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Dimensionamento de mão-de-obra em projetos: Interação entre demanda, ergonomia e tempos

Publicado em 12/02/2016

RESUMO

Executar projetos sem a certeza de que o dimensionamento de mão-de-obra está satisfatório é um risco enorme para o sucesso do mesmo. Este artigo tem como objetivo elucidar o dimensionamento de mão-de-obra para projetos na fase de execução em campo. Tem como premissas apresentar a importância de tomadas de decisão ao quantificar a necessidade de mão-de-obra para executar demandas em nas empresas ou projetos. O intuito é mostrar a relação entre o cálculo da necessidade de mão-de-obra, demanda requerida, tempo de execução, necessidade de recuperação de fadiga e a disponibilidade total que a empresa dispõe para produzir a demanda contratada.

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INTRODUÇÃO

No final da Idade Média, o artesanato tinha como meio de transformação a matéria-prima, ferramentas e pequenas instalações. A maioria da população européia vivia no campo e produzia o que consumia. Naquele momento, ainda não era perceptível a disciplina dos artesãos, com o objetivo de atingir de metas. A Segunda Revolução Industrial aflorou cada vez mais a necessidade de produção em massa. Em um cenário anterior, o artesão produzia para si ou um mercado limitado. Em pouca distância cronológica, este artesão agora trabalha em grandes centros industriais, produzindo para grandes empresas, para distintas regiões e até outros países para grandes comerciantes e empresários.

O processo de dimensionamento de mão-de-obra pode ser considerado fácil e simples quando se trata de apenas um tipo de atividade: apenas um tipo de produto, tempo padronizado, pouco deslocamento e demanda a ser produzida constante. De outro modo, quando a variação de atividades é intensa, manuseio e tempo de processamento são diferentes para cada tipo, etc., podem desencadear dificuldades para obter este resultado com rapidez.

DESENVOLVIMENTO

A realidade de uma confeitaria traz referência sobre os desafios e dificuldades em realizar o cálculo de mão-de-obra com o objetivo de produzir pedidos gerados. A confeitaria oferece diversos produtos para festas e datas comemorativas de vários sabores, tamanhos, formatos, com o objetivo de satisfazer as diversas necessidades solicitadas pelo cliente. Para cada tipo de encomenda deve ser planejado, processado e entregue exatamente conforme suas especificações e qualidade que o cliente espera dos mesmos. Cada tipo de produto tem a devida especificação: ingredientes, tempo de preparo e características especiais e individuais. A resultante são as variáveis que podem impactar no prazo de entrega, qualidade e custo do produto.

Quando há necessidade de produzir produto ou serviço, se faz necessário a interação entre pessoas, máquinas (quando aplicável) e matéria-prima. Para alcançar o dimensionamento de mão-de-obra, é necessário estabelecer a relação sobre demanda a ser produzida, tempo para realizar a atividade, fadiga para compensação do esforço e a disponibilidade de tempo. Para determinar a quantidade de mão-de-obra, existe uma relação entre o tempo disponível, demanda a ser produzida e tempo necessário por produto. Este é representado por:

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O desgaste físico de qualquer atividade é de extrema importância considerá-lo durante a estimativa de mão-de-obra. Estes compreendem o desgaste mental, corporal e das necessidades físicas que o ser humano necessita ao longo da jornada de trabalho. Este desgaste é chamado de fadiga. Para toda atividade realizada, o corpo humano necessita de um fator de tempo para recuperá-la. Este fator deve ser avaliado e aplicado como acréscimo de tempo para que haja a recuperação do estágio inicial da capacidade de realização da atividade.

O cálculo de recuperação de fadiga é através do produto do tempo da atividade entre o esforço ocorrido.

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Os tipos de esforços podem ser observados na tabela a seguir:

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Outro item importante a ser elucidado é o nível de eficiência a ser acompanhado. Para evitar possíveis desesperos por quebra de máquinas, absenteísmo e demais interferências, é saudável que a o setor de planejamento atribua percentuais e indicadores de atratividade para o projeto para melhor geri-lo. Não é possível ser muito preciso quanto ao valor a ser adotado. Não é aconselhável ser muito conservador e estipular, por exemplo, 50% de perda por interrupções. Também não é saudável adotar 100% e assumir o risco de ter um sistema projeto muito enxuto, mas com terríveis probabilidades e fatalmente não ter a capacidade de atender o pedido do cliente (escopo).

CONCLUSÕES

Não há mais espaço para empresas e profissionais perder tempo, qualidade e levar projetos à falência por não planejarem e dedicarem tempo e recurso para desenvolver ferramentas que auxiliem em suas tomadas de decisão do dia-a-dia. Acredita-se que empresas que não dedicarem tempo para o planejamento dos recursos, em especial mão-de-obra, serão engolidas por aquelas que já acordaram para esta realidade e alicerçam suas rotinas com pequenas práticas, alicerçando passos fundamentais para um resultado mais rápido, consistente e sem perda de tempo e recurso.

O processo de dimensionamento de mão-de-obra é tão importante quanto os custos dos demais recursos. Detalhes não observados geralmente culminam em desastrosos resultados.

BIBLIOGRAFIA

GESTÃO DE PROJETOS BRASIL: conceitos e técnicas / SOUZA,Arnaldo Renato Pires de; CAMPOS, Breno de; OLIVEIRA, Clênio Senra de; JORDAN, Fred; COUTINHO, Ítalo de Azeredo; VASCONCELOS, Ivo Márcio Michalick; BOYADJIAN, João Carlos; JUNIOR, José Fernando Pereira; PEDROSO, Luiz Henrique Tadeu Ribeiro; MELO, Pedro Paulo de Oliveira. Instituto de Educação Tecnológica. Belo Horizonte, 2013.

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAAvNQAI/tabela-compensacao-fadiga# acesso em 13/08/2015

Disponível em: www.sohistoria.com.br/resumos/revolucaoindustrial.php acesso 12/08/2015

elienay_fuly

Sobre o Colunista: Elienay Marçal Fialho Fuly é Graduado em Engenharia de Produção, Especialista em Engenharia de Produção Enxuta / Melhoria Contínua, MBA em Administração de Projetos e MBA Executivo em Gestão de Negócios. Atualmente atua como Engenheiro de Processos Sênior no desenvolvimento e implementação de soluções em melhoria contínua de processos no setor automobilístico. Atua também como consultor de soluções em Engenharia de Processos e Melhoria Contínua desde 2014. Palestrante em temas de Redução de Custo, Engenharia de Planejamento, Engenharia de Produção e Melhoria Contínua. Autor de artigos e colunista sobre Gestão de Projetos com foco em Produção, Logística, Melhoria Contínua e áreas correlatas. Está presente na indústria desde 2005, atuando nos setores da indústria automotiva, mineração, caldeiraria, usinagem e construção civil. Possui experiências nas áreas de Gestão e Engenharia de Processos, Controle de Qualidade, PCP, Auditoria ISO 9001, Administração de Contratos e Diligenciamento. Lecionou em escola técnica as disciplinas de Matemática Aplicada e Tecnologia dos Materiais.

E-mail de contato: elienayfuly@gmail.com

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  1. TARCISIO CHAVES SIMÕES disse:

    Elienay
    Estou tentando usar suas fórmulas, mas não chego em um numero?

  2. TARCISIO CHAVES SIMÕES disse:

    Senhores,
    Qual a unidade das formulas apresentadas

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