EAP – Estrutura Analítica de Projeto e suas Aplicações na Engenharia de Planejamento

Resumo:

O objetivo deste trabalho é introduzir os conceitos básicos de Estrutura Analítica de Projeto (EAP) e mostrar algumas ferramentas necessárias à sua elaboração. Dessa forma, acreditamos que todos os que desejarem possam utilizar essas noções básicas.

Conceito:

Para o planejamento de uma obra, uma maneira eficiente de se fazer, é subdividi-la em partes menores ou fazer a sua decomposição. Dessa maneira, o projeto em si é desmembrado em pequenas unidades mais simples e fáceis de gerenciar.

EAP é a estrutura hierarquizada gerada pela decomposição do projeto. Também conhecida pela expressão Work Breakdown Structure (WBS), que significa “estrutura de decomposição do trabalho”.

O modelo de EAP mais tradicional é dado pela Figura 1, que mostra o exemplo da construção de uma casa.

Figura 1 – EAP para a construção de uma casa (MATTOS, 2010).

Existem ainda mais dois modelos conhecidos para a construção de uma EAP. A primeira é chamada de EAP analítica ou sintética e a segunda é chamada de mapa mental. Elas estão apresentadas nas figuras 2 e 3, respectivamente, para o mesmo exemplo de construção de uma casa.

Figura 2 – EAP analítica para a construção de uma casa (MATTOS, 2010).

Figura 3 – EAP como mapa mental para a construção de uma casa (MATTOS, 2010).

Como se aplica:

Não existe uma regra definida para construir uma EAP. Duas pessoas diferentes podem construir duas EAPs diferentes para um mesmo projeto. A diferença ocorre devido ao critério de decomposição utilizado. Contudo, independente de qual critério de decomposição utilizado, todos os “trabalhos” constituintes do projeto precisam estar listados no final, representando a totalidade do escopo, também conhecida como “regra dos 100%”.

Essa regra diz que a EAP deve conter 100% do trabalho definido no escopo do projeto e ainda, deve capturar todas as entregas sejam elas internas, externas ou intermediárias. Em todos os níveis da hierarquia essa regra deve ser utilizada de modo que a soma dos trabalhos em um nível inferior deve se igualar a 100% do trabalho representado pelo nível superior. De maneira análoga, a EAP não deve contar nenhum trabalho que não esteja no escopo do projeto, ou seja, não pode haver mais de 100% do trabalho.
Entre as boas práticas para a construção de uma EAP, incluem-se:

• Não se deve desmembrar um “pacote” em apenas um outro “pacote”;
• Deve-se avaliar até que ponto o desmembramento de serviços em atividades menores melhora o acompanhamento do projeto;
• Uma regra prática é que uma tarefa deve ter, como prazo de entrega, entre um e dez dias. Caso ele o prazo seja inferior à um dia, ela deve ser fundida a outras. Se ocorrer de seu prazo ser superior à dez dias, ela deve ser desmembrada em “pacotes” menores.
• Para serviços terceirizados também deve-se fazer o desmembramento do “pacote” e é recomendável, sempre que possível, amarrar no contrato de prestação de serviço o encargo de fornecer a EAP à contratante.

Exemplo:

O exemplo a seguir trata da construção de uma barragem. Para a construção, uma das principais etapas é o desvio de um rio. A Figura 4 contém as características topográficas e hidrológicas da mesma que, por sua vez, ditaram a adoção do arranjo espacial.

Para que a barragem possa ser construída entre as duas ombreiras, é necessário que o ria seja desviado, através de um túnel, do seu curso natural. Após o encerramento da construção do túnel, deve-se construir as ensecadeiras tanto de jusante quanto de montante. Então, faz se o esgotamento (bombeamento da água represada) e inicia-se a escavação do terreno para implantar a fundação da barragem. Há acessos a cada uma das ensecadeiras e ao túnel.

Figura 4 – Arranjo Geral da Barragem (MATTOS, 2010).

Com as premissas citadas acima, podemos fazer a EAP da obra através das três arquiteturas possíveis, como indicado na Figura 5.

Figura 5 – EAP da barragem: a) em árvore; b) analítica; c) mapa mental (MATTOS, 2010).

NOTA DO PORTAL PMKB: faça download de modelo de Modelos de Estrutura Analítica de Projeto EAP/WBS. 

Referências:

MATTOS, A. D. Planejamento e Controle de Obras. Ed. Pini. São Paulo, 2010.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura_analitica_do_projeto
http://flaviosouza.org/blog/2012/08/o-que-uma-estrutura-anlitica-de-projetos-eap/comment-page-1/
http://www.elirodrigues.com/gestao-de-projetos/como-fazer-uma-eap-wbs/

Sobre os Autores:

Autor: Rafael Luciano Vieira da Silva: Profissional com 15 anos de experiência na área de manutenção de equipamentos de construção pesada, terraplanagem, rodoviário e mineração. Sendo que 10 anos em mineração, atuando em Gestão de Pessoas, Planejamento, Programação e Controle de Manutenção, Execução de Manutenção Corretiva e Preventiva, Fiscalização e Elaboração de Escopo de Contratos de Serviço, entre outros. E-mail: rafael.meceng@yahoo.com.br

Autor: Rafael Martins Vilela: Engenheiro Eletricista graduado pelo CEFET-MG em abril de 2014. Possui experiência em manutenção de equipamentos eletroeletrônicos de sistemas de automação predial, instrumentação, sistemas de intrusão e detecção e alarme de incêndio. Possui ainda experiência em acompanhamento e controle de sistemas de distribuição bem como no processo de revisão tarifária de concessionárias de energia. Atualmente pós graduando em Engenharia de Planejamento pelo IETEC/MG. E-mail: rafaelmartinsvilela@gmail.com

Contexto: o presente trabalho é resultado de pesquisa realizada com alunos da 9a Turma de Engenharia de Planejamento com coordenador Ítalo Coutinho do IETEC.

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