Publicado em 15/09/2013
Qualquer empreendimento no mundo atual precisa ser gerido sobre várias óticas, tais óticas abrangem aspectos como preço, custos, prazo, qualidade, meio ambiente, RH, segurança, comunicação, dentre outros.
O enfoque deste artigo será a questão custo e mais especificamente os custos da qualidade. É sabido por todos que atualmente para qualquer tipo de empreendimento a qualidade deve estar na “lua”, mas as margens de lucro estão cada vez mais no “chão”. Então o que fazer para equacionar essas variáveis, ou seja, o que fazer para entregar mais com menos.
Infelizmente nossa cultura é a dá não padronização, nós brasileiros, somos extremamente criativos, mas no que tange ao planejamento, infelizmente somos um desastre. Um bom exemplo de mal planejamento foi com relação a missa que deveria ser realizada pelo papa Francisco em Guaratiba na zona oeste do Rio de Janeiro em julho de 2013, essa missa simplesmente não aconteceu e sabe porque? Por falta de planejamento, pois não houve previsão de que poderia haver a possibilidade de alagamento no terreno onde seria realizada a missa e também não houve previsão da necessidade de realização de uma drenagem adequada. Esse é um pequeno exemplo das falhas que cometemos na condução e gerenciamento de empreendimentos.
Acontece que essas falhas vão impactar profundamente nos custos uma vez que em qualquer negociação o cliente só nos paga uma vez, ele não nos paga quando a falha acontece, o ônus da falha é do fornecedor.
Daí a necessidade então de se gerenciar os chamados custos da qualidade, não pense você que a qualidade será uma coisa barata, para se ter qualidade é preciso um grande esforço e investimento, porém, no “frigir dos ovos” os custos da não qualidade são muito maiores do que os custos da qualidade, portanto custos da qualidade não deveriam nem ser chamados de custos deveriam ser chamados de investimentos, pois o retorno é garantido. Segundo pesquisa realizada pelo INMETRO em 2005, empresários declararam que o desempenho de suas organizações melhoraram após a implantação de um sistema de gestão da qualidade em seus empreendimentos.
Mas como fazer então para gerenciar esses custos com foco em aumentar a previsibilidade dos empreendimentos focando o aumento da qualidade? Precisamos então aprender a fazer uma coisa muito simples que se chama medir, só conseguimos gerenciar aquilo que nós medimos, o que não se mede esta fora de controle.
Já que precisamos medir vamos entender primeiro o que significa custos da qualidade: são aqueles associados à definição, criação e controle da qualidade, assim como aqueles necessários para avaliação e feedback de conformidade, em consonância com as expectativas do cliente, e também, os custos associados às consequências provenientes de falhas em atendimento a essas exigências, tanto em nível interno como externo.
Então mãos a obra, quais são os custos que precisamos levantar e gerenciar, são eles:
- Custos de Prevenção: gastos (investimentos/custos) com atividades a fim de assegurar que produtos, componentes ou serviços insatisfatórios não sejam produzidos ou gerados.
- Custos de Avaliação: gastos com atividades desenvolvidas na identificação de unidades ou componentes defeituosos ou não conformes, antes da remessa para o cliente (interno/externo).
- Custos das Falhas: gastos incorridos devido à ocorrência de fato de unidades ou componentes defeituosos ou não conformes. Os custos das falhas são subgrupados em duas subcategorias:
- – Custos das Falhas Internas: associados às atividades decorrentes de falhas internas, antes da remessa dos produtos aos clientes.
- – Custos das Falhas Externas: associados às atividades decorrentes de falhas externas, depois de os produtos terem sido remetidos aos clientes.
Especificamente no tratamento de não conformidades devemos procurar ter um sistema de resposta rápida para detecção de problemas, porque quanto mais tempo se demora em corrigir um problema, com certeza, os custos da não qualidade aumentarão.
Veja o gráfico abaixo:
Gráfico 1: Estágio no processo de desenvolvimento e lançamento
Portanto o gestor de projetos deve ter em mente que o investimento e gerenciamento de custos da qualidade gera uma economia global com prevenção de possíveis falhas conforme exemplifica o gráfico abaixo:
E ai vamos enxergar custos da qualidade como investimentos?
Sobre o Colunista:
Mário Lucio F. Paiva, é consultor especialista em gestão empresarial, com mais d 15 anos de experiência, Auditor Líder nas normas ISO 9001 e ISO 14001, graduado em Normalização e Qualidade Industrial pelo CEFET-MG e pós-graduando em Gestão da Excelência nas Organizações pelas faculdades Pedro Leopoldo. Professor nas Faculdades UNI-BH, UNA e Pitágoras. Consultor credenciado junto a FIEMG e Prefeitura Municipal de Contagem-MG. Diretor da TNQ CONSULTORIA (www.tnq.com.br).
E-mail de contato: contato@tnq.com.br
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
Sim! É preciso enxergar que os custos de um sistema de gestão da qualidade são investimentos. Investir na não qualidade traz consigo ao longo da criação do produto final “defeitos” provenientes da falta de gestão e dos processos de produção. A falta de padronização e investimentos nos processos de aferição e controle da qualidade trazem consigo variáveis negativas que poderiam ter sido identificadas no início e durante o processo de produção. Conforme o autor apresenta, o custo final de não investir na qualidade é muito maior que o custo inicial na fase de desenvolvimento, onde concluo e concordo que investir no processo não é gerar custo. Guilherme de Assis Moraes
Concordo com o autor que as empresas, principalmente, as brasileiras, não dão a devida importância para a questão da qualidade dos projetos. Concordo que utilizar o sistema de gestão da qualidade como investimento não como custo possa garantir o sucesso das empresas no mercado de trabalho. Uma vez que o custo da não qualidade é muito maior que o custo da qualidade.
Acho que o gestor de projetos tem papel fundamental na implantação do sistema de gestão da qualidade, de forma implantar e controlar a qualidade dos projetos.