Publicado em 18/10/2013
Síndrome de Eike: como não perder o controle de seus negócios
Atualmente a mídia mundial tem tido bastante motivação para abordar um tema comum e aparentemente distante dos gerentes de projetos, chamo-a de Síndrome de Eike.
Para os que não atentaram, Eike Batista é um exemplo único de erros e acertos no mundo dos projetos. Mas o que leva um gestor a um dia de puro brilhantismo e outro ao cataclismo? Existe um conjunto de regras a serem seguidas até mesmo para aqueles que são os majoritários do conhecimento?
Pois bem, toda síndrome é um conjunto de características ou de sinais associados a uma condição crítica, suscetíveis de despertar reações de temor e insegurança. Veja, se você é do tipo que oscila entre seu grupo, que se faz grande pela sensação de pânico que causa entre todos, que se sente bem quando grita, xinga ou se vê superior aos demais, muita atenção!
Assim como Eike Batista, é muito comum depararmos com profissionais que deliram toda vez que montam fazem do projeto um quebra-cabeças, estes escolhem sua equipe a dedos, delegam todas as etapas da execução, são os verdadeiros donos das reuniões, os únicos capazes de receber e responder as solicitações da diretoria, do cliente e dos fornecedores. Enfim, eles respiram o projeto. Nada é mais importante do que o êxtase que este proporciona naquele momento, porém, nada é tão vivaz que não o leve a perder o interesse pelo projeto e fazê-lo a partir para outros, com a enganadora sensação de que precisa conquistar novos espaços, se fazer importante para mais pessoas. Tudo não passa de lendas gerenciais, por isso é preciso identificar o perfil de quem está liderando, se encontra-se na fase ideal para seu melhor rendimento, pois não basta montar estratégias bem definidas para vender a imagem de Super Boss, requer saber implantar, acompanhar, colher resultados, motivar. Em outras palavras, brilhante, é aquele gerente capaz de iniciar, conduzir e concluir um projeto, mesmo não sendo o único a se deter em todas essas etapas, mas ser capaz de reconhecer o momento em que está no seu auge e o momento em que deve retroceder.
Pudera este profissional, tipicamente sofredor de ansiedade, ser um gerente momentâneo? Sim, há gerentes e gerentes. Gerente por fases do projeto, tão incomum aos nossos hábitos, já que preferimos o mesmo líder do início ao fim, mesmo estes com ideias ultrapassadas, não tão eficazes quanto foram no início, que brigam pela sua experiência, que referenciam antigos sucessos o tempo todo.
Este tipo de personalidade, em determinados casos, se faz necessário mas é preciso dar espaço ao novo, pois como todo ser vivo somos vítimas do cansaço, da resistência, nosso organismo dá espaço para o indispensável estresse social, e um indivíduo pode sim sofrer de transtorno de ansiedade social (TAS) sem mesmo identificá-la. Esta por sua vez se caracteriza pelo surgimento do medo ou ansiedade intensos quando o indivíduo deve se deparar com situações em que precisa expor-se à avaliação de terceiros, sensações as quais afetam diretamente os resultados.
O medo da rotatividade incomoda desde o principal envolvido até a gestão maior do projeto, pois passa a sensação de que se perdeu o controle, mas não, pode-se ter perdido a paixão pelo projeto, que deu espaço a busca máxima de satisfação pessoal e toda vez que um gerente controlador perde a paixão pelo negócio, é problema na certa, pois sua postura “passa do ponto”, tornando-se um obstáculo para o conjunto.
Sim, é o momento ideal para procurar novos rumos pois o líder dos lideres preserva o negócio começando pelo bem estar do projeto.
Sobre a Colunista:
Sandra Santos é gestora de processos gerenciais pela universidade Metodista de São Paulo; MBA em gerenciamento de projetos pela AVM Cândido Mendes; MBA em petróleo e gás pela AVM Cândido Mendes; Especialista em docência para nível superior pela FGV; Mestranda em desenho, gestão e direção de projetos pela Universidade Miguel de Cervantes; Graduando em administração de empresas pela universidade Estácio de Sá; Atuante na administração contratual de projetos de grande porte no setor de óleo e gás. Co-autora dos Livros Ser Mais com Equipes de Alto Desempenho, Damas de Ouro, Editora Ser Mais.
E-mail de contato: ssantosdesouza@gmail.com
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