Publicado em 30/03/2018
Para fazer um orçamento realmente útil, preciso e confiável, é necessário contar com um orçamentista qualificado, desses que não se contentam em se acomodar em sua posição e trabalham continuamente para conhecer todas as variáveis do seu setor. Conhecimento, inclusive, que pode impactar de maneira positiva ou negativa na condução de uma obra, gerando uma série de imprevistos, até que a conta final seja fechada. Por isso, falaremos hoje sobre um dos principais aspectos que tendem a desviar um projeto na construção civil do seu valor inicialmente previsto: os custos diretos e indiretos.
Como esse conhecimento pode ser fundamental para evitar falhas na confecção de um orçamento? Confira o que temos para mostrar hoje!
Quais os custos de produção e critérios de custos para rateio?
Em primeiro lugar, vamos à definição básica de custos diretos e indiretos. Temos:
Custos diretos
Gastos relacionados, de maneira direta, ao produto, à linha de produto e ao centro de custo ou departamento, sendo incluídos diretamente no cálculo dos produtos. Como exemplo, na construção civil, podemos apontar como custo direto as matérias-primas empregadas na construção, na mão de obra e nos serviços contratados.
Custos indiretos
Por sua vez, os custos indiretos têm mais a ver com tudo aquilo que não pode ser diretamente relacionado ao valor final de um produto ou serviço utilizado. Portanto, são aqueles que operam indiretamente à condução da sua obra, como a mão de obra indireta. A mão de obra indireta é aquela que é rateada por horas/homem e os gastos com energia, baseados nessa mesma proporção de horas/máquinas, utilizadas em qualquer etapa de sua produção.
Além disso, podem ser considerados custos indiretos os gastos que não sejam diretamente associados ao produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Podem ser aqueles custos que precisam de taxas e outros critérios de rateio para que sejam relacionados aos itens custeados. Exemplos desse tipo de custo podem ser vistos logo abaixo:
- Valores aplicados à prestação de algum tipo de serviço;
- Depreciação do material de construção e outros elementos relacionados à obra;
- Seguros;
- Manutenção do maquinário.
A seguir, entenda um pouco mais sobre como diferenciar ambos os custos.
Como diferenciar os custos diretos e indiretos?
É importante que a empresa tenha pleno conhecimento de tudo aquilo que entra e sai do seu sistema de requisições. Isso ajuda a identificar melhor o que diz respeito a um custo direto e indireto durante a condução da obra.
Entretanto, especificamente para os custos diretos, é bom contar com o auxílio de um sistema de apontamentos, que facilita analisar quais operários atuaram em cada tipo de serviço ou produto, agilizando o gerenciamento da obra. Ordens de serviço também são muito comuns no meio, pois garantem uma verificação facilitada a respeito dos custos. Mas, para calcular especificamente os custos diretos e indiretos, veremos a seguir um método prático:
Como calcular os custos diretos
Por ser um valor relacionado ao conjunto de serviços utilizados para compor a obra — envolvendo uma série de gastos, como materiais, equipamentos e mão de obra —, o primeiro passo para avaliar os custos diretos da produção é a listagem desses custos. Depois, é preciso calcular o custo unitário de cada um desses serviços.
Após feito isso, é importante avaliar o custo unitário, tanto dos serviços — como o salário dos trabalhadores — quanto dos materiais utilizados — que pode ser feito por meio de consultas diretas com o seu fornecedor. Com todos os valores unitários apontados em sua listagem, basta multiplicá-los pelos respectivos quantitativos. Dessa maneira, obtém-se os custos de cada tipo de serviço e que, em sua totalidade, revela o subtotal dos custos diretos.
Como calcular os custos indiretos
Tal qual vimos anteriormente, os custos indiretos podem ser considerados os serviços de apoio que complementam a execução da sua obra. Isso pode implicar, por exemplo, na construção de instalações provisórias para o canteiro de obras, como escritórios, banheiros, vestiários e refeitórios.
