Publicado em 03/12/2015
Quem são os verdadeiros concorrentes de uma padaria? E de um pequeno supermercado? Como competir no mundo Globalizado?
Ao retornar de uma viagem ao interior do estado num dos postos de serviços à beira da estrada acabei me deparando com uma cena inusitada. Dois vendedores de frutas trocaram sopapos na minha frente porque ambos disputavam a preferência do consumidor. Ou seja, eu.
Isso me fez recordar de um fato presenciado por mim há algumas décadas, quando eu ainda era vendedor de uma multinacional de produtos alimentícios. Naquela ocasião eu visitava um pequeno supermercado de um bairro distante quando – de repente – entrou um sujeito no estabelecimento e, sem mais nem menos, esmurrou o comerciante que eu estava atendendo.
Acalmados os ânimos consegui apurar que ambos eram concorrentes próximos. Ou seja, tanto o agressor quanto o agredido tinham pequenos comércios numa mesma calçada. Será que era isso que eles denominavam de “competitividade”? Tentar aniquilar um colega de negócios só porque ele estava próximo? Talvez eles não soubessem – naquela época – que um dos segredos de qualquer negócio é exatamente o contrário: _ ser o melhor, sem precisar bater nos outros.
No mundo moderno, onde a competitividade é abundante é necessário que os pequenos empresários saibam identificar quem é o seu verdadeiro concorrente. Eles devem refletir sobre outros campos onde existe muita competição. Por exemplo: _ quais são os concorrentes de um piloto de Fórmula Um? Os outros pilotos ou o cronômetro?
Se você vende livros, o seu concorrente é a livraria da esquina ou a Internet? E se você vende tênis de grife, o seu competidor é o camelô adiante ou as lojas do shopping de Miami e Orlando? Mas, se você vende um produto que não é muito bom, então, nesse caso, você realmente não tem concorrentes, você tem inimigos. Ou seja, seus próprios clientes.
Quem poderia derrotar a melhor seleção de futebol do mundo, a não ser ela mesma? A melhor adversária de uma organização talvez seja ela mesma. Na verdade os concorrentes mais ajudam do que atrapalham, pois são eles que forçam as empresas a inovarem e a crescerem.
Conheço pessoas – e você também – que ao retornarem de suas viagens ao exterior trazem em suas bagagens biscoitos, lápis, tempero, etc, em quantidade suficiente para dois anos de consumo. Sabe com que estão concorrendo? Com as padarias, bazares e as quitandas do próprio bairro onde essas pessoas moram.
Numa economia globalizada os concorrentes são do mundo inteiro, pois no mundo empresarial baseado na inovação os concorrentes são inusitados. Ou seja, as telecomunicações concorrem com as passagens aéreas; a televisão concorre com o varejo; os computadores concorrem com os despachantes – por exemplo.
E numa economia moderna onde o cliente é o rei, os concorrentes são os próprios clientes apaixonados ou rancorosos, pois assim podem construir ou destruir a imagem de uma empresa e seus produtos. Sendo assim, nos dias atuais, onde a competitividade entre as organizações – pequenas, médias e grandes – é avassaladora, mais do que nunca é preciso associativismo e cooperativismo.
Hoje vivenciamos o momento da Gestão Compartilhada daqueles que antes eram inimigos nos negócios e o melhor exemplo disso são as redes de compras formadas por pequenos supermercados, farmácias e padarias. Diante disso, é necessário que os empresários entendam que é preciso unir-se a fim de poder competir com o mundo todo – esse, realmente o maior concorrente de qualquer negócio.
Sobre o Colunista: Julio Cesar S. Santos, Professor, Consultor e Palestrante. Articulista de Vários Jornais no RJ, autor dos seguintes livros: “Promoção e Merchandising Eficientes Para Pequenas Empresas” e “Vendedor Profissional” (Ed. Aprenda Fácil); “Qualidade no Atendimento ao Cliente” e “Liderança, Atitude e Comportamento Gerencial (Ed. Clube de Autores); “Estratégia: o Jogo Nas Empresas” e “Planejamento de Vendas” (AGBook Editora) e Co-Autor de “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001).Por mais de 25 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços.Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra palestras e treinamentos presenciais e à distância nas áreas de Marketing, Administração, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.Graduado em Administração de Empresas, Especialista (MBA) em Marketing e Mestre em Gestão Empresarial.
E-mail de contato: jcss_sc@yahoo.com.br / profigestao@yahoo.com.br – Site: www.profigestaoblog.blogspot.com
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
O artigo discorre sobre um tema muito relevante, uma vez que são as pequenas e micro empresas que geram empregabilidade da maior parte do país. O Brasil é sim um país de empreendedores, mas possuí muitos obstáculos como os impostos, fiscalização ineficiente, obrigações excessivas, entre outros, que se esbarra em uma questão onde, a maioria dos pequenos empreendedores relata que não pretendem crescer, ou seja, preferem permanecer no Simples Nacional ou MEI. E esse é o maior dos obstáculos, e portanto, o maior concorrente seria o Estado.
