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Sobre engenheiros inventores e inventores engenheiros

Publicado em 04/04/2017

O Prof. Lúcio Fonseca discute, neste texto, as diferenças entre as mentes de inventores e engenheiros e de como fazê-las trabalhar em conjunto, para obter resultados inovadores.

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“A inovação é como arte, você reconhece de cara. Há engenheiros e há inventores. Um engenheiro pode receber uma tarefa, aplicar as fórmulas, criar as peças. Um inventor tem uma ideia estranha, vai para o laboratório e cria algo. Se for uma boa ideia, pode vender e ganhar dinheiro. Mas eles não gostam de trabalhar de 9h às 5h. É disso que a inovação se trata. Conheço pessoas que têm ótimas ideias e não vão além. As companhias deveriam recrutar estas grandes mentes e deixá-las florescer. Mas a cultura corporativa impede isso. Grandes empresas precisam aprender a encontrar esses inovadores. O que o Google faz dando 20% do tempo de tempo livre para projetos pessoais é o mais próximo disso. As companhias deveriam criar laboratórios para os funcionários desenvolverem projetos. Mas deve ficar claro que o objetivo é experimentar. Caso surja algo extraordinário, isto pode ser vendido.”

(Steve Wozniak – Co-fundador da Apple – Em entrevista de 2008)

Pensive Architect with Blueprints January 29, 2004

COMENTÁRIO

À semelhança de Wozniak, Domenico Di Masi, o inventor do conceito do “ócio criativo”, divide a humanidade em dois tipos: os planejadores (inventores?) e realizadores (engenheiros?). Segundo ele, estes dois grupos vivem brigando dentro das empresas. Os primeiros acusam os segundos de serem incapazes de pensar, de simplesmente serem “tratores”, que vão fazendo as coisas sem nenhuma reflexão anterior; os segundos acusam os primeiros de serem meros sonhadores, “poetas” que ficam “viajando”, enquanto eles “ralam” para trazer o faturamento para a empresa.

Diz Di Masi que gênios são os que conseguem juntar as duas características – a capacidade de imaginar e de concretizar o que foi imaginado. Mas, segundo ele, são poucos, historicamente, estes gênios disponíveis. Assim, a saída para as empresas é conseguir que estes dois tipos trabalhem produtivamente juntos, aproveitando o melhor de cada um, constituindo, assim, “equipes geniais”.

Felizmente, penso que, hoje em dia, podemos sonhar com o aumento do número de “gênios” ((e concretizar o sonho). Para isto, a empresa precisa criar um ambiente propício para a criatividade e a inovação, flexibilizando a burocracia e abandonando as normas rígidas e oferendo condições para o desenvolvimento das competências criativas e espírito inovador em seus “engenheiros”. Ao mesmo tempo, deve oferecer condições e incentivos para que seus “inventores” se transformem em empreendedores, capazes de transformar idéias em produtos ou serviços tangíveis. Desenvolvendo uma saudável liberação do direito de errar e estimulando a experimentação, a empresa estará aumentando em muito o valor do seu capital humano e “turbinando” sua competitividade.

Se o sistema educacional ajudar, modernizando suas práticas ancestrais, incorporando a cultura e o ambiente dos Fablabs e do movimento Maker,  bem como desenvolvendo nos alunos, adicionalmente,  a capacidade de aprender a aprender, o espírito científico, a criatividade e a competência empreendedora, o salto poderá ser enorme.

Mesmo assim, certamente, o time empresarial nunca conseguirá ser formado de 11 “gênios”. Toca, portanto, à liderança se aprimorar, para que consiga formar  – e gerenciar – “equipes geniais”, como as que preconiza Di Masi.

lucio_fonseca

Sobre o Colunista:

Prof. Lúcio de Andrade Fonseca, Consultor Empresarial e Educacional e palestrante reconhecido no Brasil e no exterior. Foi Executivo Educacional do Grupo Kroton, por longos anos, exercendo as funções de Diretor de Unidades Escolares, no Brasil e no Iraque, e de CIO (Diretor de Tecnologia). É Consultor de Gestão Estratégica de entidades públicas, privadas e do terceiro setor, no Brasil e em Angola. Exerce também a função de Vice-Presidente de Assuntos Educacionais da SUCESU-MG. Através da empresa FF Digital Tecnologia, Treinamento e Desenvolvimento, da qual é fundador e Diretor Executivo, coordena programas de capacitação para executivos, que têm participação expressiva de gestores de empresas de mineração de Angola. E-mail de contato: lucio@luciofonseca.com.br  – site: http://ffdigital.com.br

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