Consequentemente, toda essa contratação envolve outros custos, como a administração local, o consumo de recursos — como energia elétrica e água — e materiais de limpeza. Dessa maneira, isso tudo deve ser relacionado em sua planilha como custos indiretos, o que, muitas vezes, tende a dar uma dor de cabeça ao orçamentista, que acabam por não distingui-los dos custos diretos. Assim, é importante calcular o custo unitário desses serviços complementares para, então, serem multiplicados também pelos respectivos quantitativos, assim como foi feito para preencher os valores de custos diretos.
Com ambos os valores em mãos, para se ter o orçamento total da obra, é preciso calcular o BDI — Benefício e Despesas Indiretas. Este importante valor é considerado uma margem aplicada para calcular o preço de venda no comércio. Quando pensamos nesse coeficiente aplicado na construção civil, devemos levar em consideração:
Aspectos que compõem o preço de venda no comércio
- Rateio da Administração Central;
- Despesas Financeiras de capital de giro;
- Taxa de Risco do Empreendimento;
- Todos os tributos federais e municipais;
- Despesas comerciais;
- Lucro do empreendedor.
No setor de construção civil, o BDI costuma variar de 30% a 40% do seu custo total. Por fim, vale a recomendação ao orçamentista de que esse cálculo deve ser constantemente monitorado. Uma vez que, muitos custos, como a Administração Local, a alimentação, o EPI e a Mobilização e Desmobilização, já foram considerados custos indiretos e, por conta de modificações na legislação vigente, tornam-se custos diretos. Até por isso, falamos no início deste texto que um bom orçamentista não se atém apenas ao seu campo de atuação, devendo ser um profissional completo e em contínua atualização.
Depois do que vimos por aqui, você acha que ficou com alguma dúvida pendente a respeito dos custos diretos e indiretos?
Sobre o Autor:
Blog Noventa, Com 30 anos de experiência no mercado, a 90t.i é uma empresa especializada no desenvolvimento de softwares para o setor de engenharia com reconhecimento nacional, atuando nos segmentos de construção, consultoria, fiscalização, gerenciamento, projetos e orçamento. Fundada em Belo Horizonte, Minas Gerais, a 90t.i prima pela inovação e pela qualidade dos produtos, oferecendo aos seus clientes sistemas completos, de fácil utilização e que trazem resultados satisfatórios. Por serem voltados exclusivamente para a engenharia, nossos softwares possuem características específicas que tornam mais simples, práticas e eficientes as atividades ligadas à execução de uma obra. Desde a fase de orçamentação e planejamento, passando por todo o gerenciamento das obras até a sua conclusão, os sistemas da 90t.i reduzem a necessidade do retrabalho e os custos envolvidos no processo. E-mail de contato: noventa@noventa.com.br /Site: www.noventa.com.br
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
Entende-se que o gerenciamento de custos é parte fundamental do êxito de um projeto e, deve ser feito por profissionais competentes e qualificados. Sabe-se que o orçamento é composto por custos diretos e indiretos, os custos diretos são aqueles que estão diretamente ligados ao produto ou linha de produto, como matérias prima, mão de obra e serviços. Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente relacionados ao produto ou mão de obra, aqueles que precisam de taxas ou outros critérios para serem distribuídos e classificados, como seguros, manutenções, entre outros. Para o cálculo destes custos diretos é necessário fazer uma listagem como por exemplo: dos materiais a serem utilizados, mão de obra e equipamentos, logo após, é necessário verificar o custo unitário de cada produto ou serviço e multiplicar pelo quantitativo necessário. Para o calculo dos custos indiretos também é necessário listar o custo dos serviços complementares, o que pode ser dificultoso para alguns gestores, e em seguida também multiplica-los pelo quantitativo utilizado, em seguida é necessário calcular o BDI, valor este necessário para calcular o preço de venda dos produtos. Dessa forma, calculando corretamente os custos diretos e indiretos a chance de sucesso do projeto são elevadas.
O gerenciamento de custos é fundamental para a condução adequada de um projeto. Faz-se necessário atentar para os custos diretos e indiretos. Esses custos precisam ser especificados ao máximo e quantificados para que o Gerente de Projetos acompanhe a linha de base de custos, com todos os lançamentos das requisições, se o custo realizado faz parte do produto final, pois sem ele o produto não existiria (custo direto) ou se é integrante do orçamento como um suporte para que o produto seja feito (custo indireto). A não mensuração desviará o projeto do objetivo final. E da mesma forma deve-se levar em conta o BDI. É preciso extrair o máximo de informações para evitar prejuízos, extravios e desalinhamento da estratégia financeira da empresa.
