Publicado em 06/11/2013
A inovação é um fator atual e necessário, pois aumenta a lucratividade e competitividade das empresas. O desenvolvimento dos líderes necessita estar investido dos conceitos clássicos da inovação para subsidiar suas ações estratégicas.
A inovação como vantagem competitiva vem sendo utilizada há muito tempo pelas empresas. O sucesso da aplicação da inovação depende de vários fatores. Fundamentalmente, a cultura organizacional necessita estar trabalhada com foco nas pequenas e grandes oportunidades de mudanças. A criação dessa cultura depende também dos elos de ligação que a empresa possui com o ambiente externo, tais como centros educacionais, apoios governamentais, como também políticas públicas que favoreçam essa habilidade.
Rosabeth Moss Kanter, 2006, nos alerta sobre as armadilhas da inovação: 1. Rejeitar ideias que não geram lucros elevados; 2. Não estabelecer um orçamento diferenciado para projetos de inovação; 3. Criação de dois grupos distintos na organização: os que inovam e aqueles que mantém o status quo. ; 4. Selecionar como líderes de equipes, profissionais que são experts em tecnologia , mas não em liderança.
A cultura da inovação é um conjunto de ferramentas e estratégias que devem ser implementadas e mantidas ao longo do ciclo de vida das empresas. A complexidade dos negócios requer a aplicação de métodos e técnicas que diminuam as barreiras para a inovação. O aprendizado deve ser constante e aberto para toda a organização.
As transformações nas estruturas, nos processos e nas habilidades de liderança são essenciais para o sucesso na implementação de uma cultura de inovação.
A visão da liderança e dos principais executivos precisa ser ampliada para que busquem focar em: valorizar pequenas inovações como sendo um objetivo a ser difundido pela organização; as ideias podem vir de qualquer setor, não só em novos produtos ou serviços e devem fluir em toda a pirâmide de conhecimento da empresa. É preciso haver um orçamento específico para a inovação, como também processos alinhados com esses valores.
Disseminar a inovação para todos na organização, e não privilegiar um grupo de inovadores em detrimento daqueles que mantém o negócio atual. Desenvolver e reforçar a cultura da liderança e do trabalho em equipe são fundamentais para o sucesso da inovação.
O investimento em melhorias nos processos de comunicação entre os vários setores da sociedade e as empresas constitui em outro importante meio de incrementar a inovação. A concepção e comunicação dos valores da inovação nas organizações necessitam ser disseminados desde os executivos até o chão de fábrica.
Reinhard Bendix trabalha com o conceito de que o maior triunfo metodológico não decorre das premissas teóricas adotadas, mas sim da teoria que emerge da análise de sequências históricas particulares. Neste sentido, fazer história é um processo de construção a cada dia.
De acordo com C W Choo, a chave para a inovação é desbloquear o conhecimento pessoal tácito dos membros da organização, e transformá-lo em explícito. Conhecimento tácito é subjetivo e difícil de comunicar para os outros. Ele é conseguido através de uma longa experiência da pessoa na sua atividade. Conhecimento explícito é o conhecimento formal, fácil de ser transmitido entre indivíduos e grupos.
Assim, transformar conhecimento tácito em explícito, que são aspectos comportamentais fundamentais para a mudança de paradigmas e direcionamento da inovação. A contribuição da Psicologia para esse texto é ampla. Podemos mencionar o modelo da teoria cognitiva comportamental do psicólogo A. Beck que trabalha a dimensão da mudança comportamental através do diagnóstico das crenças existentes no indivíduo. Para Beck, a tríade cognitiva envolve: visão do self, do mundo e do futuro. A partir da avaliação das crenças individuais e coletivas é possível trabalhar a mudança cognitiva comportamental do indivíduo e dos grupos. O modelo cognitivo comportamental utiliza inúmeras ferramentas para mudança de comportamento baseadas no método socrático e em técnicas específicas de intervenção psicológica. O cerne da teoria é descobrir quais crenças podem capacitar ou limitar os profissionais. Transformar as crenças limitantes em capacitantes é o coração do desenvolvimento profissional.
Outro fator importante é o processo de tomada de decisão. O treinamento no processo de tomada de decisão envolve a compreensão do conceito de Herbert Simom: a tomada de decisão racional possível nas organizações é a racionalidade limitada. (bounded rationality). Simon identificou três categorias de limites: 1. Limites de habilidade mental, hábitos e reflexos; 2. Extensão do conhecimento e informação conhecidos 3. Valores e concepções que podem divergir dos objetivos da organização.
Compreender essa limitação traz a possibilidade de se construir historicamente os processos de inovação através de escolhas possíveis a partir do ponto de vista dos diversos stakeholders (clientes externos, clientes internos, acionistas, fornecedores, comunidade).
O tema da inovação dentro das organizações está relacionado à sobrevivência do negócio. Neste sentido, o investimento na mudança cultural é essencial para a sustentação da empresa no mercado competitivo. Sendo assim, outras áreas da organização como jurídico e contabilidade merecem participar das discussões sobre inovação para dar sustentação às novas ideias.
O espírito de colaboração e uma estrutura de recompensa financeira e motivacional contribuem para a eficácia das estratégias da inovação. Compreender a cultura organizacional é um dos caminhos para transformação eficaz dessas diretrizes. O valor da responsabilidade social e da sustentabilidade como práticas transversais poderão auxiliar na criação de uma inovação com percepção de valor para os stakeholders.
O contato constante com os stakeholders traz vantagens competitivas na manutenção e fortalecimento dos processos de inovação. Os caminhos abertos pelos temas de responsabilidade social e sustentabilidade são uma direção para ampliar e difundir essas características.
A busca pelo aperfeiçoamento da relação com os diversos stakeholders com foco na responsabilidade social traz benefícios que fundamentam a inovação para além do retorno de lucratividade e produtividade. O investimento social em educação, em melhorias dos processos produtivos com foco na sustentabilidade e no meio ambiente é um caminho que integra as diversas facetas das estratégias.
O investimento social traz em seu conceito o caráter de inovação e pode ser um facilitador para o incremento dos laços de inovação nas organizações e nos diversos setores da sociedade.
Gerar uma cultura de inovação é ampliar os horizontes da sociedade e da humanidade.
Sobre o Colunista:
Paulo Antônio Alves de Almeida, Psicólogo, Mestre em Administração e Professor de Pós Graduação dos MBAs. Formação em Professional & Self Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching IBC – com certificação internacional. Atualmente é diretor da MARKETING 500 SOLUÇÕES INTEGRADAS DE MERCADO (http://www.marketing500.com.br). Possui experiência de 20 anos na área de Consultoria Organizacional, Processos de Coaching, Palestras Empresariais com ênfase em Estratégias de Marketing, Recursos Humanos, Desenvolvimento de Líderes e Inteligência de Mercado, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão Estratégica e Organizacional, Estratégias Mercadológicas; Inteligência de novos produtos e Serviços, Recrutamento e Seleção, Metodologia de Pesquisas Qualitativas, Liderança, Coaching, Oratória, Trabalho em Equipe e Comunicação Interpessoal.
E-mail de contato: pauloalmeida@marketing500.com.br
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