Publicado em 23/10/2014
Em recente pesquisa divulgada, o Brasil é o terceiro destino mais procurado pelas empresas estrangeiras. Junto desta realidade, crescem, ou teoricamente, deveriam crescer as oportunidades para os profissionais brasileiros.
Neste crescente cenário, nota-se uma “invasão” estrangeira e com ela a forte necessidade de profissionais locais com um perfil bem delineado de acordo com as necessidades dessas empresas.
Mas, o profissional brasileiro, mesmo super-qualificado está apto a conquistar um posto nas atrativas vagas ofertadas por essas empresas? Neste artigo faremos um tour pelo que está sendo exigido, o que o brasileiro tem a oferecer e onde devemos melhorar.
A escolha pelo território brasileiro
Apesar da constante e complexa burocracia para a instalação de empresas estrangeiras no Brasil, muitos empresários, associações e até mesmo escritórios de advocacia buscam parcerias com consultores e empresas internacionais para facilitar a instalação dessas organizações no país. O território brasileiro além de fértil dispõe de grande variedade de matéria prima e sempre crescente demanda por produtos e serviços, o que facilita essa entrada. A demanda e muitas vezes a simples curiosidade por esses produtos ou serviços propicia essa “invasão” levando qualquer investimento educacional e comercial com relação a essa interface ter grande garantia de retorno.
Exemplo disso são as inúmeras empreendedoras que através de viagens recreativas para a Europa e até mesmo EUA, criam laço-empreendedor-afetivo com comerciantes ou empresários no destino de suas férias iniciando assim uma lucrativa parceria em território nacional, destaque para pequenos comércios de produtos de beleza e moda.
Descendo um pouco em nossa geografia, a região Brasil Uruguai – Chuí, RS, em rápidas viagens para compras de produtos com metade da inflação e excelente qualidade para revenda no Brasil, entre eles eletroeletrônicos, perfumaria, alimentação e bebidas. Este é um destino-troca certo e vantajoso para quem se aventurar.
Enfim, estas parcerias resumem-se em grandes benefícios para seus envolvidos.
As exigências curriculares e O perfil do gestor brasileiro
Mas, voltando ao quesito Gerenciamento de projetos. Muitas são as grandes empresas já instaladas no Brasil das quais buscamos atentamente a uma oportunidade no seu quadro.
Entre cursos de graduação, especialização, Mestrados, Doutorados e até mesmo PHD’s, com fluência verbal e escrita em idiomas estrangeiros, muitos são os profissionais que distribuem seus excelentes currículos e por alguma razão, jamais são contatados, aí fica a dúvida, o que falta no meu “CV”? O problema não está na qualificação e sim no modo como é feita essa qualificação, é comum, em qualquer instituição brasileira, a preparação de um profissional pensante, filósofo e raramente, digo muito raramente, a preparação de um profissional com habilidades de executar o que pensou.
Um ligeiro exemplo, a empresa norueguesa Odfjell Drilling, do setor de exploração e produção. Uma de suas vagas divulgadas para o quadro no Brasil definiu o seguinte perfil de Coordenador de projetos: Responsável pelo acompanhamento diário dos serviços executados a bordo pelas terceirizadas contratadas para serviços de responsabilidade do Coordenador de Projetos; Responsável por reportar o avanço diário dos projetos; Responsável por planejar as tarefas que serão realizadas pelas equipes multidisciplinares para serviços Odfjell de responsabilidade do Coordenador de Projetos; Acompanhar as listas de pendências do cliente; Coletar e reportar as evidências de fechamento de pendências; Dar suporte a equipe de bordo para a solução de projetos de engenharia e operação. Com Qualificação Desejável em Engenharia Mecânica ou Elétrica e/ou Tecnólogo em Petróleo e Gás (detalhe importante, pois não se vê o Brasil valorizar este profissional); Experiência prévia como coordenador de projetos, realizando trabalhos com caldeiraria, pintura, elétrica, etc., além de coordenação de equipes terceirizadas; Conhecimento de software de planejamento; Inglês avançado; Treinamentos: CBSP Trabalho em espaço confinado (NR33) – Supervisor, Trabalho em Altura (NR35), Complementar de Andaimes (NR34).
Resumindo, trata-se de um profissional cuja gestão deve passar obrigatoriamente pela prática, botar a mão na massa. Perfil esse que nem todo gestor possui, porque no Brasil, gestor apenas “gerencia” e o resultado disso são as insistentes reprogramações em cansáveis reuniões.
Vamos combinar a Copa do Brasil para o Brasil não passou de filosofia (apenas para exemplificar).
O perfil a ser conquistado
Neste tópico voltarei a usar referências, não com sentido comparativo, mas reflexivo, “A Maersk Training Brasil está na vanguarda do fornecimento de treinamento para as indústrias marítimas e offshore”. De nossa base em Rio de Janeiro, oferecemos cursos genéricos bem como cursos especializados para os nossos clientes, que incluem treinamento de idiomas, segurança, proteção, cursos marítimos, de perfuração, de guindaste, e de habilidades pessoais bem como uma série de serviços de RH.
Sobre a Colunista: Sandra Santos é gestora de processos gerenciais pela universidade Metodista de São Paulo; MBA em gerenciamento de projetos pela AVM Cândido Mendes; MBA em petróleo e gás pela AVM Cândido Mendes; Especialista em docência para nível superior pela FGV; Mestranda em desenho, gestão e direção de projetos pela Universidade Miguel de Cervantes; Graduando em administração de empresas pela universidade Estácio de Sá; Atuante na administração contratual de projetos de grande porte no setor de óleo e gás. Co-autora dos Livros Ser Mais com Equipes de Alto Desempenho, Damas de Ouro, Editora Ser Mais.
E-mail de contato: ssantosdesouza@gmail.com
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