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O que fazer para motivar a equipe do seu projeto?

Publicado em 21/09/2017

Motivação: s.f. Ato ou efeito de motivar. Palavra popularmente usada para explicar por que as pessoas agem de uma determinada maneira. Em psicologia e nas outras ciências do comportamento, a palavra tem uso mais limitado. Alguns cientistas vêem a motivação como fator que determina o comportamento, tal como expresso na frase “todo comportamento é motivado”.  Fonte: [Dicio – Dicionário Online de Português – https://www.dicio.com.br]

Não importa o que façamos, a motivação é o combustível que nos impulsiona a seguir os caminhos (na maioria das vezes, espinhosos) que escolhemos no decorrer de nossas vidas. Todas as nossas escolhas demandam uma carga de motivação para que possamos seguir, sem arrependimentos. O mesmo se aplica na execução de tarefas diárias, por exemplo. Ao contrário do que muitos pensam, a necessidade de sentir-se motivado não é um tipo de “birra” individual e sim algo inerente ao ser humano. Um policial motivado combate o crime com mais afinco, um professor motivado se importa mais com o desenvolvimento dos seus alunos, um jogador motivado se doa mais em campo para alcançar a vitória.

Dentro das equipes de projeto isso não é diferente. Se avaliarmos bem, o ambiente de projetos é um campo propenso a uma série de situações que podem produzir uma baixa considerável na motivação do time. Isso se deve, dentre outras coisas, ao trabalho sob pressão dos prazos, cobranças da alta gerência, cobrança dos clientes e recursos limitados. Obviamente não há como negar que o Gerente de Projetos deve trabalhar como o agente integrador e facilitador do trabalho da sua equipe e nada melhor para integrar essas equipes do que motivá-los. Não há uma fórmula pronta, não temos como dizer qual a melhor maneira de motivar, mas baseado nas minhas experiências, irei elencar 5 formas que, geralmente, dão bastante resultado.

1. Crie um bom ambiente de trabalho

Obviamente, a depender do tamanho e da cultura da sua empresa, podemos criar um bom ambiente de trabalho de várias formas. No entanto é preciso deixar claro que, independente do modelo adotado para criar esse bom ambiente, o objetivo final é imutável: fazer com que as pessoas sintam-se confortáveis e dispostas a fazer o trabalho com vontade e de forma harmoniosa. Uma boa ideia é forçar a colaboratividade, fazer com que eles ajudem uns aos outros e não se isolem com o pensamento de “a minha parte eu já fiz, se não der certo a culpa não será minha“, Atritos (no sentido de confronto de ideias) devem ser bem gerenciados, porém não devem ser encarados como algo nocivo. Desavenças devem ser resolvidas de forma clara e definitiva. É preciso entender que estamos lidando com pessoas que geralmente são cedidas de outras áreas para trabalhar nos projetos de forma compartilhada e temporária. Da mesma forma que um gerente de hotel quer que seus bons hóspedes sintam-se felizes durante a estadia e retornem, um GP também quer esse feedback dos seus recursos.

2. Empodere a equipe

Os tempos mudaram, meus amigos. Não há mais espaço para a frase “manda quem pode, obedece quem tem juízo“. A palavra de ordem hoje é colaboração. Empoderar é dar a cada integrante do time a liberdade de expor suas ideias, de criar novos conceitos, de discordar do seu ponto de vista (por que não?) sem precisar necessariamente da concessão magnânima de um chefe. É claro que todas as ideias precisam ser avaliadas e discutidas, porém é importante fazer com que cada integrante do time sinta-se parte de algo maior. Que tal, ao invés de simplesmente passar o escopo do projeto e quais atividades devem ser realizadas, você fazer um workshop prévio com a equipe mostrando o impacto do resultado deste projeto para o cliente e consequentemente para a sociedade? Como o produto gerado pelo projeto poderá ajudar as pessoas no seu dia-a-dia e qual a importância de cada um para o resultado final. À primeira vista pode parecer algo bobo, sem muita importância, mas você verá que isso faz diferença sim, porque transmite implicitamente um senso de responsabilidade muito maior.

3. Desenvolva habilidades gerenciais

Este é outro item que precisa de uma análise prévia da cultura da organização e como a empresa encara o desenvolvimento do seu capital humano. Há empresas que além de não incentivarem seus colaboradores a melhorar continuamente, simplesmente acham perda de tempo e até mesmo desnecessário este tipo de ação. Já outras empresas admiram e incentivam. Eu particularmente trabalho com uma premissa de que todos os recursos empenhados temporariamente em projetos precisam sair deles melhores do que entraram. Participar de um projeto precisa ser encarado com um desafio que trará benefícios, não só para o colaborador, mas também para a função a qual pertence dentro da estrutura organizacional da empresa. Desenvolver habilidades gerenciais não é tentar, forçosamente, criar possíveis gestores durante o ciclo de vida de um projeto e sim melhorar a organização do trabalho de cada um e fixar a importância de uma boa gestão para o resultado final de qualquer empreendimento. Neste contexto poderemos, por que não, identificar e desenvolver pessoas com um perfil gerencial que podem se tornar um Gerente de Projetos ou até mesmo um gestor funcional um dia. Como fazer isso? Existem várias formas. Eu gosto de fazer reuniões utilizando o Método da Cumbuca (FALCONI, 2009), que funciona como um encontro semanal ou quinzenal, variando entre 30 min à 1 hora (o tempo não é fixo),  onde escolhemos um tema oriundo de artigos e livros em que todos são convidados a ler e expressar reflexões a respeito do conteúdo visitado. É rápido, dinâmico e enriquecedor.

