Publicado em 21/06/2016
Nesta nova série de artigos, o Prof. Lúcio Fonseca dá pistas do que é preciso para que a liderança consiga direcionar sua equipe de trabalho para estágios de desempenho sempre acima da média.
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A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS (Howard Gardner)
Diferentemente do que se pensou até algumas décadas atrás, as capacidades de lidar com números e com as palavras não são os únicos elementos definidores de “inteligência”, como faziam supor os antigos testes de QI (Quociente Intelectual).
A partir das capacidades consideradas universais na espécie humana, Gardner elenca e discute, a princípio, sete inteligências, ressaltando contudo que, exceto em indivíduos anormais, as inteligências sempre funcionam combinadas, e qualquer papel adulto sofisticado envolverá uma fusão de várias delas (GARDNER, 1995, p.22). (Posteriormente, inclui mais um tipo de inteligência, a Naturalista).
COMENTÁRIO
A primeira preocupação de um bom técnico deve ser a de conhecer a fundo as competências e habilidades de cada um de seus comandados, para escalar um time que se beneficie de uma perfeita sinergia entre estas características diversificadas e complementares.
Assim como não se faz um bom time apenas com bons defensores, também as equipes empresariais devem ser uma mescla bem combinada de profissionais com características diferentes e complementares.
Em qualquer agrupamento humano – inclusive empresarial – as pessoas se distribuirão, em termos de inteligências (ou, para simplificar, aptidões) de acordo com os seguintes segmentos, apontados por Gardner:
- Lógico-matemática: capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções – indivíduos capazes de efetuar raciocínios complexos sem grande dificuldade, reconhecimento de padrões, interrogações científicas, cálculos complexos; profissões relacionadas: cientistas, matemáticos, físicos, economistas;
- Linguística: habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos – bons em Línguas – ler, escrever, contar histórias, memorizar palavras; aprendem facilmente através da leitura, anotações e ouvindo; profissões relacionadas: escritor, advogado, político, professor, filósofo;
- Espacial: disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais – bons no processo de visualização e manipulação abstrata de objetos, bom sentido de direção, boa coordenação entre as observações e os gestos; profissões relacionadas: artistas plásticos, designers, engenheiros, arquitetos;
- Físico-cinestésica: potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos – bons em esportes, danças; gostam de aprender “fazendo”; profissões relacionadas: atleta, ator, bailarino, mecânico, construtor, carpinteiro;
- Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e consequentemente de se relacionar bem em sociedade – profissões relacionadas: político, gestor, assistente social, diplomata;
- Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins – profissões relacionadas: filósofo, psicólogo, teólogo, escritor
- Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais – são sensíveis aos sons, ritmos e tons; muitas vezes aprendem melhor escutando simplesmente uma aula; conseguem tocar instrumentos musicais ouvindo músicas apenas uma vez – profissões relacionadas: compositores, cantores, maestros, instrumentistas.
- Naturalista: voltada para a análise e compreensão dos fenômenos da natureza; estes indivíduos estão no seu melhor ambiente quando trabalham com o mundo natural e não fechados entre quatro paredes; profissões relacionadas: exploradores, cientistas, zoólogos, biólogos de campo, agricultores, ambientalistas.
Tendo em vista o que vimos, mapear as inteligências dos colaboradores, escalá-los em posições em que se sintam mais confortáveis, podendo usar ao máximo o seu talento, e montar equipes “pluri-inteligentes” são caminhos para expandir a criatividade individual e grupal, ampliar os diferenciais competitivos, turbinar o desempenho organizacional e multiplicar resultados.
Sobre o Colunista: Prof. Lúcio de Andrade Fonseca, Consultor Empresarial e Educacional e palestrante reconhecido no Brasil e no exterior. Foi Executivo Educacional do Grupo Kroton, por longos anos, exercendo as funções de Diretor de Unidades Escolares, no Brasil e no Iraque, e de CIO (Diretor de Tecnologia). É Consultor de Gestão Estratégica de entidades públicas, privadas e do terceiro setor, no Brasil e em Angola. Exerce também a função de Vice-Presidente de Assuntos Educacionais da SUCESU-MG. Através da empresa FF Digital Tecnologia, Treinamento e Desenvolvimento, da qual é fundador e Diretor Executivo, coordena programas de capacitação para executivos, que têm participação expressiva de gestores de empresas de mineração de Angola.
E-mail de contato: lucio@luciofonseca.com.br – site: http://ffdigital.com.br
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