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Diagrama de Ishikawa e aplicações na Engenharia de Planejamento

Publicado em 02/10/2014

Resumo

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como espinha de peixe ou Diagrama de Causa-Efeito, é um instrumento utilizado para identificar e organizar a relação entre um determinado efeito e as possíveis causas para que o mesmo ocorra.

O que é

O Diagrama de Causa-Efeito foi utilizado pela primeira vez em 1953 pelo engenheiro químico e professor da Universidade de Tóquio, Kaoru Ishikawa, um grande nome do movimento de qualidade total no Japão, de maneira a simbolizar graficamente as opiniões dos trabalhadores de uma fábrica em relação à qualidade (ou falta dela) em seus processos.

A maior vantagem da utilização do Diagrama de Ishikawa é sua compreensão gráfica simples. Seu visual, no formato de uma espinha de peixe, permite facilmente destacar um efeito e listar os possíveis fatores que contribuem para esse fenômeno ocorrer. Com ele é possível ampliar a visão das possíveis causas de um problema, analisando-o de forma mais detalhada e identificando possíveis soluções, além de analisar processos de maneira a buscar melhorias em seu funcionamento.

diagrama

Diagrama 01 – Diagrama de Ishikawa Genérico

Fonte: Instituto Universitário de Lisboa.

No diagrama mostrado acima, o efeito a ser estudado está destacado no lado direito. As possíveis causas para esse efeito (A, B, C e D) estão listadas e destacadas como macro causas, formando uma figura parecida com uma espinha de peixe. Essas macro causas podem ser divididas em causas menores, ou micro causas, que têm relação direta em relação ao grupo que pertencem.

Existem metodologias para a utilização do Diagrama de Ishikawa como, por exemplo, o conceito dos 5Ms, que seriam Materiais (do inglês Materials), Máquinas (Machines), Métodos (Methods), Mão-de-obra (Manpower) e Dinheiro (Money), podendo ainda ser inserido o sexto fator do Meio ambiente (Milieu). Esse conceito gera um roteiro para que as diversas opiniões desses setores possam ser discutidas de forma ordenada e bem orientada.

Também há outra alternativa para o estudo de efeito e causa como o conceito dos 4 Ps, que seriam Procedimentos (Procedures), Políticas (Policies), Pessoas (People) e Planta (Plant). Cabe a quem vai realizar o estudo de causa e efeito definir as variáveis, ou fatores, que serão abordados para o estudo.

No ramo da engenharia de planejamento o Diagrama de Causa-Efeito pode ser utilizado para se descobrir uma divergência em algo que foi planejado como, por exemplo, algum atraso em uma obra ou a utilização errônea de um determinado recurso.

Como se aplica

A construção do Diagrama pode ser feita por apenas uma pessoa ou em reuniões, de modo que várias pessoas ou grupos de pessoas possam dar suas opiniões acerca do que está sendo estudado. Esses grupos podem também ser divididos em áreas específicas do conhecimento. Dessa maneira, pode ser utilizado o brainstorming para a exposição e discussão de ideias. Sua construção pode ser feita em reuniões com a utilização de quadros, papel, softwares ou qualquer forma de fácil compreensão e debate.

Para se montar um Diagrama de Ishikawa é necessário, primeiramente, refletir qual o efeito se quer analisar. Ele será o ponto de partida dos esforços e é preciso que seja verdadeiramente importante na organização. Como na figura exemplo mostrada acima, ele deve ser isolado no canto direito em uma caixa para análise posterior.

Após definido o ponto de chegada deve-se formular as causas e fatores que possam ter influenciado esse efeito, de forma analítica e bem dividida por áreas do conhecimento. É necessário que sejam investigadas verdadeiras causas, e não apenas efeitos, de modo que possam ser reformuladas a fim de garantir que sejam variáveis do processo.

Depois de discutidas, as variáveis devem ser agrupadas em conjuntos que se relacionam entre si, e colocadas no diagrama de acordo com esses conjuntos. É importante rever cada conjunto para verificar se as variáveis possam ser divididas em grupos ou fatores menores.

Depois do Diagrama de Causa-Efeito pronto, ele deve ser apresentado a outras pessoas de forma a incentivar críticas, complementos e possíveis revisões.

Na utilização do diagrama na engenharia de planejamento pode-se fazer uso do ciclo PDCA, que é a sigla para a seqüência planejar (Plan), fazer (Do), checar (Check) e agir (Act). O diagrama pode ser utilizado, principalmente, na terceira fase, quando é preciso checar, caso ocorra alguma divergência no planejamento inicial, as causas que levaram a esse efeito.

