Publicado em 17/04/2017
Hoje vou falar um pouco sobre currículos, experiências profissionais e relevância na área de Gerenciamento de Projetos.
Durante os últimos dez anos de minha vida procurei encontrar uma melhor forma de registrar as minhas experiências em um currículo de maneira honesta, mas também priorizando a retórica do texto. Afinal, nos envolvemos com tantos projetos que, inevitavelmente, selecionamos o que é mais relevante, procurando condensar um parêntese da vida profissional em uma frase, termo ou certificação – não é fácil fazer o simples, concorda ?
Existem disponíveis dezenas de sites, gurus e templates para que possamos errar menos na construção do currículo, ainda assim reconstruir nunca foi tão confuso como nos tempos da internet. Recebo mensalmente contatos de profissionais e estudantes que gostariam de uma indicação sobre como começar, mudar ou mesmo consolidar sua carreira em gerenciamento de projetos. Na maioria das vezes minha contribuição acontece em um almoço marcado ou nos bastidores de algum evento que participo.
De tudo isso, elaborei 3 considerações que captei em conversas informais com profissionais, reuniões com especialistas de RH e gestores. Utilizo como critérios para avaliação de profissionais que irão atuar comigo – atuando como professor, voluntário em alguma instância do PMI ou nas consultorias que presto.
Vamos lá:
1 – A ESTÓRIA DO CURRÍCULO
Ao criar um currículo, quase não nos atentamos a estória contada. A evolução profissional deve estar evidente no corpo do currículo, talvez isso demande ações como suprimir experiências irrelevantes e ressaltar uma certificação que é importante para a vaga. Como exemplo disso, uma vaga de GP de TI, uma trilha profissional bem delineada poderia ser:
- Analista de requisitos
- Desenvolvedor
- Coordenador de time
- Analista de projetos
- Gerente de projetos
Isso demonstra uma continuidade e, ao mesmo tempo, um foco no objetivo principal da vaga pleiteada. Avalie a sua trilha e indique a ascensão de maneira destacada, mesmo que seja necessário considerar empresas diferentes.
2 – PROJETIZE* SEU CURRÍCULO
A projetização do seu currículo é um das dicas mais relevantes, considero esta abordagem honesta e ao mesmo tempo coerente com a nossa área. Consiste em trocar a visão tradicional de ciclos na empresa por projetos em que atuou, trocando parágrafos que antes traziam | empresas | datas início | término |por Projetos |a|b|..z|. Isso valoriza sua experiência em projetos e, caso a empresa contratante tenha um mínimo de maturidade em gerenciamento de projetos, ela compreenderá sua contribuição de maneira organizada – aproveite para incluir os objetivos alcançados em cada projeto.
* Segundo o dicionário Michaelis o termo projetizado não existe, peço uma licença poética pois não encontrei um termo mais adequado 🙂
3 – NÃO DÊ MUITA IMPORTÂNCIA PARA O CARGO
Segundo a CBO (Classificação Brasileira de Ocupação) a profissão de gerente de projetos não é regulamentada, por isso é natural esperar uma confusão entre a descrição de cargos, funções e a amplitude do termo projetos durante o fluxo de contratação. Uma dica importante neste contexto é indicar a função que desempenhou e não a profissão. Acredite, profissionais de pessoas são treinados para reconhecer um profissional pela experiência / formação, muito mais que um cargo indicado no currículo – tive no meu histórico somente uma empresa que formalmente mantinha o cargo de Gerente de Projetos em sua hierarquia.
Há três dias, em um evento de Lean RH que participei, ouvi uma pérola de um dos palestrantes: “Em nossa startup o profissional deve ter duas habilidades básicas: contextualização e bom senso”, eis o limite da liberdade. O contexto aponta para os fatores ambientais, desafios, relacionamentos, enquanto que o bom senso dita o norte para a tomada de decisão responsável.
Bem, é isso pessoal.
Sobre o Colunista:
Gustavo Teixeira é especialista em gerenciamento de projetos, certificado pelo PMI em 2010 como Project Management Professional (PMP), Scrum Master e ITIL. Foi nos últimos 15 anos responsável por projetos dos setores de tecnologia, infraestrutura, saúde, banking e gestão do conhecimento. Atualmente é diretor na PMBASIS consultoria, tendo atuado também em empresas como Ativas Datacenter, Algar Tecnologia, Unimed BH e MV Sistemas. Professor, mestrando em sistemas de informação e gestão do conhecimento com MBA em gerenciamento estratégico de negócios. Leciona em cursos MBA, in-company e nos preparatórios PMP e CAPM do PMI Minas Gerais, onde é coordenador desde 2010. É membro do PMI (Project Management Institute) e do PMI Minas Gerais, onde atua como Executivo Nomeado da Diretoria de Certificação e Desenvolvimento Profissional.
E-mail de contato: gustavo@pmbasis.com.br l Site: www.pmbasis.com.br
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