A respeito da competitividade das pequenas empresas, existem ferramentas e estratégias que precisam ser parte integrante dessas. Com o advento da internet possibilitou um maior acesso e alcance de divulgação de maneira mais democrática. Concordo que concorrência é importante para o desenvolvimento e inovação, pois sem essas não há evolução, não há impulsionamento para criações.
Acrescentando o tema, não basta ter um bom produto, é necessário muito mais, é preciso surpreender os clientes. Também é preciso saber quem é o seu público-alvo, e não se trata só de idade, classe, é preciso ser mais detalhista, como por exemplo entender qual o estilo de vida, seus interesses, seus sonhos.
Conhecer seus pontos fortes, fracos, quais são realmente seus reais concorrentes e transformar as ameaças em oportunidade é a base para o início do caminho para o sucesso. É certo que no mundo globalizado não existe mais fronteira para a concorrência, mas é preciso pontuar e entender quem são seus concorrentes.
Para finalizar, cliente muito satisfeito significa ter mais clientes e assim você cria uma rede sustentando o capital para manter mais sólida a empresa.
Como lidar com a competitividade nas pequenas empresas:
O autor é bem sucinto ao definir competitividade em pequenas empresas, concordo com o mesmo diante dos fatos por ele apresentado:
1. Deve-se conhecer nossos concorrentes:
Um dos objetivos de conhecermos a concorrência é para se antecipar criando estratégias de venda, marketing, logística, entre outros com o objetivo de oferecer diferencias que possam atrair novos cliente e acima de tudo manter os atuais.
2. Deve-se ter um bom produto para que os clientes não se tornem inimigos:
Quando uma empresa coloca no mercado um bom produto o próprio consumidor mesmo que de forma modesta faz o marketing, quando o produto é de qualidade ruim a divulgação por parte do cliente é muito maior, principalmente na atual realidade de abrangência das redes sociais.
3. É preciso entender bem a própria organização para que os problemas internos não se tornem obstáculos no crescimento da mesma:
Quando uma organização não sabe como gerir a sua produção e faz isso de forma desorganizada provavelmente tende a cometer erros tais como levantamento de custos deficiente, prazos que não são atendidos e na qualidade questionável do produto ofertado.
Dos pontos que não concordo integralmente são as afirmações de que os concorrentes ajudam mais que atrapalham. O que acontece em muitas das vezes é que o concorrente torna-se uma referência e é claro que a partir deste ponto quem se sente ameaçado tende a melhorar as estratégias dos negócios, mas em todo mercado existe concorrências desleais e em determinado momento essa deslealdade pode levar a parte concorrente ao fracasso por tentar acompanhar algo intangível.
Outro ponto é que não só o associativismo e cooperativismo possuem a capacidade de fazer um negócio dar certo, mais do que isso toda organização seja ela pequena, média ou grande deve fazer uso de ferramentas, metodologias e/ou processos que em primeira estância organizem o sistema produtivo, e na sequência é necessário quantificar e qualificar o mercado em que se pretende atuar para se dimensionar a necessidade de esforços a se empregar para atingir os objetivos e metas.
Comentário feito por Roger Sandrei Fernandes Rodrigues.
No mundo globalizado de hoje vemos que tudo está relacionado entre si, tudo está entrelaçado. E no comercio não poderia ser diferente. As informações de preços, qualidade, prazo, confiabilidade estão disponíveis à todo momento e à todo tipo de consumidor, seja ele de classe A, B, C, D ou E. O consumidor que tem interesse por um produto tem à sua disposição uma gama de formas de pesquisas e comparação tanto sobre o produto como sobre o comercio que os vende. Informações relevantes como preço, prazo, qualidade e tempo de entrega estão disponíveis das formas mais simples possíveis e para que o consumidor consiga o melhor custo benefício, basta pesquisar um pouco, principalmente pela internet.
A competitividade na atualidade é monstruosa e não se pode desprezar os exemplos bons que estão ao seu redor. O comerciante para se manter competitivo no mercado atual tem q se antenar às mudanças constantes dos cenários e se adequar para não ser engolido pelo mercado. É necessário que ele consiga enxergar onde está a concorrência e tratar planos para superá-la dia-a-dia. É necessário atentar-se às diversas formas de vendas possíveis, em lojas físicas e internet, as diversas formas de abordagem, propagandas, merchandising e, sobretudo o foco no produto que por ele é vendido. Valorizar e qualificar o produto tentando cada vez mais baixar seu custo é primordial para que os pequenos comércios se mantenham competitivos nos dias atuais.