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Comunicação para informar ou influenciar atitudes

Publicado em 28/02/2014

Atualmente, as decisões são tomadas em um ambiente composto por três dimensões: a física, que contém os sistemas de comando e controle, além da infraestrutura material de equipamentos e redes de comunicação; a informacional, que consiste no conteúdo e fluxo da informação; e a cognitiva, na qual reside a mente do Decisor e das audiências relevantes, e que contém as suas percepções e comanda suas ações.

É fundamental moldar esse ambiente de acordo com os nossos interesses, e para isso se faz necessário emitir mensagens, que podem ser verbais, escritas, gestuais ou eletrônicas, preparadas especificamente para cada público e que comunicam temas específicos, em um processo deliberado para apoiar uma determinada linha de esforço da Organização, e que se dividem em duas possibilidades, Informar e Influenciar.

A linha de esforço INFORMAR evita forçar um ponto de vista particular, entregando à audiência interna os fatos de maneira que ela mesma possa chegar às suas próprias conclusões. Isso é conveniente e eficaz para capacitar esse público a desenvolver meios de autodefesa individuais e coletivos, visando a conter a propaganda, a falsa informação ou a desinformação de qualquer origem, exigindo para tanto a confiança gerada pela transparência e credibilidade de toda comunicação. É executada, por exemplo, pelo pessoal de Relações Públicas.

A linha de esforço INFLUENCIAR visa alterar atitudes, crenças e, em última instância, o comportamento de audiências externas. Seu objetivo é conseguir com que os seus alvos tomem decisões favoráveis aos interesses da Organização patrocinadora, para o que utiliza, por exemplo, a Proteção Operacional para criar múltiplos indicadores falsos, os quais confundam os concorrentes e tornem difícil para eles conhecer as nossas capacidades e, consequentemente, interpretar as nossas verdadeiras intenções.

De fato, nas Operações de Influência “a percepção passa a ser mais importante do que a realidade”: porém, da mesma forma é importante ter em mente que, devido às facilidades de disseminação global de informações, uma mensagem remetida a uma audiência específica pode alcançar outros públicos, causando efeitos diferentes ou até mesmo opostos aos desejados, o que em tempos de Internet e difusão instantânea de informações torna fundamental um planejamento extraordinário dessas ações.

Tudo isso exige aprovações de alto nível decisório e garantias consideráveis de que tais Operações estejam sempre dentro dos limites legais e sejam politicamente aceitáveis, tanto em sua execução como em eventuais justificativas posteriores.

Alguns exemplos dessas ações são as chamadas operações psicológicas, como a empregada por Pedro, O Grande, czar russo que empregou-se como carpinteiro de navio na Holanda para aprender como pensavam os europeus ocidentais, e que tem suas vitórias atribuídas ao fato de que ele sabia como seus adversários reagiriam, assim como modernamente fazem a propaganda e a publicidade de ideias, produtos e serviços, no sentido de conduzir percepções de maneira favorável a determinadas marcas.

Outros exemplos podem ser encontrados nas operações de dissimulação, praticadas desde a Grécia antiga principalmente na forma dos sofismas e das falácias, que buscam atingir o inconsciente das pessoas e que continuamente inovam em suas técnicas de abordagem, tornando difícil sabermos se não estarmos sendo ludibriados.

Ações muito agressivas, que acontecem sem o consentimento, a cooperação ou mesmo o conhecimento por parte dos seus alvos, tem sido registradas por parte de Organizações bastante competitivas, como é o caso da veiculação pela imprensa de estórias favoráveis ou de apoio a determinados grupos políticos dentro de suas áreas de interesse, sempre tomando o cuidado de evitar que seja conhecido o envolvimento da Organização em sua autoria, muito especialmente na dimensão virtual, ou cibernética, a qual tem continuamente crescido de importância em relação ao mundo físico, também chamado cinético, que a contém.

Desta forma, Sistemas Eletrônicos de Informação passam a ser simultaneamente as armas e os alvos, e a crescente tecno-dependência das Organizações torna imprescindível aprender a gerir as Informações e Conhecimentos, agora armazenados em computadores, redes e sistemas de comunicações, utilizando ferramentas da eletrônica e da informática, cuja riqueza de desafios e oportunidades está disponível para ambos os lados, continuamente alterando os paradigmas na condução de operações nessa nova dimensão de disputa, por meio das Atividades da Gestão de Conhecimentos Sensíveis.

claudio_rego

Sobre o Colunista: Cláudio Andrade Rêgo é Líder do Grupo de Pesquisas em Inteligência no CNPq pela Universidade de Cuiabá e Pesquisador do Núcleo de Estudos em Inteligência e Contra inteligência no CNPq pela Fundação Pedro Leopoldo, com mais de 15 anos de experiência como um dos poucos Peritos Judiciais em Informática reconhecidos pela Business Software Alliance (BSA) e especialista em Guerra Cibernética, é Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Capítulo Brasil da International Association for Intelligence Education (IAFIE BRASIL). Diretor do Centro de Instrução de Atividades Sigilosas (atual denominação da Escola Superior de Inteligência).

E-mail de contato: claudio.rego@antecipar.com.br.

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