Publicado em 13/10/2015
Em última análise, a boa administração de uma empresa consiste em controlar bem duas colunas vitais para a sobrevivência e lucratividade: receita e despesa. Em tempos de crise, a atenção para com cada uma delas precisa ser redobrada. Neste e nos próximos artigos, o prof. Lúcio Fonseca apresenta, em forma de “mandamentos”, a compilação que fez de várias e criativas estratégias para reduzir despesas.
Mandamento XI – eliminarás as horas extras, racionalizarás jornadas de trabalho e estudarás a possibilidade de ter parte de teu pessoal trabalhando no sistema de home working, sendo cobrados por resultados e não por presença no trabalho
Comentário
Tempos de bonança geram gordura e aumento de peso. Muitas fontes de custos desnecessários são negligenciadas ou têm controle frouxo. Hora de passar o pente fino, dar um aperto geral e, especialmente, estabelecer novos padrões – permanentes – de conduta gerencial:
- Hora extra? Nem pensar! Mas, se tiver que pensar, há que ser autorizada previamente – e com toda a parcimônia; além disto, ao invés de pagar, jogar, preferencialmente, num banco de horas;
- Botar o pessoal para trabalhar em casa ou na rua – todos os que puderem – é o que inúmeras empresas têm feito há muito tempo, inclusive algumas “pequenas” como a ibm; hora de crise é hora de pensar diferente, de ousar; muitas empresas nem têm mais sedes físicas; imagine a redução de custos que isto significa: custo do imóvel ou de seu aluguel, móveis de escritório, estrutura de ti, secretária, faxineiros, etc, etc e ainda etc; mesmo que isto seja feito só com parte do pessoal, já valerá a pena; lembrar que o que importa são as “entregas”; se forem presenciais ou à distância, dá na mesma; aliás, na mesma não: à distância o custo é muito menor;
- Estabelecer turnos corridos e reduzir jornadas de trabalho, mesmo que sem redução direta de salário, geram uma economia indireta que pode ser significativa;
- Práticas como lay off (reduzir temporariamente a jornada, com redução proporcional dos salários) e férias coletivas são alternativas que já vêm sendo adotadas, no brasil e no exterior, por empresas com queda acentuada de vendas que não querem perder seu capital humano, compreendido como seu principal ativo.
O recado é simples: só de olhar para estas questões já vão surgir idéias de como gerar redução de custos e, como benefício adicional direto, melhores resultados.
Mandamento XII– estudarás caso a caso a relação custo – benefício de terceirizar atividades meio, equipamentos diversos e até áreas como a de ti, concentrando-te em teu core business; terás sempre em conta que, muitas vezes, alugar é melhor que comprar
É cada vez mais forte a tendência do “pay per use”. Isto já está ocorrendo, há tempos, na área de software (comprar licenças não é mais a única opção). A tendência se amplia com a entrada de players de peso, como a amazon e o google, oferecendo o outsourcing de todo o parque de servidores, aplicativos, software e gestão de segurança ao custo de centavos de dólar por hora de uso, tudo na nuvem. Quando usa paga; quando não usa não paga. Isto, associado ao outsourcing de estações de trabalho, largamente disponível, quer dizer que é possível montar a infraestrutura tecnológica de uma empresa inteira sem imobilizar um centavo de capital. E sem ter que gastar com manutenção ou renovação periódica do parque tecnológico.
Mas a terceirização não para por aí. Teoricamente, tudo o que não for atividade fim da empresa (e até mesmo esta, em alguns casos – a nike fabrica diretamente alguma coisa?) Pode ser terceirizado: mão de obra, sistemas produtivos, frota, gestão de banco de dados, gerenciamento de contas telefônicas, etc, etc. Há que avaliar caso a caso, mas que as vantagens costumam ser grandes lá isto costumam.
Sobre o Colunista: Prof. Lúcio de Andrade Fonseca, Consultor Empresarial e Educacional e palestrante reconhecido no Brasil e no exterior. Foi Executivo Educacional do Grupo Kroton, por longos anos, exercendo as funções de Diretor de Unidades Escolares, no Brasil e no Iraque, e de CIO (Diretor de Tecnologia). É Consultor de Gestão Estratégica de entidades públicas, privadas e do terceiro setor, no Brasil e em Angola. Exerce também a função de Vice-Presidente de Assuntos Educacionais da SUCESU-MG. Através da empresa FF Digital Tecnologia, Treinamento e Desenvolvimento, da qual é fundador e Diretor Executivo, coordena programas de capacitação para executivos, que têm participação expressiva de gestores de empresas de mineração de Angola.
E-mail de contato: lucio@luciofonseca.com.br – site: http://ffdigital.com.br
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