O projeto por ser um empreendimento temporário deve chegar ao fim, melhor ainda se for com sucesso. Confesso que é embriagante o sentimento de terminar um projeto bem sucedido! Damos socos no ar, a sensação de dever cumprido contagia o gerente de projetos, comemoramos com a equipe num happy hour, as vezes somos recompensados financeiramente. Apesar da euforia, nem tudo são flores!
A frase No pain, no gain (sem esforço, sem ganho) faz muito sentido no contexto de projetos. É certo que para alcançar o sucesso o gerente de projetos (GP) lidou com muitos problemas, viveu num ambiente com elevado grau de estresse, as vezes teve que agir com austeridade, foi incompreendido, aguentou pressões do universo profissional e pessoal, dentre outros percalços.
Conciliar a vida pessoal e profissional é o grande dilema do mundo corporativo, principalmente do gerente de projetos. Não conheço nenhum GP que trabalha menos de oito horas por dia, cinco dias por semana. Geralmente estamos antenados no que acontece no mundo, na empresa e nos nossos projetos. Prontos para agir quando os problemas surgem. Essa forma de viver está no DNA do profissional de projetos.
É fato que no Brasil o mercado de trabalho para o gerente de projetos é muito bom, inclusive o salário. Segundo o ditado popular “tudo tem seu preço”, não falo especificamente de dinheiro, falo de aspectos relacionados à vida. Afinal, qual é o preço? Do que vale os indicadores dos projetos estarem saudáveis, se os indicadores de saúde do gerente de projetos (pressão arterial, colesterol, IMC) estão totalmente fora dos padrões aceitáveis? Do que vale os projetos sob controle, se o GP dedica todo o seu tempo para eles e pouco tempo à sua família? Podemos falar que alcançamos sucesso nos projetos que gerenciamos se a nossa vida pessoal foi comprometida por falta de tempo à quem amamos?
Esses questionamentos não precisam de respostas imediatas, basta uma reflexão. Não há dúvidas que a vida do gerente de projetos requer gerenciamento, e ele mais do que ninguém tem habilidade para gerenciá-la. Alcançar o equilíbrio da vida pessoal com a busca incessante por sucesso é o nosso maior desafio. Na minha opinião, ter sucesso profissional é mais do que terminar projetos bem sucedidos. O sucesso deve transcender o ambiente corporativo. Alcançá-lo significa chegar em casa, e certificar que a nossa vida profissional está em harmonia com a vida pessoal e principalmente com quem amamos.
Sobre o Colunista: Maurício Abe, Msc, PMP, Prince Foundation. Mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação pela Universidade Católica de Brasília (UCB), engenheiro de software pela UCB e graduado em Sistemas de Informação (UCB). Com 11 anos de experiência na área de gestão de projetos de tecnologia da informação com larga atuação em desenvolvimento de software. Possui certificações PMP e Prince2 Foundation. Atua como Especialista em Gerenciamento de Projetos no Sistema de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) – Projeto do Exército Brasileiro. É Docente no MBA de gerenciamento de projetos da UCB e Coordenador do Curso de Sistemas de Informação da Faculdade Evangélica de Brasília. Eleito o voluntário no ano de 2014 pelo PMI-DF. Foi diretor de Comunicação e Marketing do PMI-DF, mantenedor do blog de gerenciamento de projetos: À Procura do Projeto Perfeito. Com oito anos de experiência internacional no Japão.
E-mail para contato: mauricio@tecnologiaprime.com – Blog: http://blog.tecnologiaprime.com/blog
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