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ENTREVISTA: Gestão de Riscos – O lado humano – Thiago Lugão

Publicado em 09/05/2020

Esta entrevista foi realizada durante o 3º ConaGP  e traz o tema Gestão de riscos – O lado humano do palestrante Thiago Lugão, explorando conceitos e dicas importantes.  Acompanhe:

1) Quais são as principais influências humanas em relação ao gerenciamento de riscos? 

O responsável pela gestão de risco tem que entender bem de linguagem corporal e fatores motivacionais. A gestão de risco depende do engajamento de todos e faz parte do papel do gestor de riscos criar canais de comunicação que consiga influenciar todo tipo de pessoa dentro do projeto. Por isso a necessidade de entender como cada um responde a diferentes tipos de estímulos e controlar este nível de motivação.

2) Durante o gerenciamento de riscos é necessário considerar os fatores humanos da organização. Quais são esses fatores? 

Os fatores humanos organizacionais são extremamente importantes e podem ser um ativo ou um passivo para quem é responsável pela gestão de riscos em um projeto. Se a empresa possui uma metodologia de gestão de riscos implantada na organização, a implementação em um projeto será mais fácil, pois acontecerá naturalmente (TOP-down). Faz parte da cultura da organização. Porém, se a organização não possui uma metodologia estruturada, haverá uma força contrária, reativa das pessoas ao desconhecido. Alguns gestores acham que o fato de não haver uma metodologia, encontrará um campo neutro. Entretanto, a realidade é outra, pois não ter algo é tirar alguém ou algo da inércia. E isso requer muito esforço.

3) Quais medidas precisam ser tomadas para que o lado humano não influencie e comprometa o gerenciamento de riscos?

O lado humano deve ser considerado em qualquer processo de gestão de projetos, tendo ela uma metodologia de gestão de riscos implantada ou não. A diferença entre um projeto bem gerenciado de um mal gerenciado, se considerarmos os procedimentos e diretrizes uma constante nesta análise, é o quanto um gestor de projeto consegue lidar com as questões humanas em um projeto. Em termos técnicos, a única área que gerenciamos é o risco. Em termos humanos, a única variável que gerenciamos é a motivação das pessoas. O gestor não é operacional. Ele motiva a equipe para obter aquilo que ele quer, da melhor forma possível. Portanto, para conseguir tirar o melhor de cada um (otimização dos recursos), ele tem que ter inteligência emocional (conhecer os fatores humanos e saber aplicar).

Uma ferramenta que gosto muito de utilizar e que pra mim é a diferença entre um neófito e um especialista é a repetição. Pra você ficar bom em uma arte marcial, repetição. Como Hitler propagou o nazismo, repetição. Como fazemos alguém acreditar numa mentira absurda (Terra é plana), repetição. Portanto, devemos utilizar esta ferramenta a nosso favor. Reuniões de construção devem falar de risco. Tem que haver workshop de risco. O jargão da equipe de projeto tem que envolver palavras do universo de gestão de riscos, relatório semanal e mensal tem que falar de risco, análises tem que envolver riscos, tem que haver dashboard de riscos. Ou seja, propaganda massiva sobre riscos, para entrar no sangue e desta forma influenciar as pessoas a acreditar, comprar e se comprometer esta ideia.

4) Com o que seu tema no CONAGP deste ano, pode contribuir para a comunidade de Gerenciamento de Projetos, a respeito da pandemia do Covid-19?

Em um cenário de incerteza, risco assume um papel fundamental, seja com identificação de riscos ou análise de cenários. A qualidade desses insumos dependem muito da abordagem que a gerência conduz o gerenciamento de riscos no projeto.  Se a metodologia é forte (e só há metodologia forte com pessoas engajadas) a qualidade será boa e as análises sairão do ordinário, atingindo níveis mais maduros, onde uma abordagem determinística dará lugar a uma análise estocástica e muito mais coerente. Apenas um planejamento maduro consegue informar que a data final do projeto não é uma data única (determinística), mas sim uma janela com probabilidade envolvida. Análise de monte carlo, gráfico de tornado, correlação de variáveis, etc são ferramentas que são do dia a dia de um projeto que realiza análise quantitativa de riscos, e são elas que farão a diferença.

Sobre o entrevistado:

Engenheiro de Produção formado pelo CEFET-RJ e pós graduado pelo PROMINP, certificado PMP, possuo 15 (quinze) anos de experiência na área de gestão de projetos. Durante o tempo que trabalhei no COMPERJ, trabalhei como coordenador de gestão de riscos do projeto, além da minha função de engenheiro de planejamento. No ano de 2013 publiquei um artigo na revista PMMundo Project Management, na edição bimestral de AGO/SET, com título “Usando PERTMASTER para Gerenciamento de Riscos”. Ainda no ramo da educação, no término do ano de 2016 publiquei um artigo na revista Project Design Management, na edição bimestral de DEZ/JAN, com o título “GAMIFICATION – A arte de gamificar processos”. Em 2017 publiquei um curso sobre Gestão de riscos desenvolvido durante um trabalho de menthoring com a equipe do PMI. O trabalho foi muito elogiado e chegando a ser indicado pelo CREA-RJ como um curso de excelência, que hoje fica hospedado no site do meu curso online www.lugaoconsultoria.com.br. Atualmente atuo como especialista de gestão de riscos no maior empreendimento de papel e celulose do mundo, em um projeto de uma nova planta industrial para a empresa BRACELL, pertencente ao grupo RGE.

Linkedin: https://www.linkedin.com/in/thiago-lug%C3%A3o-pmp-aa141638/

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