicas, o resto é secundário. “A estrutura segue a estratégia”. A estrutura eficaz é a que torna estas atividades básicas aptas a funcionarem e desempenharem.

Veremos na segunda parte do artigo como conseguir isto com as funções da manutenção.

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douglas_alves

Sobre o Colunista:  Douglas Garcia AlvesGraduado em Engenharia Mecânica – UFMG-BH e Especialização em Administração de Empresas. Especialista nas áreas de engenharia automotiva, projetos industriais e implantação de obras. Possui mais de 30 anos atuando em diversas segmentos da engenharia. Trabalhou na FORD DO BRASIL como Engenheiro de projetos na IBM DO BRASIL e na BENDIX DO BRASIL e empresas de projetos industriais..

E-mail de contato: engeplandga@gmail.com

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