Publicado em 17/04/2015
Se não existe vento favorável para quem não sabe onde ir, como dizia Sêneca, o que fazer e como fazer para encontrar um norte? Esse desafio torna-se ainda maior em tempos de turbulência econômica, política e social como os que estamos vivendo. A entropia é grande e muitas pessoas parecem estar tão birutas quanto os aparelhos que indicam o rumo dos ventos. Se a incerteza prevalece, só nos resta enfrentá-la usando o conhecimento. É hora de aplicarmos o conhecimento gerencial de maneira estruturada e com o suporte do conhecimento geral e do conhecimento técnico específico.
Quando o Secretário de Estado de Planejamento e Gestão apresentou o diagnóstico da situação do estado de Minas Gerais, ele falou que será feito um plano de ação para enfrentar os problemas percebidos. Mas num sistema de gestão estruturado não existe plano de ação sem meta, nem meta sem plano de ação.
Conceitualmente, meta é um objetivo que possui valor quantificado e prazo para ser atingido. Já o plano de ação apresenta as medidas estratégicas necessárias e suficientes para que a meta seja atingida. Ele detalha o que vai ser feito, como será feito, em quais prazos e o nome da pessoa que será responsável pela implementação da medida. Além disso também vale lembrar que a meta precisa obrigatoriamente ter um gestor e que a sua gestão deve ser feita pela liderança e não simplesmente pelo comando. O foco no resultado a ser alcançado e que desafia a todos os participantes do processo pode ser acompanhado graficamente pela linha da meta. Ela mostra ao longo do tempo se a gestão está conduzindo rumo ao norte orientador (meta) ou se correções e ajustes devem ser feitos.
Também nunca é demais lembrar que a meta deve ser desafiadora, difícil de ser atingida mas possível de ser alcançada. Quando a meta é maluca, fora da realidade, de cara todos já sabem que ela não será atingida e isso só desmotiva as pessoas.
No caso do diagnóstico estadual citado fica agora o desafio para se acertar no prognóstico e definir as metas estratégicas com os seus desdobramentos pela estrutura organizacional, definição dos responsáveis que serão cobrados pelos resultados e a elaboração dos respectivos planos de ação. A gestão será um movimento desigual e combinado, mas nunca poderá abrir mão da liderança, da ação da cobrança pelos resultados e de sua análise crítica. Se desafios são dados, condições também devem ser dadas e a avaliação do desempenho mostrará quem merece continuar no jogo e quem precisará ser substituído. Tudo isso dinamicamente e em tempo real.
Como se vê, ainda há muito o que se fazer na certeza de que gerenciar é resolver problemas, é atingir metas através de um plano de ação.
Sobre o Colunista: Luis Antônio Borges, é Engenheiro Mecânico formado pela UFMG e Mestre em Engenharia Sanitária e Ambiental. Atua como Diretor, Consultor e Instrutor, Especialista em Planejamento e Gestão Estratégica de Negócios, Governança Corporativa e Sucessão de Empresas Familiares, Gestão Operacional dos Processos, ISO 9000, ISO 14000, ONA, Certificações ANVISA na empresa Luis Borges Assessoria em Gestão.
E-mail de contato: luis-aborges@hotmail.com – Blog: http://observacaoeanalise.com.br
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
De muita eficiência quando bem estruturado, o Plano de Ação é uma excelente ferramenta para conseguirmos criar e monitorar, ao longo do tempo definido, o andamento do resultado da ação bem como fazer novas implementações ou correções de possíveis desvios ou cenários que podem mudar no período.
Tendo como base o diagnóstico que foi realizado, é necessário que sejam estipuladas ações audaciosas, mas tangíveis.
Os gerentes/gestores do plano de ações devem estar fortemente envolvidos nos processos para poderem avaliar o andamento do resultado nos prazos definidos, objetivando o sucesso quando da conclusão.
Trazendo para o caso específico, o plano de ação facilitará o monitoramento, haja vista o grande número de áreas e pessoas a serem envolvidas no processo. É um facilitador para leitura e acompanhamento das ações implantadas com base no diagnóstico realizado.
Acho que o conhecimento sem malícia e comprometimento nem sempre é a melhor saída. Tem que haver compromisso com as entregas, tem que querer o produto como resultado do serviço.
No Brasil os profissionais sempre conviveram com o fantasma do desemprego, com isso, a grande maioria se acomoda e s entregas passam a ser o segundo plano..infelizmente..é a velha regra..primeiro eu, segundo eu e sempre eu.
Em qualquer situação, a melhor maneira de enfrentar a “entropia” é usando o conhecimento. Os diagnósticos apresentados no http://www.diagnostico.mg.gov.br/, são importantes para a projeção de novas metas, mas, como colocado pelo autor, “num sistema de gestão estruturado não existe plano de ação sem meta, nem meta sem plano de ação.”
O detalhamento do que será feito, como será feito, em quais prazos e o nome da pessoa que será responsável pela implementação da medida, não garante o sucesso do projeto, porém alivia a nossa insegurança.
Há muito o que se fazer para que órgãos públicos tenham a credibilidade e a confiança desejada pela população.