Publicado em 14/11/2014
Resumo
Estimar os custos de um projeto é o processo de previsão dos recursos necessários para sua conclusão, sejam eles financeiros; humanos; materiais ou de equipamentos. É um processo cíclico, tendo diversos momentos de desenvolvimento com objetivos e precisão distintos, sendo refinados a cada etapa.
Existem várias ferramentas de estimativas de custos, entre elas: a opinião especializada, paramétrica e a análoga, todas tendo como ponto de partida a base de dados, uma vez que, todas dependem da qualidade e quantidade da informação disponível.
Conceito
Custo é a aplicação de recursos financeiros na criação de um projeto, diferentemente do preço, que consiste no gasto de produção com o adicional determinado por uma margem comercial.
A previsão dos custos é fundamental para o sucesso de um empreendimento, uma vez que são mensurados a viabilidade e o lucro, entretanto, a execução dessa estimativa sempre apresenta riscos. Para diminuir esses riscos foram desenvolvidas algumas técnicas também conhecidas como ferramentas.
Uma ferramenta muito utilizada é a opinião especializada, que consiste no embasamento por meio de premissas, ou seja, baseia-se em experiências profissionais para estimar qual o tempo e recursos gastos ao executar um projeto específico. Um dos pontos positivos desse modelo é a sua flexibilidade em relação ao objeto estimado, podendo ser utilizada no inicio dos projetos ou em situações em que se lida com novas tecnologias.
Dentro da opinião especializada há a análoga que consiste em comparar projetos similares para analise de reaproveitamento de estimativas. Essa ferramenta se baseia em projetos reais e experiência previa. No entanto, é difícil encontrar projetos similares, sendo essa a maior restrição desse método.
A paramétrica consiste na coleta de dados unitários de projetos anteriores para o cálculo matemático de diferentes cenários, através de algoritmos matemáticos parametrizados. É fácil e rápido de se aplicar, podendo ser utilizado na faze inicial de um projeto. No entanto, ele pode ser muito específico para determinados conceitos e em geral não são muito precisos, uma vez que o custo gerado por essa ferramenta é o total, e este deve ser desmembrado para que se tenha uma ideia dos gastos por setor.
A base de dados bem elaborada é o conjunto de informações coletadas e armazenadas ao longo dos anos, sendo fundamental para qualquer tipo de estimativa de custo, pois são com os coeficientes fornecidos por ela que se baseiam as previsões. Ela pode ser de mercado, obtida por estudos e médias, fornecidas por órgãos oficiais ou particulares de cada empresa, levando em consideração a produtividade obtida pela mesma através de experiência ao longo de diversos projetos.
Figura 01 – Estimativas e sua aproximação para realizar a atividade.
Fonte: As estimativas de Custos Defasadas em Projetos, 06 de Agosto de 2014.
Aplicação
Estimar custos é o primeiro dos três grandes processos para o correto gerenciamento de um projeto. Sua função é desenvolver uma aproximação dos custos de todos os recursos lançados e este é um dos principais desafios de um projeto bem elaborado, pois além de conhecer bem suas características e mercado de atuação, há vários fatores de risco que podem aparecer durante sua execução.
Tendo isso em mente, vários tipos de estimativas de custos foram desenvolvidos, que se enquadram às necessidades do projeto, diminuindo potenciais erros de previsão, garantido a qualidade da gestão do empreendimento como um todo.
São vários os tipos de estimativa de custos que podem ser utilizados, os mais comuns são os que se norteiam através de informações históricas, formando bases para estimativas mais precisas.
Exemplo 1 – Opinião especializada
Um profissional da área de projetos em estrutura metálica é chamado para estimar a montagem de um projeto de um telhado residencial com padrão popular; após analise do local, com dados sobre os materiais e equipamentos que serão utilizados, ele dá uma resposta como, por exemplo: os profissionais gastarão 01 dia para concluir o serviço dentro dos parâmetros desejados.