4. Promova happy hours e confraternizações

Esta é a parte boa do negócio (lol). Brincadeiras à parte, é uma forma interessante de criar vínculos e fazer com que cada um se conheça melhor. E que lugar melhor pra conversar se não um boteco (ou barzinho, ou PUB)? Enfim, o nome pouco importa. Há empresas que estimulam esta prática, inclusive disponibilizando uma verba extra para o time do projeto confraternizar. Pode ser considerada uma forma de reconhecimento pelo esforço da equipe, saindo de um ambiente de pressão diária por resultados para um ambiente informal. A regularidade? Isso vai depender da equipe. Pode ser uma vez por mês, no fim de cada entrega importante do projeto, no batimento de alguma meta ou até mesmo toda sexta-feira, vai depender. Pode parecer muito desnecessário, mas olha, posso garantir a você que dá pra colher bons frutos com pequenas atitudes como esta. Caso a empresa não disponha dessa verba, não tem problema. Acredito que mais importante do que definir quem vai pagar a conta é a atitude de saber que aquelas pessoas querem estar juntas, inclusive após o expediente. Dica: não condicione este tipo de atividade à resultados. A ideia não é “dar o peixe para o golfinho obediente”, é fazer com que todos se conheçam melhor e, consequentemente, desenvolvam o senso de respeito e empatia.

5. Forneça sempre Feedback

Deixei por último de propósito por entender que é a ação mais importante de todas para conseguir motivar a equipe. Como em outras ações, o feedback é visto de formas diferentes por várias organizações. Muitas acreditam ser extremamente importante e outras não faz muito alarde a respeito. Exatamente por isso é muito importante que você tenha a noção que, independente da política de feedback adotada pela empresa, passar feedback pontualmente para sua equipe é altamente motivador e necessário. Isso pode ser feito formalmente ou até mesmo informalmente, ambos são necessários. É através do feedback do GP que cada integrante do time saberá se o seu trabalho está realmente dentro das expectativas da gestão do projeto. Uma conversa no cafezinho pode ser um bom momento para um feedback informal. Porém é sempre bom não esquecer daquela frase do Mário Sergio Cortella que diz “elogie em público e corrija em particular“. É preciso entender bem a medida de cada feedback, que ao mesmo tempo que pode trazer bons resultados, se mal conduzido, pode criar um efeito totalmente inesperado. Se for discorrer sobre pontos fortes e pontos a melhorar de cada um, é preferível fazê-lo formalmente e em particular. Atitudes proativas devem ser elogiadas em público, inclusive repassadas aos gestores funcionais, ao RH e à alta gerencia. Contudo, não esqueça de medir bem os feedbacks para não colocar, inconscientemente, o colaborador em uma zona de conforto onde ele acredita que não precise provar mais nada e se acomode. Feedback é importante mas precisa ser bem dirigido.

Com isso elencamos 5 dicas para motivar o time do seu projeto. É preciso também levarmos em consideração algumas outras nuances para que você possa definir melhor quais ações devem ser levadas à cabo. A cultura organizacional pode interferir muito em relação a isso, para o bem ou para o mal. Existem outras ações, como por exemplo, a participação nos lucros atrelada ao batimento de metas. Em empresas de estrutura organizacional projetizada, quem define essas metas são os Gerentes de Projetos e o PMO. Obviamente que pagamento de gratificações ajuda a estimular o time, porém não podemos sempre “linkar” a motivação à essas compensações financeiras porque, como já sabemos, há organizações que não dispõem dessas medidas.

Se você conhece ou já aplicou outras ações para motivar o seu time, escreve um comentário ou manda e-mail detalhando essas ações. Ficarei muito feliz em conhecer outras práticas de sucesso.

Sobre o Colunista:

Wagner Borba, Gerente de Projetos da Tecnoset IT Solutions. Graduado em Gestão da Tecnologia da Informação pela FG/Laureate International Universities de Pernambuco e MBA em Gestão de Projetos pela Universidade Estácio de Sá. Possui certificado Project Management Professional (PMP®) pelo PMI, Certified ScrumMaster (CSM®) pela Scrum Alliance, International Product Owner Foundation (IPOF) pela Scrum Association e Lean Six Sigma Yellow Belt (SSYB). Possui 10 anos de experiência em projetos nas áreas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação em empresas multinacionais como Alcatel-Lucent, Isolux Corsan e Huawei Technologies, atuando em projetos de grande porte para as maiores operadoras de telefonia do país. Também atuou como consultor em gerenciamento de projetos para empresas das áreas de TI, Saúde Ambiental, Construção Civil e Logística. Hoje atua com projetos de TI e Serviços voltados para o setor público e preside o Conselho Fiscal do PMI-PE. Email de contato: wagner.borba@pmipe.org.br /wborbaconsultoria@gmail.com

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