Publicado em 27/01/2017
Introdução
O histograma foi desenvolvido por Guerry em 1833, com a finalidade de descrever sua análise sobre crime. Atualmente, é utilizado como meio estatístico em diversas áreas. O que demonstra a versatilidade da ferramenta.
O histograma é uma das ferramentas estatísticas da qualidade. Ele é utilizado para representar graficamente uma grande quantidade de dados numéricos. Através da análise do histograma é possível interpretar estas informações de forma mais fácil e simples, do que acompanhando uma grande tabela ou um relatório com somente números e/ou valores.
Através da interpretação do histograma é possível avaliar o comportamento, consumo, frequências, inúmeros outros parâmetros, fazer estudos comparativos com anos anteriores e auxiliar no planejamento de futuras atividades.
Esse artigo tem o propósito de apresentar definições de histograma, quais as finalidades dessa ferramenta e comentar sobre softwares que auxiliam na construção e análise.
Definições
O Histograma é um gráfico de colunas utilizado na estatística. É composto de vários retângulos adjacentes, representando a tabela de frequências com perda de informações (valores agrupados por classes) de um conjunto de valores. Na escala horizontal, marcam-se os intervalos de classes, e cada intervalo é a base de cada retângulo ou barra; na escala vertical, marcam-se as alturas dos retângulos ou barras, que são as respectivas frequências absolutas das classes (Lopes, 1999).
Vários autores descrevem a utilização do histograma como Ferramenta da Qualidade para avaliação e análise de dados: – Vieira (1999, p. 21) afirma que: “A quantidade de informação fornecida por uma amostra é tanto maior quanto é a quantidade de dados. Fica, porém, difícil captar a informação contida em uma tabela muito longa. Para dar visão rápida e objetiva da questão, existe uma ferramenta: é o histograma”.
– Para Kume (1993, p. 44): “O histograma é uma ferramenta de visualização de uma grande quantidade de dados de uma amostra de uma população. É um método rápido para exame, que por meio de uma organização de muitos dados, permite conhecer a população de maneira objetiva”.
– Paladini (2000, p.232) define o histograma como uma ferramenta na gestão da qualidade; assim descreve sua utilização: “… Sua aplicação na gestão da Qualidade tem um número considerável de utilidades. Inicialmente, exemplificam como se pode descrever, de forma simples e eficiente, uma dada situação; estimulam o uso de imagens como elementos básicos de descrição da realidade e induzem as pessoas a utilizar visões globais dos processos para melhor entendê-los. Dessa forma, sua aplicação tem reflexos na concepção e na implantação de processos gerenciais”.
– Wadsworth (1986, p.300) ensina como fazer a montagem do histograma e avaliar seu uso: “o histograma é um caminho muito direto para observar frequências de ocorrências ou indicadores… Para construir um histograma… um número de intervalos ou faixas são selecionados, a largura de cada faixa é especificado, os dados são classificados, e o números são encaixados por faixas, e, então, são plotados, podendo ser representados por valores percentuais.” Os histogramas também são construídos com uma certa quantidade de dados. Quando os dados são aumentados, há a tendência de se criar a representação gráfica de uma curva suave. Entre as mais típicas e características, ocorre a distribuição da curva normal (Kume, 1993).
Finalidade da construção de um histograma
O histograma deve ser aplicado quando é necessário medir a evolução de um fenômeno em considerado período de tempo, ou as frequências de vários fenômenos em um período definido.
A principal função dessa ferramenta é a análise do comportamento de um determinado sistema, aumentando o conhecimento sobre o mesmo e assim identificar os pontos em que deverão ser aplicados esforços para que o sistema melhore.
Por trabalhar com dados em período de tempo determinado, o histograma se mostra útil em sistemas estáveis, permitindo que as análises feitas nele se tornem previsões para ações futuras nesse mesmo sistema. Caso o sistema se apresente de forma instável, sofrendo alterações a todo tempo, o histograma não será útil, pois as informações observadas pouco dizem sobre o que acontecerá posteriormente.
Algumas das aplicações do histograma são: Verificar o número de produto não conforme; Determinar a dispersão dos valores de medidas em peças; Em processos que necessitam ações corretivas; Para encontrar e mostrar através de gráfico número de unidade por cada categoria.
Ferramenta
O histograma é uma forma de descrição gráfica com barras verticais, as quais representam dados quantitativos agrupados em classes de frequência.
Figura 1 – Histograma
Os dados de uma amostra servem como base para uma decisão sobre o parâmetro. Quanto maior o tamanho da amostra mais informação temos sobre a população. Porém, um aumento de tamanho da amostra também significa um aumento da quantidade de dados e torna-se difícil compreender os parâmetros a partir destes dados, mesmo quando eles são dispostos em tabelas. Em tal caso, precisamos de um método que nos vai possibilitar conhecer o parâmetro, e um histograma atende as nossas necessidades.
Organizando-se muitos dados em um histograma, pode-se conhecer parâmetros de uma maneira objetiva.