Exemplo 2 – Paramétrica
A empresa “L & L” leva 02 dias para fabricar 30 toneladas de estruturas metálicas; considerando esses dados de produção, precisarão de 20 dias para a fabricação de 300 toneladas.
É preciso de uma base histórica de dados para estabelecer esse tipo de estatística com qualidade, como a informação sobre os projetos anteriores realizados dentro da mesma empresa. Porém, é necessário garantir que os registros e referências disponíveis sejam confiáveis e que atinjam o grau de detalhamento necessário, relatando de forma real os acontecimentos do projeto.
Exemplo 3 – Análoga
A empresa “L & L” implantou um sistema de controle de estoque no setor de suprimento na empresa Souza, que trabalha no ramo de construção civil. A empresa “L & L” implantará o mesmo sistema na empresa Aguiar, que trabalha no mesmo ramo e tem uma quantidade compatível de produção, utilização de matéria prima, equipamentos e insumos; com base nesses dados, é possível afirmar que as mesmas previsões podem ser utilizadas.
Exemplo 4 – Base de dados
A base de dados nada mais é do que o conjunto de informações recolhidas ao longo de diversões projetos, esses dados recolhidos são utilizados pra a geração de coeficientes que proporcionam as estimativas de custos, conforme ressaltado na Tabela 01.
Tabela 01 – Composição de custo unitário básico de serviço, com informações do banco de dados em desta que.
Fonte: Gerenciamento de custos em projetos – Publicações FGV Management, 3ª edição, página 85.
NOTA DO PORTAL PMKB: faça download de modelo de Planilha Custo Estimativas.
Referências
- BARBOSA, Christina at all; [Gerenciamento de custos em projetos – Publicações FGV Management, 3ª edição].
- PM2ALL – Gestão de Projetos Online. Disponível em: <http://pm2all.blogspot.com.br/2012/07/pmbok-71-estimar-os-custos-do-projeto.html?m=1>. Acesso em 26 de setembro 2014.
- PM2ALL – Gestão de Projetos Online. Disponível em: <http://pm2all.blogspot.com.br/2012/08/pmbok-ferramentas-e-tecnicas-estimar.html?m=1>. Acesso em 26 de setembro 2014.
- Gestão de projetos na prática, por Eli Rodrigues. Disponível em: <http://www.elirodrigues.com/2013/06/04/decorando-os-4-tipos-basicos-de-estimativa/#!prettyPhoto>.Acesso em 26 de setembro de 2014.
- PMBK – As estimativas de Custos Defasadas em Projetos, 06 de Agosto de 2014. Disponível em: <https://pmkb.com.br/as-estimativas-de-custos-defasadas-em-projetos/>
Autores:
Leonor de Souza Aguiar: Graduada em Engenharia Civil com Ênfase em Transporte e Logística pela Faculdade de Engenharia Kennedy em dezembro de 2011. Última atuação na área de planejamento e controle de produção (PCP) em uma empresa atuante no segmente de estruturas metálicas. Atualmente pós graduando em Engenharia de Custos e Orçamento pelo IETEC/MG. E-mail: leonoraguiar@ymail.com
Luiza Discacciati Martins Teixeira: Graduada em Engenharia Civil pela FUMEC em Fevereiro de 2014. Atua na área de avaliação e pericia como autônoma em empresa própria. Atuou na área de orçamento e planejamento, juntamente com a qualidade. Atualmente pós graduanda em Engenharia de Custos e Orçamento pelo IETEC/MG. E-mail: luizadiscacciati@hotmail.com
Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 6a Turma de Engenharia de Custos e Orçamento com coordenador Ítalo Coutinho do IETEC.
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
Nos dias atuais, temos ferramentas especializadas que são necessárias para o sucesso de um projeto.
