Publicado em 26/06/2014
Em 2013 fui convidado a participar como colaborador na publicação de um artigo para a revista PM NETWORK mantida pelo PMI (Project Management Institute) dos EUA. Além de ser uma experiência interessante, pude escrever sobre a o engajamento alcançado através do uso de ferramentas virtuais na montagem e gestão de times de projetos. Boa leitura !
“Em 140 caracteres ou menos !”
Não é segredo de que a conduta corporativa no ambiente virtual potencializa a ruína ou ascensão de muitas empresas no mercado. Reputações e marcas construídas ao longo de várias décadas desabam em minutos, reduzindo a nada a credibilidade, a honra e a percepção de valor conquistadas em anos de atuação. Mário Prata em seu livro “A Reputação” já afirmava que “não existe mais privacidade. Absolutamente ninguém está protegido”. Para o mundo corporativo em geral, onde o profissionalismo se torna um requisito básico para sua sustentabilidade, já é uma área que possui foco suficiente e uma contínua atenção – sob pena da perda de competitividade.
Transportando para o limite pessoal, os relacionamentos através das redes sociais pode ser um item que diferencia um profissional de dezenas de outros, permitindo uma escalada exponencial nos relacionamentos e por sua vez nas oportunidades que são geradas. Da mesma forma, é possível corroer sua reputação através de um comportamento impensado ou rude com a mesma velocidade. Neste ponto, estabeleci sete preocupações que considero relevantes para o profissional moderno, da maneira que permita continuar estabelecendo conexões sadias e que apontam para a geração de valores mútuos, tanto para profissionais quanto para os times de projetos.
1 – Regras tradicionais de relacionamento são aplicáveis
Relacionamentos profissionais são baseados em ganhos mútuos – geralmente o que oferecemos é proporcional ao que agregamos. Não podemos afirmar que este princípio tenha mudado, antes, ele se consolida na medida em que o volume das possibilidades de ganhos são maiores nos ambientes virtuais.
A proposta é se tornar atraente para o mercado, sendo capaz de agregar valor à sua rede de relacionamento, na medida em que atua como um agregador de valor para o próximo. Uma ideia prática é compartilhar um artigo interessante para o mercado que atua – no meu caso interesse em projetos. Isto faz com que seja percebida a sua atuação para a evolução do setor e também pode significar um retorno recorrente de visitas ao seu perfil visando checar atualizações ou conexões interessantes em sua rede.
2 – Não se exceda
O perfil virtual reflete uma parte do que somos como profissionais de projetos. Assim, cuidado com atitudes fora da ética, radicais ou agressivas, condutas como estas poderão ser engraçadas no início, porém tomarão um bom tempo para serem apagadas dos servidores e até da mente dos conectados ao seu perfil. Segundo a pesquisa da CareerBuilder de janeiro de 2012: Em solo americano, 37% dos profissionais de RH buscaram candidatos em redes sociais, porém 34% destes deixaram de contratar um profissional por informações encontradas em redes sociais não “interessantes” ao perfil da vaga.
3 – Controle dos danos
São comuns gafes no mundo virtual, porém um pedido de desculpas tende a ser tardio. Quando ocorrer, não procure encobrir ou mesmo ignorar, lembre-se que atitudes de exposição geram empatia e isto se torna cada vez mais raro na rede. Vale a regra do esclarecimento e da restituição. Lembre-se que na era google, uma falha poderá se perpetuar facilmente em uma busca do assunto em questão.
4 – Envolvimento
“A moeda das redes sociais é a reciprocidade”. Um erro comum é não se envolver com sua rede social com uma intensão genuína visando construir relacionamentos e compartilhar conhecimentos.
Como exemplo, faço periodicamente uma avaliação de minha rede do linkedin e publico recomendações para os times de projetos que atuaram comigo. Isto faz com que a melhore a reputação da equipe e também a imagem da consultoria ou empresa contratante.
5 – Escolha sabiamente sua rede
Existem nítidas diferenças entre as redes em uso atualmente. O twitter permite divulgar facilmente um tópico que está em ascensão. Já o facebook é útil na criação de sua própria rede e facilita a discussão de assuntos de interesse do grupo. O linkedin é uma plataforma que pode-se construir conexões profissionais.
A dica é ir com calma, estudar primeiro a proposta de cada ferramenta para o que se deseja alcançar. Lembrando sempre que a proposta é obter e gerar valor. Como exemplo, podemos utilizar o twitter como um canal de notícias online, conduzindo minha rede para os arquivos do linkedin ou facebook.
6 – Use boas maneiras
O contato que pessoalmente levaria dias para se estabelecer, ocorre rapidamente no ambiente virtual. Poucos de nós entraríamos rapidamente em um escritório de estranhos para conhecer mais sobre um produto, negócio ou mesmo um novo livro, porém isto ocorre sempre no mundo virtual. Precisamos procurar entender quais as regras e a moeda que representa as boas intensões que são expressadas em diferentes meios. Um exemplo, se alguém lhe recomendar no linkedin, retorne a gentileza com uma recomendação. Se alguém reencaminhar um post seu, procure uma oportunidade para retribuir com um encaminhamento de seu conteúdo.
7 – Focar no relacionamento e não nos números
A qualidade em detrimento da quantidade. Estabelecer os critérios para aceitação de conexão poderá ser o primeiro passo para manter uma rede de valor. Muitos profissionais não gostam de aceitar convites de pessoas que não tem algum relacionamento e isto é natural – lembrando que redes virtuais são movidas por pessoas. Manter a sua rede limitada a profissionais da sua área de atuação, até mesmo profissionais de recursos humanos, também faz sentido, uma vez que a geração de valor mútuo pode fluir também nesta estrutura.
Como na vida real, o importante é se sentir confortável em sua rede de relacionamento virtual, permitindo que seja original e ao mesmo um agente de agregação de valor para quem se conecta.
Conclusão:
As redes sociais podem ser um importante aliado ou inimigo para o profissional de projetos, dependerá do tempo e esforço investido neste ambiente. Muitos profissionais iniciantes resolvem questões com pessoas experientes nas redes sociais, gerando um espaço de colaboração e crescimento.
Como na vida real, vale o bom senso nas relações somado a percepção de oportunidade diante de um futuro cada vez mais conectado.
Referências:
- A reputação na velocidade do pensamento – São Paulo: Geração Editorial, 2006
Sobre o Colunista:
Gustavo Teixeira é especialista em gerenciamento de projetos, certificado pelo PMI em 2010 como Project Management Professional (PMP), Scrum Master e ITIL. Foi nos últimos 15 anos responsável por projetos dos setores de tecnologia, infraestrutura, saúde, banking e gestão do conhecimento. Atualmente é diretor na PMBASIS consultoria, tendo atuado também em empresas como Ativas Datacenter, Algar Tecnologia, Unimed BH e MV Sistemas. Professor, mestrando em sistemas de informação e gestão do conhecimento com MBA em gerenciamento estratégico de negócios. Leciona em cursos MBA, in-company e nos preparatórios PMP e CAPM do PMI Minas Gerais, onde é coordenador desde 2010. É membro do PMI (Project Management Institute) e do PMI Minas Gerais, onde atua como Executivo Nomeado da Diretoria de Certificação e Desenvolvimento Profissional.
E-mail de contato: gustavo@pmbasis.com.br l Site: www.pmbasis.com.br
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