É de fundamental importância que as empresas e/ou gerentes de projetos tenham um entendimento administrativo e financeiro, assim, ter um gerenciamento estratégico de seus custos pode impactar positivamente na empresa, se aplicado e utilizado de forma correta, pode auxiliar a empresa na tomada de decisão. Com isso, se torna muito importante saber diferenciar custos diretos e indiretos, já que o controle contábil e o planejamento da organização podem ser melhorados se esses forem classificados corretamente, pois assim se torna possível uma melhor definição do preço de venda, maior controle contábil, melhor planejamento além de ter um conhecimento mais real da saúde financeira da empresa.
O trabalho de levantamento e acompanhamento de custos realmente exige que o orçamentista “mergulhe” no processo, trabalhando continuamente para conhecer todas as variáveis envolvidas. Um orçamento bem delineado, onde os elementos que o compõem foram embasados com conhecimento de causa, permite chegar ao final sem discussões posteriores de pleito por itens não previstos. Estava realizando uma equalização nesta semana, com dois proponentes. Um deles apresentou uma proposta “genérica”, não mencionando de forma clara as quantidades de itens que estavam sobre sua responsabilidade. Além de incluir cláusulas em que hora dizia fornecer um dado material (mas não dizia qual era o limite) e na lista de exclusão de escopo dizia ser responsabilidade da contratante. Não cheguei a ver a proposta comercial e como ele compôs o preço final, mas tecnicamente falando esse orçamentista não fez o dever de casa, nem “mergulhou” no processo. Ao abrir a segunda proposta, o titulo dela já dizia: “Troca de 48m de…”. É outro nível de seriedade!
Gostei muito do artigo, muito claro e explicativo.
Eu creio que no o gerenciamento de custos faz-se necessário atentar para os custos diretos e indiretos como foi explicitado pelo autor. Esses custos precisam ser especificados ao máximo e quantificados para que o Gestor de Projetos verifique o quanto está gastando, com o que e quem, se o custo realizado faz parte do produto final, pois sem ele o produto não existiria (custo direto) ou se é integrante do orçamento como um suporte para que o produto seja feito (custo indireto). A não mensuração destes custos pode criar sérios problemas ao GP, pois ele ficará sem uma noção real dos gastos contraídos. E da mesma forma deve-se levar em conta o BDI. É preciso extrair o máximo de informações para evitar prejuízos, extravios e a falta de noção sobre a realidade da empresa.
Com certeza existem diferentes tipos de custo em um projeto , mas além disso tudo é preciso trabalhar com pessoas que demonstrem um bom conhecimento sobre custos.Logicamente o conhecimento da pessoa ou integrante de um projeto sobre custos pode impactar realmente no andamento de um projeto.Potencialmente os custos diretos e indiretos podem evitar e muito nos problemas de orçamento. As avaliações de custos são muito importante para que ocorra um bom andamento do orçamento , porém é preciso diferencia-los diretamente com os cálculos. Existem no entanto outros custos incluídos num projeto ou numa organização. Como por exemplo o custos de Administração, alimentação,mobilização e desmobilização considerados no custo indireto.Por fim o BDI durante todo o projeto deve ser atualizado a todo momento pois muitos custos como estes citados anteriormente podem se tornar custos diretos.
É notória a existência de diferentes tipos de custos em um projeto e mapear todos os custos envolvidos em um projeto se torna uma tarefa tão complexa quanto necessária.
Contudo, não enxergo tantos benefícios na criação desse tipo de categoria (custos diretos e indiretos) para quem levanta e gerencia custos. Um custo ser direto ou indireto não torna a tarefa de tomada de decisão acerca da gestão financeira clara, pois há custos indiretos onde não há capacidade de redução, ou vice-versa.
Acredito que existam outros tipos de categorias que trazem benefícios mais óbvios para o gerenciamento de projetos, como os antigos custos “variáveis” e “fixos”, que tornam óbvias quais variações agregam ou desagregam valor ao produto final, e quais não, permitindo tomadas de decisão mais assertivas por parte do GP.