É possível obter informações úteis sobre o estado da população através da análise do perfil do histograma. Os perfis seguintes são típicos, e podemos utilizá-los como modelos para análise de um processo.
a) Tipo geral
b) Tipo pente
c) Tipo assimétrico positivo
d) Tipo declive à direita
e) Tipo platô
f) Tipo picos duplos
g) Tipo picos isolados
Figura 2 – Tipos de Histograma
- Tipo geral (simétrico ou em forma de sino)– O valor médio do histograma está no meio da faixa dos dados. A frequência é mais alta no meio e torna-se gradualmente mais baixa na direção dos extremos. O perfil é simétrico. É o formato encontrado com mais frequência.
- Tipo Pente (multimodal)– As classes possuem frequências altas e baixas alternadamente. Este perfil ocorre quando a quantidade de dados incluídos na classe varia de classe para classe, ou quando existe uma tendência particular no modo como os dados são arredondados.
- Tipo assimétrico positivo (assimétrico negativo)– O valor médio do histograma fica localizado à esquerda (direita) do centro da faixa da variação. A frequência decresce um tanto abruptamente em direção à esquerda (direita), porém de forma suave à direita (esquerda). Isto ocorre quando o limite inferior (superior) é controlado, ou teoricamente, ou por um valor de especificação, ou quando valores mais baixos (mais altos) do que um certo valor não ocorrem.
- Tipo declive à direita (declive à esquerda)– O valor médio do histograma fica localizado à esquerda (direita) do centro da faixa da variação. A frequência decresce um tanto abruptamente na esquerda (direita), e lentamente em direção à direita (esquerda). Isto ocorre com frequência quando uma triagem de 100% tiver sido feita por causa da baixa capacidade do processo, e também quando a assimetria positiva (negativa) se tornar ainda mais extrema.
- Tipo platô– A frequência em cada classe forma um platô porque as classes possuem mais ou menos a mesma frequência exceto aquelas das extremidades. Este formato ocorre quando há mistura de várias distribuições que têm diferentes médias.
- Tipo picos duplos (bimodal)– A frequência é baixa próximo ao meio da faixa de dados e existe um pico em um e outro lado. Este formato ocorre quando duas distribuições com médias muito diferentes são misturadas.
- Tipo pico isolado– Existe um pequeno pico isolado em adição a um histograma do tipo geral. Este é um perfil que ocorre quando há uma pequena inclusão de dados de uma distribuição diferente, como no caso de anormalidade do processo, erro de medição, ou inclusão de dados de um processo diferente.
Softwares que auxiliam a construção de um histograma
Os softwares que chamamos de “ferramenta”, têm como objetivo oferecer ao usuário uma ferramenta poderosa que permita a ele explorar alguns conteúdos de Matemática. Os softwares ferramenta abordam os conteúdos: matrizes, sólidos de revolução, padrões geométricos, gráficos de barra e setores e histogramas. Cada um deles traz uma sugestão de atividade e instruções para que o usuário saiba explorar toda a potencialidade do software. Para cada um destes softwares, há um software análogo em termos de conteúdo, mas em outro formato. Ele oferece além de ferramentas interativas direcionadas ao problema que será investigado, um roteiro de questões que orientam o trabalho do usuário desde a introdução até a sua resolução, através de questões.
Se tratando de um gráfico relativamente simples o software indicado na criação de um histograma é o Excel, que faz parte do pacote Office da Microsoft. Sendo que, na impossibilidade de utilizar o software pago, é possível trabalhar com o Calc, do LibreOffice, que trabalhar em uma plataforma aberta e é gratuito.
Conclusão:
No presente trabalho buscou apresentar as definições de histograma, debater sobre a importância dessa ferramenta nas análises e mostrar os softwares que podem auxiliar na construção dos histogramas.
É clara a importância que um histograma tem em um projeto a ser desenvolvido. A partir dele é possível ter uma visão gráfica de uma situação que já ocorreu e que poderá servir pra futuras análises, acarretando em melhores dados para embasar as decisões dos projetos.
Referências:
- https://www.citisystems.com.br/histograma/
- http://www.ebah.com.br/content/ABAAABfgMAJ/ferramentas-gestao-qualidade-histograma
- http://www.fau.usp.br/arquivos/disciplinas/au/aut0516/Apostila_Provisoria.pdf
- http://www.each.usp.br/amartins/Aula8.pdf
- https://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/22175/diagrama-de-causa-e-efeito-histograma-e-folhas-de-verificacao
- http://estprob.pbworks.com/w/file/fetch/53332540/artigo-histograma-capacidade-proc.pdf
- https://pmkb.com.br/artigo/construcao-e-montagem-histograma-de-recursos/
- Artigo: UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA DE GOIÂNIA de Edson Kurokawa
Sobre os Autores:
Ester Silva R. C. Mayrink Xavier – E-mail do contato: ESTER.MAYRINK@engenharia.ufjf.br
Lucas Gama Cagnin – E-mail do contato: cagninlucas@hotmail.com
Victor Candian Coeli – E-mail do contato: vccoeli@gmail.com
Contexto: Artigo apresentado como trabalho na Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho da Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG, Juiz de Fora/MG.
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