Publicado em 21/04/2014
Como obter sucesso profissional por meio de pesquisa e desenvolvimento
Não importa se você é jovem ou maduro, espera-se sempre que você responda a estas perguntas: Como o mercado de trabalho o vê? Você é qualificado para qual atividade? Você é capaz de convencer os profissionais de recursos humanos a contratá-lo num ambiente competitivo?
Este artigo tem por base minha longa experiência com engenheiros de grandes indústrias, profissionais de gestão, pesquisadores de alto nível, bem como estudantes universitários. Vamos concentrar a nossa atenção em algumas respostas a essas perguntas-chave para identificar o que é importante e realmente tem valor.
Para começar com algo seguro, vamos afirmar que a capacidade de fazer pesquisa teórica ou aplicada e trabalhar com técnicas práticas é normalmente associada à premissa de um alto nível profissional e intelectual.
Este fato é reconhecido pelas indústrias de fabricação e de serviços, bem como por empresas das áreas de ciências humanas e sociais aplicadas. Podemos, agora, tentar uma breve reflexão sobre a implicação e o significado de pesquisa e atividades práticas como itens essenciais para entender como o mercado de trabalho nos observa.
- Primeira recomendação: na vida real, independentemente do seu perfil profissional, você tem que vender seus diferenciais; em outras palavras, você tem que convencer as pessoas do seu valor, ou seja, você deve ser o agente da sua própria inovação.
O Princípio de Peter, amplamente reconhecido, é apresentado no Best-Seller de autoria de Peter e Hull, “O princípio de Peter: Por que as Coisas Sempre Saem Erradas”. Este princípio afirma que se a metodologia de promoção de uma organização tiver por base a realização, o sucesso e o mérito de empregados, eventualmente, estes empregados serão promovidos para além de seu nível de habilidade e competência.
Seguindo este princípio, podemos dizer que todo mundo é ou vai subir no seu trabalho ou em qualquer posição social até o ponto em que ele ou ela se torne incompetente, isto vale para todos nós.
A continuação deste raciocínio pode mostrar algumas sérias implicações: os profissionais que atingem e aceitam posições em que se tornam incompetentes, assim o fazem, por motivos financeiros e reconhecimento social. O interesse da empresa não é levado em consideração.
Para minimizar ou eliminar o princípio de Peter, é preciso investir em sua capacidade profissional e no autoconhecimento, com pesquisas sobre suas habilidades práticas e potencial de trabalho.
- Segunda recomendação: se você trabalha visando a um nível elevado de habilidades para fazer pesquisas ou atividades práticas, você deve alcançar um nível que é simultaneamente acima da necessidade da empresa e abaixo do seu nível intelectual o de competência.
Curiosamente, nem a lei de Murphy, como aplicada à sua vida profissional (assumida), pode também ser batida. Uma conseqüência (corolário) da lei de Murphy poderia ser assim descrita: se você está navegando num mar de rosas, você está navegando no mar errado.
- Terceira recomendação: Considere a possibilidade de manter o seu nível de competência acima do nível de competência exigido pela empresa. Você poderia, então, navegar em um mar de rosas. Agora, vamos definir em que condições você pode explorar de forma eficiente o seu potencial e atingir o estado profissional desejado.
- Quarta recomendação: Uma pergunta breve e delicada sobre um tema fundamental um pouco esquecido, agora se apresenta e deve ser respondida. O que você está fazendo com um de seus maiores bens, a capacidade de fazer pesquisa? Qual é o efeito da pesquisa em sua vida diária?
Há profissionais práticos e teóricos que tratam de pesquisa básica ou aplicada ou desenvolvimento tecnológico. Algumas possíveis subdivisões dessas diferentes atividades profissionais são as seguintes:
A. Pesquisadores Científicos Básicos (PCB): Associados a fundos governamentais, investigam aspectos fundamentais da ciência como a pesquisa básica ou científica e, geralmente, realizam pesquisas em centros ou universidades;
B. Pesquisadores Científicos Aplicados (PCA): Com base nos resultados da investigação científica pré-estabelecida e outros conhecimentos disponíveis, realizam pesquisa aplicada, da mesma forma que pesquisadores científicos básicos mas voltados para aplicações práticas imediatas ou de médio prazo, financiadas por organizações governamentais ou privadas;
C. Investigadores de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (IPDT): Utilizando financiamento do setor privado, principalmente para a pesquisa e desenvolvimento tecnológico (embora possa haver financiamento governamental por meio de políticas públicas orientadas);
Estas definições têm levado a várias concepções corretas, mas também a alguns equívocos grosseiros. RDIs são chamados pesquisadores práticos e são geralmente elogiados pela mídia. Além disso, o produto do seu trabalho é o único, entre os três tipos de pesquisa, que pode ser chamado inovação (inclui trabalho criativo e marketing). Por outro lado, RDIs precisam ter conhecimentos e experiência significativa nos temas da pesquisa para serem criativos e práticos, com imenso background tecnológico e básico.
Se você está interessado em trabalhar com tecnologia, a sequência deve ser a mostrada acima: A, B e C. Conseqüentemente, uma sugestão para todos os profissionais das áreas tecnológicas (engenharia, gestão, medicina, veterinária, ciências sociais aplicadas e ciências sociais, entre outras) que pretendam trabalhar com ciência como um caminho para uma carreira profissional satisfatória, é começar como PCB (Pesquisadores Científicos Básicos), pela obtenção de um diploma de doutorado; continuar com a mesma linha de raciocínio, até o ponto em que se pode estabelecer pesquisa prática básica. A partir daí, a posição de IPDT (Investigadores de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico) é o caminho. Se esta sequência for seguida, seus colegas e o mercado irão reconhecê-lo como um profissional eficiente, bem como o risco de atingir os níveis de incompetência não será um problema.
Em geral, o conhecimento e a criatividade dos pesquisadores fazem uma diferença marcante em seu local de trabalho, entre seus pares e no mercado altamente competitivo. É possível alcançar excelência em pesquisa por meio de persistência e dedicação.
Como pesquisador e profissional, eu acredito que para que você possa inventar uma nova ratoeira e ser admirado pelo mundo, é preciso ser prático. Para você descobrir uma nova e eficiente ratoeira, automatizada, você precisa de ciência. Boa sorte!
Sobre o Colunista: Professor Mauri Fortes – Diretor Geral IETEC – PhD (1978) e Post-doctoral associate (1979) em Engenharia de Produção Agro industrial (Engenharia Agrícola e de Alimentos) (Purdue University, EUA), Mestre (1973) em Ciências e Técnicas Nucleares e Engenheiro Eletricista (1970) (UFMG); Especialista em Finanças Corporativas (2003) (New York Institute of Finance). Atividades atuais profissionais e acadêmicas: Pesquisador (SR) Sênior (1A- vitalício), diretor (Instituto de Educação Tecnológica-IETEC); Diretor Científico (Conscientec – Consultoria em Ciência e Tecnologia). Ex-Membro de comitê Assessor do CNPq e da CAPES. Consultor ad-hoc da CAPES e do CNPq. Prêmios e Reconhecimentos: Pesquisador SR – CNPq; Ex-aluno Destacado – Purdue University; Prêmio de melhor pesquisa – ASAE.
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