Publicado em 07/03/2014
Qualquer organização que pretenda manter um funcionamento estável e uma existência duradoura deve ir ao encontro às necessidades simultâneas de todas as suas partes interessadas. Neste sentido, os stakeholders de uma empresa (o conjunto dos interessados de um projeto, que podem ser os donos, acionistas, fornecedores, empregados e investidores, dentre outros) devem ter suas expectativas e demandas atendidas da melhor forma possível pelos gestores, de modo a englobar todos os envolvidos no projeto e garantir o sucesso da sua execução.
Quando o assunto em pauta é gestão de projetos, a gestão eficiente dos stakeholders se insere como um dos aspectos mais importantes para o bom andamento e o alcance dos resultados objetivados pelo processo. No entanto, é também verdade que estabelecer uma relação positiva com as partes interessadas de um projeto é um dos maiores desafios de um gerente da área – sem a construção de um relacionamento positivo com todos os envolvidos, não há o estabelecimento de um ambiente favorável à concretização do projeto. Saiba mais sobre a importância de fazer uma gestão de stakeholders!
Ameaças externas : evitando impactos negativos
Cada projeto possui seu próprio grupo de stakeholders – a questão principal, aqui, é identificar todas as partes que podem influir em determinado processo. Muitas vezes, assim, o público externo (como moradores vizinhos às obras do projeto) é também parte afetada pelo progresso do trabalho. No caso de projetos cuja concretização irá influenciar diretamente a vida de uma comunidade, como acontece com a implantação de uma represa, por exemplo, todas estas pessoas que vão ter seu dia a dia modificado pelas obras podem influir de maneira direta na realização do projeto.
Uma gestão eficiente de stakeholders, diante deste contexto, é capaz de estabelecer uma relação de diálogo positiva com estes grupos, evitando assim possíveis consequências negativas que podem dificultar o prosseguimento do trabalho. Voltemos ao exemplo da represa: sem um canal de comunicação eficiente com estes moradores (ou seja, um bom gerenciamento de stakeholders), eles podem tanto colaborar e apoiar as equipes envolvidas na construção quanto obstruir o projeto se organizando para protestar e denunciando-o aos órgãos de controle ambiental, para citar algumas consequências eventuais.
Ameças internas: precaução em relação aos riscos que estão logo ao lado
Se você acha que uma boa gestão de stakeholders pode evitar apenas ameaças de grupos externos ao processo, como evidenciamos acima, está bastante equivocado. As influências e impactos negativos, muitas vezes, são advindos do próprio meio empresarial que está lidando diretamente com o projeto. Sim: os maiores perigos para o andamento do trabalho podem estar “dentro de casa”, muitos mais próximos do que imaginamos. Os próprios acionistas e diretores dos empreendimentos podem estar nutrindo interesses díspares aos desejados para o projeto – em um contexto ideal, o trabalho de todos estaria conspirando para objetivos comuns e em prol do sucesso da ideia em andamento, mas isto nem sempre acontece.
Acionistas, por exemplo, podem interromper o bom fluxo do projeto se mantiverem uma mentalidade de maximização dos lucros a todo custo ou assumirem um risco mínimo no processo. Um diretor que não está comprometido com os interesses gerais, por sua vez, pode estar preocupado somente com seus benefícios anuais, retendo, por exemplo, recursos fundamentais para dar prosseguimento à empreitada. Tais ações que comprometem o sucesso de um projeto são evitáveis se uma gestão de stakeholders for colocada em prática, certificando de alinhar as necessidades de todas as partes interessadas e promovendo um sistema comunicacional eficaz.
Maiores proatividade, respeito mútuo e chances de sucesso
Nos últimos anos, cada vez mais as organizações passaram a compreender a grande importância da gestão de stakeholders. Em grande parte, o gerenciamento da área consiste em identificar com clareza como os diversos envolvidos em um projeto – clientes, governos, fornecedores, ONGs – são influenciados e influenciam os rumos da estabilidade dos negócios de uma empresa. Por conseguinte, podemos afirmar que quanto mais madura for à gestão das partes interessadas de um projeto, mais proativo é o empreendimento no que diz respeito a uma relação consolidada entre as equipes, assim como ao respeito mútuo entre elas e à criação de mecanismos que promovam projetos de sucesso.
Ainda que um negócio apresente esforços bem-estruturados, engajamento e políticas bem definidas de ação, isto não significa que ele não está sujeito às crises de reputação e imagem. O comportamento dos indivíduos que compõem uma empresa nunca poderá ser completamente controlado. Assim, uma gestão eficiente de stakeholders se insere ainda mais como ferramenta-chave de um contexto em que a transparência e o bom relacionamento entre os grupos envolvidos em um projeto se fazem mais do que necessários.
Neste cenário, o processo de análise dos stakeholders é etapa fundamental para promover uma gestão do setor. A análise consiste no levantamento e estudo sistemáticos de dados sobre os objetivos, interesses e preferências das partes envolvidas com o intuito de mapear os riscos e demandas de comunicação de um projeto. Com a realização desta análise estratégica – que deve ser sigilosa – o gestor consegue adquirir um bom conhecimento do “terreno onde pisa”, refletindo acerca das metas e interesses de cada stakeholder em relação ao projeto. Desta maneira, é possível prever e controlar surpresas desagradáveis à frente, garantindo a eficiência na execução do projeto e os frutos positivos do trabalho.
Na hora de gerir os projetos, você considera também uma gestão de stakeholders eficaz através da análise das partes envolvidas? Compartilhe conosco suas experiências e opiniões nos comentários!
Sobre o Colunista: Hayala Curto, CEO da Seed e idealizador do software NetProject. Principal acionista da empresa, Hayala é mestrando em Informática pela PUC Minas, graduado em Ciência da Computação e tem MBA em Gerência de Projetos e Gestão Empresarial pela FGV. Tem mais de 15 anos de experiência coordenando projetos de TI. Especialista em plataforma WEB e Business Inteligence. Participou da criação e do desenvolvimento de diversos DataWarehouses e aplicações WEB corporativas para clientes como a Telemig Celular, Vale, Prefeitura de Betim, CEMIG, entre outros. É membro do PMI, Project Management Institute, atuante no capítulo de Minas Gerais, desde 2004.
E-mail de contato: contato@seedintelligence.com / http://www.seedintelligence.com
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Ótimo artigo…Parabéns professor!