Exemplo:

Construtora: Edificações Ltda.

Obra: XL/2009

Localização: Rua Edvaldo Valério, nº 5236 – Amanhecer – BH – Minas Gerais

O Diagrama de Ishikawa foi utilizado pelo responsável da obra, para demonstrar à comissão de representantes do edifício e à diretoria da construtora os motivos pelo qual o empreendimento XL/2009 atrasou em seu prazo de entrega e teve oneração em seu custo de planejamento.

diagrama

Diagrama 02 – Diagrama de Ishikawa Obra XL/2009

Fonte: Construtora: Edificações Ltda.

No diagrama espinha de peixe, Diagrama 02, foram denominadas como macro causas; Método, Materiais, Dinheiro e Mão-de-obra. Sendo que cada uma delas teve uma micro causa detalhando mais especificadamente o motivo pelo qual o empreendimento acarretou no atraso e oneração do empreendimento.

O Método (macro causa) utilizado para realizar a contenção do empreendimento, teve um estudo inicial para viabilizar o projeto sendo executado em taludes, porem na hora de executar o estudo mais preciso e detalhado (micro causa) foi detectado que o estudo inicial não suportaria o tipo de terreno, Filito, assim tendo de executar uma contenção em muro de arrimo ancorado, como mostrado na Figura 01.

construcao

Figura 01 – Contenção da Obra XL/2009

Fonte: Construtora: Edificações Ltda.

NOTA DO PORTAL PMKB: faça download de modelo de Diagrama Causa Efeito

Referências

ISCTE. Instituto Universitário de Lisboa. Identificação de causas pelo diagrama de espinha de peixe (Ishikawa). Disponível em: <http://cadeiras.iscte.pt/PTecIII/Docs/Ishikawa.PDF>. Acesso em 15 de setembro de 2014.

SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Manual de Ferramentas da Qualidade. Disponível em: <http://www.dequi.eel.usp.br/~barcza/FerramentasDaQualidadeSEBRAE.pdf>. Acesso em 15 de setembro de 2014.

USP. Universidade de São Paulo. Qualidade Total. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/qualidade/ishikawa/pag1.htm >. Acesso em 15 de setembro de 2014.

Artigos_pmkb

Sobre os Autores:

Autor: Bruno Silva Fernandes Melo: Engenheiro Civil graduado pela Universidade Fumec em fevereiro de 2014. Possui vasta experiência voltada para gestão de empreendimentos comerciais e residenciais, alem de experiência em planejamento, orçamento, acompanhamento físico e financeiro e manutenção de obras. Atualmente contratado como engenheiro junior na Vert Construtora Ltda. e pós graduando em Engenharia de Planejamento pelo IETEC/MG. E-mail: bruno@vertconstrutora.com.br

Autor: Felipe Paim de Alcântara e Silva: Engenheiro Civil graduado pela Universidade Fumec em fevereiro de 2014. Possui experiência voltada para orçamento e acompanhamento de obras, bem como na área de estruturas/cálculo estrutural de concreto para mineração, além de noções de planejamento e gerenciamento (metodologia PMI e FEL). Atualmente pós graduando em Engenharia de Planejamento pelo IETEC/MG. E-mail: fpaimalcantara@gmail.com.

Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 9a Turma de Engenharia de Planejamento com coordenador Ítalo Coutinho do IETEC.

Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir.

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  1. Thales Vidal disse:

    O método do diagrama de Ishikawa é importante devido à clareza e rapidez com o qual é analisado.
    Seus gráficos são bastante representativos e junto a outras técnicas, como ciclo de processos PDCA, é utilizado para controle de efeitos em possíveis divergências dentro do planejamento.
    É importante ressaltar que os fatores e causas que geram o “efeito-problema” devam ser bem analisados e investigados para garantir que sejam apenas variáveis do processo, podendo assim serem resolvidos e removidos do planejamento, agregando desta maneira aprendizado e lições a serem evitadas em projetos seguintes.

  2. Renan Cardoso Duarte disse:

    Método rápido para analise direta de causa efeito, detectando as causas e efeito imediatas, de fácil apresentação e compreensão. O diagrama quando utilizado junto a outras técnicas de analises rápidas como Brainstorming ou Delphi irá agregar resultados mais rápidos e eficientes.

  3. Belmiro Bertoldo Vimieiro disse:

    Em trabalhos realizados por Círculos de Controle de Qualidade, CCQ, esse instrumento aliado a outras técnicas para identificação de problemas, auxilia através de sua didática, uma compreensão dos possíveis causas de um problema.

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