Publicado em 21/09/2015
Vamos falar de uma obra que a muito tempo fascina o mundo, sendo considerada uma das 7 maravilhas da antiguidade: A Muralha da China.
Contexto Histórico
Na antiguidade, por muito tempo, as maiores tecnologias de defesa bélica de um país se relacionavam à sua capacidade de impedir a entrada de intrusos em seu território. Os grandes muros e fortificações eram itens essenciais para as nações que não queriam ser conquistadas ou destruídas por outros povos.
Na China não era diferente. Passando por vários momentos históricos nos quais as guerras eram rotineiras, o grande território chinês sofreu um processo de unificação no ano de 221 a.C., no qual 7 reinos foram agregados, formando um país.
Esses reinos, antes da unificação, vinham construindo barreiras que visavam frustrar ataques e invasões, presentes e futuras, de tribos vizinhas. Com a unificação dos reinos, as barreiras também foram unificadas e, com o passar dos anos, ampliadas. Esse processo, desencadeado por razões militares, deu origem à Grande Muralha.
A Construção
Considerando construções e reformas, o processo construtivo da Muralha da China durou até o ano de 1677 d.C. (1898 anos após a unificação dos 7 reinos). Sua extensão inicial, à época da unificação das barreiras, era de cerca de 3.000 km. Atualmente, conforme divulgado pelo governo Chinês, a Muralha se estende por 8.850 km, distância calculada com o auxílio de um GPS no ano de 2009.
Estrutura
A estrutura da Grande muralha é heterogênea, graças à variedade de materiais aplicados em sua ampliação ao longo dos anos, à variação de relevo, às condições climáticas em determinados trechos e mesmo ao desgaste sofrido pelos diversos conflitos. É possível encontrar em sua composição tijolos de barro com argamassa de barro e farinha de arroz, blocos de pedras de calcário, granito e até mesmo galhos de plantas enfeixados.
A estrutura é um agrupamento de várias placas de cerca de 6 metros de altura por 7 metros de espessura (em média), intercaladas com portões, torres de vigilância (cerca de 40 mil) e fortes, além de passarelas que ligavam as torres e visavam facilitar a movimentação em caso de ataques.
Interior
No interior é possível encontrar alojamentos que eram utilizados pelos soldados, estábulos para os animais e armazéns onde eram estocados os mantimentos. Os fortes, que representavam a base de operações e ficavam localizados de forma a guarnecer posições estratégicas de combate, se elevam por cerca de 12 metros e possuem rampas de acesso para a cavalaria e escadas, destinadas à infantaria.
Um Tesouro Histórico
Poucas construções são tão imponentes quanto a Muralha da China e menos ainda são aquelas que atravessam milênios para nos contar a história de um povo e nos mostrar o que são obras feitas para durar.
O mais incrível, porém, a meu ver, não está na obra em si. Está na capacidade de criar em conjunto, de fazer o inusitado e trazer à existência o incrível, mesmo que dispondo apenas de ferramentas e materiais rústicos.
Mais do que um monumento bélico, a Muralha da China carrega o poder, a persistência e valor do trabalho de um povo que não viu o desafio com um inimigo, mas como a oportunidade de usar a Engenharia para trazer à existência o incrível, o inimaginável.
Sobre o Colunista: Bruno Augusto de Matos e Silva, Profissional Graduado em Engenharia de Produção Civil pelo CEFET MG, com experiência em planejamento, execução, monitoramento e controle de obras civis (residenciais e industriais) e pesadas. Atualmente na área de gerenciamento de projetos técnicos e administrativos de melhoria em processos na Construtora Barbosa Mello. Já atuou também com controle de qualidade em indústrias de grande porte. Experiência na aplicação de ferramentas/metodologias de planejamento e controle, como Curva S e Análise de Valor Agregado, de ferramentas de gestão, como ciclo PDCA, Análise de Pareto e Diagrama de Ishikawa e com ferramentas de modelagem/otimização de processos, como BPM e BPMN.
E-mail de contato: brunosilva.civil@gmail.com – Blog: http://www.aengenhariaemfoco.com.br.
Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.
Assim como o colunista Bruno, admiro e acredito muito no trabalho em equipe. Dividir, discutir e trabalhar idéias buscando a solução para um desafio ou um problema em comum ainda que com pouco recurso se obter um resultado satisfatório é imensamente gratificante.
Warlei Pimentel.