Dentro de um projeto, calcular os custos, prazos e riscos, se torna indispensável para que as metas sejam atingidas,
… planejar, antes de tudo significa prever o que pode acontecer com determinadas pretensões de se fazer ou construir algo. No entanto, essa previsão na prática, tem demonstrado ser uma tarefa bastante difícil de êxito e precisão. Em determinados casos, essa é uma tarefa que beira à ficção, tamanho as interferências encontradas durante a execução. Na verdade, o importante é ter sempre um capital a mais disponível para eventuais demandas de um projeto, causadas por interferências (riscos e situações inusitadas), digamos, não previstas. O que nem sempre é possível contar. Um projeto ruim é aquele que não pode ser realizado por falta de verba, ou por estouro do orçamento original, seu enceramento ou paralização, mesmo que temporário, é um horror para os administradores, e certamente colherão prejuízos, e sempre ficam com gosto de derrota. Acredito que a experiência seja a palavra chave, juntamente com o bom senso, certamente elimina “sustos” e levará ao sucesso. Importante usos de outras ferramentas do PMBOK, como a paramétrica para estimativas do que pode ser mensurável, mais conservadoramente falando.
Como citado no artigo acima, diversas ferramentas nos auxilia numa previsão de custos antes de executar um determinado projeto, essas ferramentas são necessárias sim , porém algumas com certo receio em minha opinião.
Experiências e informações obtidas ao longo do tempo, são validas sim, pois ter uma base, um direcionamento já é o começo de tudo. Porém hoje com tantas tecnologias que vem sendo implantadas, as formas de execuções vem sendo tão diferenciadas e ágeis ao mesmo tempo, não podemos ter um parâmetro confiável baseado em experiência em uma obra que foi executada a 5 anos atrás ou em um projeto que foi executado em uma determinada região ,sem um estudo de caso. Na minha opinião a ferramenta mais confiável é a base de dados, pois antes de chegar aos coeficientes ocorreram vários estudos , varias apuração baseados nos acontecimentos do dia a dia. um exemplo a destacar são as apurações de horas produtivas e improdutivas, tanto de maquinários como mão de obra , que faz uma diferencia no final.
Concordo com o autor quando ele afirma que a previsão dos custos é fundamental para o sucesso de um empreendimento, pois, antes de iniciar qualquer tipo de atividade, é necessário verificar a viabilidade do mesmo. O início de um projeto sem uma estimativa é perigoso, pois existe a chance de iniciar um projeto que não dará o retorno financeiro esperado ou, mais grave ainda, dará prejuízo. Dessa forma, a estimativa é o primeiro passo para a execução e conclusão de um projeto.
A partir dessa estimativa que começa a ser traçado uma linha estratégia de execução, considerando os recursos disponíveis (financeiros, insumos, materiais, tempo, etc).
O tipo de estimativa que será utilizada deve ser escolhida cuidadosamente, pois podem apresentar valores bastante distorcidos. Dessa forma, o bom senso deve ser utilizado para analisar o resultado encontrado. A mescla de dois ou mais tipos de estimativa pode apresentar um resultado mais próximo do real, a ser confirmado posteriormente com a obtenção de orçamentos baseados em dados concretos.
Para uma estimativa de custos bem elaborada, podemos utilizar diversas ferramentas para compor o cenário mais realístico possível para o projeto. Os desafios são muitos, pois os projetos estão sujeitos à vários tipos de riscos/contingências/mudanças.
Um orçamento bem feito permitirá uma melhor visualização da rentabilidade do projeto e facilitará eventuais correções de trajetória.
O PMBOK sugere algumas ferramentas para realização das estimativas. Como muito bem explicado no artigo, as ferramentas mais utilizadas são a opinião especializada, estimativa análoga e a estimativa paramétrica.
Concordo com os autores, pois citam várias ferramentas que hoje são indispensáveis para se executar um orçamento com viabilidade e lucro de acordo com as necessidades do projeto. As experiências e informações obtidas ao longo do tempo formam bases mais precisas para se obter melhores resultados, minimizando gastos e otimizando o lucro em futuros projetos.