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Ferrovias: caminho para desenvolvimento

Publicado em 10/02/2014

Falar de ferrovia no Brasil pode parecer algo ultrapassado. Afinal de contas, projetos ferroviários, tanto para transporte de passageiros quanto de mercadorias, foram esquecidos pelo governo federal desde a década de 60, quando a indústria ferroviária estagnou.

Durante as décadas que levaram à desestatização da malha ferroviária, a indústria foi afetada pela redução dos investimentos pelo governo brasileiro, uma consequência direta da crise financeira histórica que assolava a economia brasileira, combinada a uma alta taxa de inflação. Neste período o governo priorizou o transporte rodoviário que, mesmo sendo mais caro a longo prazo, exigia investimentos iniciais menores.

Atualmente, mais de 96% das malhas ferroviárias operam por concessões do governo brasileiro, efetuadas por meio de um programa de desestatização do sistema ferroviário federal iniciado em 1996.

Em consequência disso estamos vivendo um período que as distorções na matriz modal de transporte e a logística impõem uma série de dificuldades ao crescimento da economia brasileira.

O transporte ferroviário apresenta inúmeras vantagens, como a grande capacidade de carregamento em longas viagens. Além disso, é caracterizado pela menor emissão de poluentes das composições e menor impacto ambiental na construção da infraestrutura.

Estudo realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) mostra que o custo do transporte por rodovias é seis vezes superior ao das ferrovias, sendo que o uso dos trilhos é feito basicamente para o transporte de commodities. O minério de ferro é o principal produto transportado junto com o carvão mineral, que juntos correspondem a cerca de 77% do total dos produtos transportados no Brasil.

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FIGURA 1 – Produtos Transportados no Brasil (2012) – Fonte: ANTF

Ainda segundo a pesquisa, caso fosse aplicada ao Brasil a matriz dos Estados Unidos, teríamos uma redução de custo de US$ 113 bilhões, o equivalente a cerca de um terço do total gasto anualmente no país.

O quadro abaixo mostra o comparativo entre a matriz de transporte brasileira e americana na qual a distribuição entre os modais é mais balanceada.

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FIGURA 2 – Comparativo entre matriz de transportes (2012) – Fonte: Instituto Illus

Tentando recuperar o atraso, o governo federal publicou um decreto nas últimas semanas, para viabilizar as concessões de ferrovias, que envolvem 11 mil quilômetros de novas linhas e R$ 99,6 bilhões em investimentos privados.

Para o transporte de passageiros o Ministério do Transporte realiza estudos para reativar 14 trechos totalizando quase 2 mil quilômetros. Atualmente, o único transporte ferroviário de passageiros diário no Brasil é o trecho Vitória-Minas.

O governo vem tentando viabilizar o leilão para o primeiro trem bala brasileiro, com 503 quilômetros interligando Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. A estimativa é que o custo total do projeto gire em torno de R$35 bilhões. Para ter ideia do atraso nesse tipo de Transporte de Alta Velocidade (TAV), a China possui mais de 8000 km de conexões de alta velocidade e projeta o dobro até 2020.

Recentemente o Fantástico divulgou uma reportagem na qual falava da Ferrovia Norte-Sul que liga Palmas, no Tocantins, e Anápolis, em Goiás. Os 700 quilômetros de ferrovia foram feitos sem projeto executivo apresentando inúmeras falhas. A obra está sendo executada há incríveis 18 anos e ainda não foi finalizada.

Dentro dessa gama de projetos iminentes, resta saber quais sairão do papel e como vão ser desenvolvidos e gerenciados. Deixando de lado a questão politica, o horizonte é de grandes desafios para profissionais do gerenciamento para desenvolver estes projetos que colocarão o Brasil nos trilhos.

Referências:

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Sobre o Colunista: Duílio PaivaProfissional pós graduado em gestão de projetos pelo IETEC, engenheiro de Produção/Civil pela FUMEC com formação técnica em Edificações pelo CEFET/MG. Possui oito anos de experiência na construção civil onde atuou em empresas como Santa Bárbara e Camargo Correa em obras industriais, prediais, infraestrutura e ferrovia. Atualmente engenheiro de planejamento da PROGEN, no Projeto Modernização BH-Sabará do cliente VALE.

E-mail de contato: duilio.paiva@outlook.com

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. Lumiere Conservação e Serviços disse:

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  2. moacir disse:

    Duílio, boa tarde. Sobre seu artigo tenho alguns comentários que entendo dar melhor compreensão. Peco permissão para faze-los, ok?
    Emissao: interessante seria vc comentar q ad emissoes sao menores per capta, ou seja, o que eh emitido pelo q se transportaa locomotiva sozinha tem consumo superior ao caminhão.
    Trem diario: o da EFVM eh o unico em dois sentidos. Mas na EFC ha um diario.
    14 linhas: serão para médias distancias ( ate 200 km).
    No mais, parabens pelo artigo. Moa

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